Comunicação Estratégica

Aprenda a se comunicar de forma impactante e positiva

Por: Analice Nicolau

Jornalista, Mentora de Comunicação e CEO da agência AN Connect


A urgência de uma comunicação mais autêntica, relevante e humana

A cada dia que passa, sinto a comunicação escorrendo por nossas mãos. Vivemos em um mundo saturado de informações. A cada instante, somos bombardeados com mensagens vindas de todos os lados, tanto no mundo físico quanto no digital. Diante desse cenário, a forma como nos comunicamos se torna ainda mais crucial. Não basta apenas transmitir uma mensagem; é preciso que ela seja autêntica, relevante e, acima de tudo, humana. No Brasil, um país com tanta diversidade e riqueza cultural, essa necessidade de transformação na comunicação se faz ainda mais presente.

Neste contexto, surge a figura inspiradora de Djamila Ribeiro, filósofa, escritora e ativista brasileira. Djamila, com sua voz potente e eloquente, nos mostra a importância de uma comunicação que não apenas informe, mas também conscientize e promova a inclusão. Ela nos lembra que a linguagem tem poder e que usá-la com responsabilidade é fundamental para construirmos um futuro mais justo e igualitário.

E concordo plenamente com Djalma. A comunicação, seja ela verbal ou digital, precisa ir além das palavras. É preciso que ela seja permeada por empatia, respeito e escuta ativa. No mundo digital, essa necessidade se intensifica. As redes sociais, apesar de seu potencial de conexão, muitas vezes se tornam palco para discursos de ódio e desinformação. É urgente que as mulheres, historicamente silenciadas e marginalizadas, ocupem esses espaços com suas vozes e perspectivas. Djamila Ribeiro, com sua atuação incisiva na luta antirracista e feminista, nos inspira a repensar a forma como nos comunicamos e a usar a linguagem como ferramenta de transformação social.

Ela nos mostra que a comunicação não é apenas sobre o que dizemos, mas também sobre como dizemos e para quem dizemos. É sobre dar voz aos silenciados, amplificar as narrativas marginalizadas e construir pontes entre diferentes realidades. É tempo de abandonarmos a comunicação superficial e adotarmos uma postura mais autêntica e significativa.

Resgatando a Individualidade em Tempos de Transformação

Em um mundo em constante transformação, com mudanças políticas e mercadológicas a cada instante, é fácil sentir-se perdido e sem identidade. A comunicação, quando utilizada de forma consciente e autêntica, pode ser um poderoso instrumento para resgatarmos nossa individualidade e fortalecermos o senso de comunidade. Ao nos comunicarmos com clareza e honestidade, expressando nossos valores, crenças e perspectivas, nos conectamos com nossa essência e nos diferenciamos da massa.

Individualmente, na minha opinião a comunicação autêntica nos ajuda a definir quem somos e o que defendemos. Ela nos permite estabelecer limites saudáveis, expressar nossas necessidades e desejos, e construir relacionamentos mais significativos. Quando nos comunicamos de forma congruente com nossos valores, experimentamos um maior senso de propósito e bem-estar.

Como comunidade, a comunicação autêntica fortalece os laços sociais e promove a empatia. Ao compartilharmos nossas histórias e experiências, criamos um senso de pertencimento e nos conectamos com pessoas que compartilham valores semelhantes. A comunicação transparente e aberta também nos ajuda a resolver conflitos de forma construtiva e a construir um ambiente de confiança e respeito mútuo. A comunicação pode ser uma ferramenta de empoderamento e resistência. Ao dar voz aos marginalizados e questionar as narrativas dominantes, ela nos inspira a usar a comunicação para construir um mundo mais justo e inclusivo. A comunicação autêntica, portanto, não é apenas sobre encontrar nossa voz individual, mas também sobre usá-la para fortalecer nossa comunidade e promover a transformação social.

Neste cenário de constante mudança, é primordial que utilizemos a comunicação não apenas como uma forma de nos expressarmos, mas também como um meio de resgatarmos e afirmarmos nossa individualidade, ao mesmo tempo em que promovemos um senso de comunidade forte e inclusivo. Talvez, seja essa grande mudança que ainda não conseguimos enxergar, mas que está não na nossa frente, mas dentro de nós.

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FOTO: Adobe Stock