Tudo sobre o mercado de alta-relojoaria e os modelos mais caros do Brasil
Muito mais do que marcar as horas, os modelos da alta relojoaria carregam em si toda precisão, tecnologia e tradição centenária de seus fabricantes. Confira a seguir quem são os consumidores desses produtos exclusivos e os relógios mais caros do Brasil.
Por: Cibele Carbone
Sabe aquele alvoroço que existe no mundo da moda cada vez que um estilista badalado lança sua nova coleção? Pois podemos dizer que o mesmo acontece no mercado da alta relojoaria, com a diferença de que as cifras desembolsadas para se adquirir um marcador de horas são bem mais altas. Quem não conhece esse mercado pode achar que os valores são exorbitantes demais para um relógio. Mas não estamos falando de simples relógios, e sim de peças minuciosamente elaboradas, feitas com materiais de altíssima qualidade e com maquinário ultrapreciso – o ponteiro marcar o atraso de um segundo é uma heresia para os mestres relojoeiros! “Legado, legitimidade histórica, produção limitada, inovação, domínio de todas as etapas de produção – que vão desde o desenho até a confecção dos componentes e mecanismos próprios –, e produção quase artesanal com um aspecto artístico. Essas são as principais características de um produto da alta relojoaria”, diz Janaína da Cunha, diretora da boutique Piaget, no Brasil.
Já bem consolidado no exterior, esse pedaço do mercado de luxo aqui no Brasil ainda está engatinhando e ainda tem muito para crescer. “O mercado de alta relojoaria tem menos de dez anos no país, e o brasileiro ainda está se familiarizando com as diversas marcas. Justamente por ser um mercado recente, há menos marcas disponíveis por aqui. Enquanto a Suíça tem, aproximadamente, mil marcas de relógios, o Brasil convive com menos de trinta”, comenta Freddy Rabbat, parceiro local de distribuição da Tag Heuer.
Se os brasileiros estão aprendendo a apreciar há pouco tempo esse mercado exclusivo, as grifes de alta relojoaria também estão conhecendo aos poucos o estilo do consumidor brasileiro. “No Brasil, assim como na América, de forma geral, o público se sente mais atraído pelo relógio esportivo, por conta da versatilidade que esse produto oferece”, diz Freddy Rabbat. “Há também aquele público que já amadureceu, que já passou pela fase de deslumbramento e possui um alto grau de exigência em termos de qualidade, de continuidade da marca e de legitimidade. São as mesmas pessoas que, se forem investir altas somas no universo das artes plásticas, vão optar por obras de artistas já consagrados, mas em menor quantidade, do que investir somas vultuosas em artistas que estão em ascensão”, complementa Janaina da Cunha.
Se por um lado o jovem mercado brasileiro é um atrativo para as grandes marcas se fixarem por aqui, o atual cenário econômico fez com os executivos pensassem no futuro desse nicho por aqui. “O país está atravessando uma prolongada crise econômica, e o consumo é sempre menor nesses mo-mentos. Por outro lado, o consumidor de luxo está viajando menos e, com isso, fazendo suas compras aqui no Brasil, até porque aqui há a cultura do parcelamento para os pagamentos”, explica Alain dos Santos, managing director da Montblanc, no Brasil.
BREITLING
Chronomat 44 mm ouro, R$ 195.610. Tem uma robusta caixa de 44 mm para abrigar o Calibre manufaturado Breitling 01, resistente à água até 500 m de profundidade – semelhante aos relógios de mergulho – e com instrumentos para aviadores. Caixa e pulseira de ouro 18 quilates.
IWC SCHAFFHAUSEN
Portugieser Tourbillon Corda Manual, R$ 222.000. Possui fundo transparente com vidro safira, que possibilita observar o movimento manufaturado de corda manual, calibre 98900, e ponte de três quartos em alpaca niquelada. Tem pulseira castanho-escuro de pele de crocodilo, da Santoni.
PIAGET
Black Tie Emperador Coussin XL, R$ 1.320 milhão. Apresenta caixa de ouro branco 18 quilates adornada com diamantes e pulseira de couro de crocodilo. Verdadeiro exemplo de como fazer o bom uso de pedras preciosas em um relógio.
TAG HEUER
Carrera Calibre Heuer-02T, R$ 79.600. Tem cronógrafo automático combinado com um turbilhão volante de carboneto de titânio. O principal desafio técnico foi colocar dentro de um movimento de cronógrafo com apenas 32 mm de diâmetro um sistema de carregamento automático e um turbilhão volante, assegurando que os contadores ficassem bem espaçados para criar uma aparência moderna e equilibrada. Feito com uma variedade de materiais que vai do ouro maciço, passando pela cerâmica até o titânio Classe 5.
JAEGER-LE COULTRE
Duometre Spherotourbillon, R$ 1.300 milhão. Apresenta caixa de 42 mm feita de ouro rosa e pulseira de couro de crocodilo. Reserva de marcha de 50 horas, além de ser resistente à água até 50 metros de profundidade. Edição limitada a 460 peças.
HUBLOT
Big Bang Ferrari Carbon King Gold, R$ 135.000. Tem aro de carbono incrustado de ouro ou titânio, caixa com acabamento microjateado especial e mais brilhante, que aumenta sua rigidez e confere um aspecto sedoso aos efeitos metálicos. A caixa apresenta os botões alongados e fixos sobre um eixo de rotação semelhante aos controles de um carro.
O mostrador conta com o emblemático cavalo rampante em um aplique às 9h, assim como um contador de minutos e um display de data nas cores do brasão da Ferrari posicionados às 3h. Cada relógio tem uma pulseira “One clic” de couro costurado em borracha cinza e adornado pelos pespontos típicos da selaria Ferrari.
MONTBLANC
Timewalker Exotourbillon Minute Chronograph Limited Edition 100, R$ 287.100. Feito com materiais leves, mas altamente resistentes, como titânio, fibra de carbono e carbono tipo diamante (DLC). Combina cronógrafo monobotão e turbilhão, cuja roda de balanço corre por fora da gaiola do turbilhão para um maior isocronismo. Para ajustar a hora com precisão de segundos, o mecanismo para-segundos do movimento interrompe
BULGARI
Octo, R$ 37.700. Tem movimento mecânico manufaturado de data e corda automático, calibre BVL 193 decorado com perlage, còtes de Geneve e acabamento biselado. Duplo barril, reserva de marcha de 50 horas.
OFFICINE PANERAI
Lo Scenziato Luminor 1950 Tourbillon GMT Titanio, R$ 665.000. O modelo tem calibre P.2005 mecânico de corda manual com regulador de turbilhão esqueletizado em titânio. A caixa de 47 mm é de titânio acetinado. Produção limitada a 150 exemplares.
ONDE ENCONTRAR
Breitling (11) 3198-9366
Bulgari www.dryzun.com.br
Hubolt (61) www.hublot.com
IWC (11) 3152-6610
Jaeger-Le Coultre (11) 3152-6640
Montblanc www.montblanc.com.br
Officine Panerai (11) 3152-6620
Piaget (11) 3198-9456
Tag Heuer www.tagheuer.com.br