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Conheça quem movimenta a indústria bilionária da música ao vivo no Brasil

O setor de eventos de cultura e entretenimento no Brasil vive seu momento mais próspero da história. Com um PIB setorial crescendo 4,6% no acumulado até o primeiro trimestre de 2025 — superando a média nacional de 3,5% –, a indústria dos megashows consolidou-se como uma das mais dinâmicas da economia brasileira. O estoque de empregos formais no core business atingiu 331.987 postos em maio, um salto de 74,6% em relação a 2019, enquanto a média nacional cresceu apenas 21,9% no mesmo período. Por trás desses números impressionantes está um ecossistema empresarial sofisticado, comandado por grandes produtoras que redefiniram o conceito de entretenimento ao vivo no país. Da Bonus Track, que reuniu 2,1 milhões de pessoas no show gratuito de Lady Gaga em Copacabana, à Live Nation Brasil, que planeja investir R$ 1 bilhão em uma nova arena em São Paulo, essas empresas transformaram o Brasil no epicentro latino-americano da música internacional.

“As grandes turnês ficaram mais estratégicas e a América do Sul faz parte desse planejamento. As equipes internacionais enxergam, junto com o mercado local, o peso real do público – que além de intenso, é engajado, ativo nas redes e nas plataformas de streaming. Isso nos torna cada vez mais uma parada importante dentro das rotas globais de turnê”, explica Karen Pedroso, da Move Concerts, uma das maiores produtoras independentes da região. O fenômeno não se restringe apenas à capital paulista, que em 2023 viu o turismo movimentar R$ 289,6 bilhões, com crescimento de 28,7%. Shows como os de Taylor Swift injetaram R$ 240 milhões na economia local, enquanto o Lollapalooza movimentou R$ 931,3 milhões. O The Town, em sua primeira edição, gerou R$ 1,7 bilhão em impacto econômico, com 85% de ocupação hoteleira. Essa revolução no entretenimento brasileiro é fruto de décadas de consolidação e profissionalização, com empresas que construíram suas reputações através de parcerias estratégicas, investimentos em infraestrutura e, principalmente, na compreensão única do público nacional. O resultado é um mercado que hoje compete de igual para igual com os principais centros mundiais de entretenimento.

FOTO: Divulgaçãao/ Marcos Hermes

Bonus Track

Fundada no Rio de Janeiro e comandada por Luiz Oscar Niemeyer e seu filho Luiz Guilherme, a Bonus Track construiu sua reputação através de realizações que entraram para a história da música mundial. A empresa detém o recorde do “maior show de rock” da história – os Rolling Stones na praia de Copacabana para 1,5 milhão de pessoas – e consolidou-se como especialista em megashows gratuitos. O legado da produtora começou com Luiz Oscar Niemeyer, responsável por marcos históricos como todas as vindas de Paul McCartney ao Brasil (incluindo a histórica apresentação no Maracanã em 1990 para 184 mil pessoas), shows de Elton John, Beyoncé, Eric Clapton e Roger Waters. Hoje, Luiz Guilherme dá continuidade a essa tradição, mantendo a essência familiar mas trazendo inovação ao modelo de negócios. Em 2024, a produtora foi responsável pelo maior show da carreira de Madonna, reunindo 1,6 milhão de pessoas em Copacabana. No ano seguinte, superou o próprio recorde com Lady Gaga, que atraiu 2,1 milhões de pessoas e entrou para o Guinness como o maior público em um show gratuito de uma artista feminina. “Meu pai é meu melhor modelo de profissional. Apaixonado pelo que faz, louco por música, extremamente competente”, diz Luiz Guilherme. “Enquanto ele é reconhecido pelo trabalho com turnês e pelos anos na indústria fonográfica, eu foquei no desenvolvimento de projetos de longo prazo, com a construção de marcas fortes”. Um bom exemplo disso é a plataforma “Todo Mundo no Rio”, que revolucionou o modelo de negócios ao eliminar a receita de ingressos e apostar em parcerias estratégicas com grandes marcas. “Realizar essa mudança na lógica do mercado de shows, onde cortamos a receita de ingressos, só é possível com a parceria com grandes marcas patrocinadoras. Esse projeto tem a parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro para a realização de quatro shows, e marcas como Corona e Santander, cientes da relevância e do alcance mundial, que confirmaram já no primeiro ano seus patrocínios para as quatro edições”. A estratégia da Bonus Track ainda vai além dos megashows, ao operar o Teatro I Love PRIO e faz parte do consórcio que devolverá o histórico Canecão ao Rio de Janeiro, com reabertura prevista para 2026.

FOTO: Divulgaçãao/ Marcos Hermes

Move Concerts

Com escritórios em seis países da América Latina e sede regional em Miami, a Move Concerts posiciona-se como a maior produtora independente da região. A empresa já levou mais de 8 milhões de pessoas para shows e trouxe ao Brasil mais de 230 turnês de grandes nomes mundiais, de Iron Maiden a Ed Sheeran, de Beyoncé a Bruno Mars. O modelo de negócios da Move baseia-se na construção de uma rede ampla pela América Latina, permitindo otimização de rotas e custos para artistas internacionais. Essa estratégia regionalizada revolucionou o mercado local ao tornar viáveis turnês que antes não chegavam ao continente. “O entusiasmo do público brasileiro é algo que artistas e equipes comentam com frequência. O fã brasileiro é emocional e apaixonado, tornando o país sede de espetáculos memoráveis”, destaca Karen Pedroso. A transformação no relacionamento com patrocinadores reflete uma evolução mais ampla do setor. “Hoje as marcas buscam conexões reais com seus públicos e querem estar onde as pessoas estão emocionalmente envolvidas – a música tem esse poder”, explica Pedroso. “Não se trata somente de visibilidade, mas de fazer parte de uma experiência completa e intensa. Na Move, articulamos essas parcerias pensando em como a marca pode somar de forma autêntica, sem interferir na essência do show.” Essa abordagem colaborativa tem se mostrado fundamental num mercado em transformação. “A pandemia mudou muita coisa na forma como os fãs consomem as experiências ao vivo”, analisa a executiva. “O público valoriza muito mais as vivências pessoais agora, mas também espera mais – tanto em estrutura quanto em praticidade e conforto”. A Move também se destaca pela realização de festivais próprios, como Maximus Festival, Z Festival e Summer Soul Festival, diversificando seu portfólio além das turnês tradicionais. Para o futuro, Pedroso vê espaço para inovação: “Acredito que a inteligência artificial esteja aí para participar do cenário de produção, consumo e experiência do público”, prevê, sinalizando como a empresa se prepara para as próximas décadas do entretenimento ao vivo.

FOTO: Divulgação/ Denise Truscello

Live Nation Brasil

Braço brasileiro da Live Nation Entertainment – líder mundial no setor com receita de US$ 23,16 bilhões em 2024 –, a Live Nation Brasil opera de forma independente desde 2017 sob comando de Alexandre Faria. A empresa trouxe ao país grandes nomes como Coldplay, Bruno Mars, Shakira, Imagine Dragons e The Weeknd. A estratégia da Live Nation no Brasil baseia-se em investimentos massivos em infraestrutura e parcerias de longo prazo. Em 2023, firmou contrato de R$ 60 milhões por cinco anos com o São Paulo Futebol Clube para realização exclusiva de shows no Morumbis, acordo ampliado até 2031 em junho de 2025. O diferencial competitivo da empresa está na infraestrutura permanente que desenvolve nos venues. No Morumbis, por exemplo, construiu túneis permanentes que ligam áreas de circulação ao gramado e implementou sistema de montagem de palcos atrás dos gols, permitindo melhor convivência entre jogos de futebol e eventos musicais. Para consolidar sua presença no mercado brasileiro, a Live Nation planeja investir cerca de R$ 1 bilhão na construção de uma nova arena indoor com capacidade para 20 mil pessoas no complexo Cidade Center Norte, em São Paulo. O início das obras está previsto para setembro de 2025, representando um dos maiores investimentos privados em infraestrutura de entretenimento do país.

Foto: Divulgação

Rock World

A Rock World é uma joint-venture entre a família Medina e a Live Nation Entertainment, que detém cerca de 60% do capital. Apesar da participação internacional, a operação brasileira é conduzida de forma independente pelo CEO Luis Justo, nomeado em 2016, mantendo o legado dos Medina na gestão nacional. A empresa concentra-se em três dos principais festivais do Brasil: Rock in Rio, The Town e Lollapalooza Brasil. Cada evento reúne público diário superior a 100 mil pessoas, consolidando presença marcante em São Paulo e Rio de Janeiro. O Rock in Rio, festival emblemático criado por Roberto Medina há mais de 40 anos, acontece na Barra da Tijuca com edições bienais. O The Town foi criado especificamente para São Paulo, realizando-se no Autódromo de Interlagos em anos alternados ao Rock in Rio. A primeira edição, em 2023, reuniu 500 mil pessoas e movimentou R$ 1,7 bilhão na economia paulista. “O turismo também cresce significativamente durante esses eventos, elevando a taxa de ocupação hoteleira para mais de 90%. Esses números demonstram como a indústria do entretenimento pode ser uma força motriz para a economia, impulsionando setores como hotelaria, gastronomia, transporte e comércio local”, diz Luis Justo. A partir de 2024, a Rock World assumiu oficialmente a produção do Lollapalooza Brasil em parceria com a C3 Presents, em movimento estratégico da Live Nation Entertainment. O festival, que era organizado pela T4F desde 2014, mantém-se no Autódromo de Interlagos com venda de ingressos via Ticketmaster. A estratégia da Rock World baseia-se na alternância geográfica Rio-São Paulo, otimizando recursos e criando dois polos nacionais de festivais de grande porte. O modelo permite maior capilaridade nacional e diversificação de riscos operacionais. “A decisão de voltar o olhar para o mercado nacional foi estratégica, considerando o potencial de crescimento e engajamento do público brasileiro com eventos desse porte”, completa Justo.

FOTO: Divulgação

30E

Fundada em 2021 por Pepeu Correa, ex-executivo da Faria Lima, a 30E representa a nova geração de produtoras que apostaram na retomada do entretenimento pós-pandemia. Com o lema “Delivering Happiness”, a empresa foca em proporcionar experiências de felicidade através de shows e festivais. A estratégia da 30E com – bina agilidade operacional com inovação tecnológica. A empresa firmou parceria estratégica com o Allianz Parque e investiu em um palco modular transportável por contêineres da Europa, capaz de ser montado em cerca de sete horas, conciliando shows e jogos no estádio. Em 2025, a 30E planeja realizar mais de 300 shows, consolidando-se como concorrente direto da Live Na – tion e T4F. A empresa já produziu turnês emblemáticas como a Superturnê de Jão, com 16 apresentações, e trouxe ao Brasil nomes como Slipknot, Twenty One Pilots,The Killers, Florence and the Machine e Lana Del Rey. O portfólio da 30E inclui festivais próprios como Knotfest Brasil, Ultra Brasil e MITA Festival – produzido em parceria com a Bonus Track – além da gestão de espaços como o Cine Joia, com capacidade para 1.200 pessoas. Segundo fontes do mercado, o braço de shows da empresa apresenta EBITDA positivo, com crescimento sustentável baseado na diversificação entre turnês e festivais.

FOTO: Divulgação/ Pridia Br

T4F

Fundada em 1983 por Fernando Luiz Alterio, a T4F consolidou- -se como uma das principais produtoras da América do Sul através de um modelo verticalizado único no mercado brasileiro. A empresa atua simultaneamente na promoção de eventos, operação de bilheteria e gestão de venues, criando sinergias que otimizam toda a cadeia do entretenimento. Em 2023, a T4F registrou receita de R$ 700,8 milhões, crescimento de 113% em relação ao ano anterior, e lucro líquido de R$ 58,2 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 8,4 milhões de 2022. O desempenho foi impulsionado pelo festival Primavera Sound e pela turnê da Taylor Swift, que juntos venderam cerca de 505 mil ingressos no quarto trimestre. A empresa passou por uma importante transição estratégica em 2024, quando perdeu a organização do Lollapalooza Brasil – que promovia desde 2014 – mas assumiu a gestão da edição brasileira do Primavera Sound. O festival, realizado no Autódromo de Interlagos, trouxe atrações como The Cure, The Killers e Pet Shop Boys. Além da produção de eventos, a T4F opera a plataforma Tickets For Fun e a INTI (adquirida em 2020), controlando significativa fatia da venda de ingressos no país. A empresa também gere venues como o Teatro Renault em São Paulo e o Teatro Ópera Allianz em Buenos Aires, ampliando sua atuação internacional.

FOTO: Divulgação

DC Set Group

Fundada em 1979 no Rio Grande do Sul pelos sócios Dody Sirena e Cicão Chies, a DC Set Group é um dos mais tradicionais grupos de entretenimento do Brasil. Com mais de 40 anos de operação, já realizou cerca de 4 mil eventos, vendeu 15 milhões de ingressos e gerenciou turnês de Roberto Carlos por mais de 27 anos. Desde 2020, sob liderança do CEO Rodrigo Mathias, a DC Set implementou reposicionamento estratégico tornando-se um hub de inovação em entretenimento. A empresa atua em sete verticais de negócio – Festivals, Concerts, Content, Venues, Sports, Family, Management e Knowledge – sob a assinatura “Entertainment Thinkers”. O case mais emblemático da nova fase é o Tomorrowland Brasil. Mathias liderou a negociação do contrato com o Parque Maeda garantindo edições anuais até 2043, através de sociedade direta com a We Are One World, detentora da marca. O festival retornou em 2023 após hiato desde 2016, gerando R$ 676 milhões na economia local. Para 2024-2025, a DC Set projeta investir mais de R$ 2 bilhões em seus diversos negócios e alcançar mais de 20 milhões de pessoas. A empresa opera com mais de 20 unidades de negócio espalhadas por São Paulo, Rio, Porto Alegre, Canela e Curitiba, consolidando-se como um dos maiores players de entretenimento da América Latina.

FOTO: Divulgação

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POR Jennifer Detlinger
FOTO DESTAQUE: Divulgação Getty Images/Kevin Mazur
FOTOS: Divulgaçãao/ Marcos Hermes, Divulgação/ Denise Truscello, Divulgação/ Pridia Br e Divulgação

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