Rota musical com excelente gastronomia e passeios históricos na América
Nova Orleans, Chicago e Houston. Eis aí três destinos sob medida para os apaixonados por boa música. Mas não é apenas isso que essas cidades cheias de ritmo oferecem: passeios históricos e excelente gastronomia também atraem turistas do mundo inteiro.
Por: Luciano Garcia
Nova Orleans – A terra do jazz
The Big Easy, Crescent City ou, carinhosamente, NoLa. Todos esses nomes levam ao mesmo lugar: Nova Orleans. O centro cultural da cidade é o Bairro Francês, imperdível por sua história, arquitetura diversificada e renomados clubes de jazz. Por mais de 50 anos, o celebrado Preservation Hall de Nova Orleans, na St. Peter Street, destaca os músicos mais brilhantes da cidade. São até cinco apresentações de jazz por noite, cada uma com 45 minutos. Alguns dos maiores nomes do gênero nasceram lá, como o pianista Jelly Roll Morton, o clarinetista Sidney Bechet e o maior de todos: Louis Armstrong. O Mardi Gras tem sido parte da cultura da Louisiana. Na exposição Presbytère, no Louisiana State Museum, você revive o carnaval através de artefatos, trajes e vídeos. No Museu do Jazz estão catalogados milhares de discos, partituras, fotos e instrumentos dos grandes músicos da cidade, como o primeiro trompete de Louis Armstrong, o saxofone soprano de Sidney Bechet e, até mesmo, um tipo de gramofone cilíndrico de 1888. O hotel Royal Sonesta abriga o The Jazz Playhouse, onde se apresentam os maiores talentos de NoLa. A Royal Street e as ruas do entorno são uma agradável combinação de elegantes antiquários e boutiques, joalherias finas, galerias de arte, hotéis e restaurantes. O Mercado Francês é uma área ao ar livre que oferece lojas, restaurantes e música em uma tradição local. Pegue o histórico (e charmoso!) bonde St. Charles Streetcar até o Garden District, uma das áreas mais interessantes da cidade. Esse é o pedaço americano, construído entre 1832 e 1900, e onde se tem uma coleção de mansões em estilo sulista. A Frenchman Street é onde ficam os clubes mais autênticos. O neon do Azul Nile pisca, um trombone surge e uma multidão se reúne para outro show improvisado na rua. No Maple Leaf, o jazz se mistura ao blues, ao funk e a ritmos desconhecidos como o zydeco, um tipo anti-go de folk sulista. Intimista e despretensioso, a barreira entre artista e público é inexistente no Spotted Cat. Muita história e tradição fazem parte do Snug Harbor Jazz Bistro, que, por 30 anos, foi a casa de nomes como Marsalis, Neville e Toussaint, fase áurea do jazz.
Gastronomia
Depois de uma noite de muita música, a pedida é saborear o brunch do Court of Two Sisters. A área ex-terna é arborizada e tem uma banda tocando ao vivo. Prove o Bloody Mary, que faz parte do café da manhã de Nova Orleans. Há duas correntes gastronômicas na cidade: a cajun (do interior da Louisiana, vinda do colonizador francês) e a créole (misto de tradições francesas, italianas, alemãs, indígenas, africanas e espanholas). O Arnaud’s oferece cozinha créole clássica e serviço exemplar. Desde sua criação em 1918, Arnaud permaneceu fiel às suas tradições: o prato Shrimp Créole é sinônimo de Nova Orleans. Situado na Bourbon Street, o Desire Oyster Bar, especializado em ostras, oferece uma experiência deliciosa. A atração do Café du Monde é o café com chicória e os beignets, massa frita coberta de açúcar. O mix de restaurante e bar do Sylvain, por trás de sua peque-na fachada de 1796, revela um dos pátios mais aconchegantes de Nova Orleans. A cozinha é comandada pela chef Martha Wiggins.
Chicago – Música envolvente na cidade dos ventos
Chicago possui um legado musical de que poucas cidades podem se orgulhar. Foi no estado de Illinois que o blues ganhou instrumentos elétricos, virou sucesso internacional e passou a ser conhecida como Chicago Blues. Um dos grandes nomes que marcaram o blues foi Willie Dixon, considerado o poeta do rit-mo. Além de baixista, cantor e produtor musical, suas músicas foram regravadas por vários artistas. Em Chicago dá para visitar a Fundação Blues Heaven, dentro dos estúdios da gravadora Chess Records. Lendas como B.B. King, Chuck Berry e Howlin’ Wolf gravaram lá seus melhores álbuns. Escondido em Logan Square, o Rosa’s Lounge é uma casa de blues legítima. A programação tem bandas locais que abrangem todo o espectro de estilos: de lendas tradicionais, como David “Honeyboy” Edwards e Pinetop Perkins, a modernistas como Billy Branch e Melvin Taylor. O conceito speakeasy reme-te ao período da Lei Seca dos EUA. O Green Mill era o lugar favorito de Al Capone na década de 1920. O salão de cocktails e clube de jazz guarda segredos: existe uma rede de túneis embaixo do bar que foram utilizados para contrabando de álcool. Eles ainda estão lá, assim como o camarote preferido de Al Capone: perfeito para curtir os shows que acontecem todas as noites. Hoje, mesmo com a bebida liberada, a moda dos bares escondidinhos voltou com força.
Gastronomia
São muitas as boas opções da cidade. O Marisol, restaurante e bar dentro do Museum of Contemporary Art de Chicago, tem ótimos pratos do chef Jason Hammel. No Terrace Garden, na série anual de performances de verão, artistas renomados internacionalmente se apresentam, como Maggie Brown. O RPM Steak é uma releitura da tradicional churrascaria e exibe um cardápio contemporâneo, acompanhado de uma lista de vinhos premiada. O novíssimo Half Sour, em Printer’s Row, possui atmosfera calorosa e casual.
Arquitetura
Apreciar o skyline único de Chicago é uma experiência imperdível. Nos meses mais quentes, isso pode ser feito a bordo de um veleiro de luxo da Come Sailing, de onde é possível observar a orla da cidade, com os arranha-céus ao fundo. A maior parte de Chicago teve que se reinventar depois que um incêndio destruiu praticamente tudo em 1871. Dá para reviver como tudo aconteceu e conferir a evolução no design urbano em uma visita ao Chicago Architecture Center.
Houston – No compasso musical do Texas
Dallas, Houston e Austin formam o triângulo americano do blues. E, apesar de, quase nunca, Houston ser associada ao ritmo, a cidade tem história para contar. Nas décadas de 1950 e 1960, a Duke/Peacock Records – administrada por afro-americanos – era considerada a detentora do selo mais influente de artistas do blues, gospel e R&B,, precedendo a Motown em uma década. Artistas famosos nas-ceram e tocaram nessa região, entre eles Stevie Ray Vaughan, Clarence “Gatemouth” Brown, Janis Joplin, T-Bone Walker e Johnny Winter. Quando estiver na cidade, não deixe de ir à House of Blues, uma franquia de casas de espetáculos presente em treze diferentes cidades dos Estados Unidos, todas com a capa-cidade para 1.300 pessoas. O espaço gigantesco possui vários ambientes e é perfeito para um happy hour ou jantar seguido de um grande show no palco principal.
Além da música
Houston é a cidade mais importante do Texas. É moderna e ótima para fazer turismo, a começar pelo Space Center, onde uma réplica do ônibus espacial em cima do Boeing 747, que carregou, por 42 anos, os shuttles espaciais da Nasa, dá as boas vindas aos visitantes. Inaugurado em 1992, nesse centro há cinemas, shows ao vivo, 400 artefatos espaciais e dezenas de exibições. E, se o coração dos programas espaciais americanos pulsa em Cabo Canaveral, o cérebro está em Houston. No Johnson Space Center fica o centro de controle das operações da Nasa, o lugar onde os astronautas moram e são treinados. Você já deve ter ouvido a famosa frase “Houston, we have a problem”. Esse registro foi ouvido no antigo Centro de Controle das Missões Espaciais da Nasa, aberto à visitação. São três unidades de co-mando assim, que controlam desde a Estação Espacial Internacional até as missões para Marte. Quando for para Houston, adquira o CityPass, programa de ingressos com descontos que existe em dez cidades americanas. O visitante pode conhecer seis atrações, pagando um pouco mais da metade do valor dos ingressos regulares individuais. Quando o assunto é gastronomia, Houston tem ótimas surpresas, como Armadillo Palace, que oferece uma combinação de entradas para compartilhar. Mas a cidade é um deleite mesmo para os carnívoros. O Jackson St. BBQ é excelente, e entre suas especialidades está o brisket, que fica mais de 13 horas assando no fogo e tem um sabor incrível.
SERVIÇO
www.visiteosusa.com.br
Luciano Garcia viajou aos Estados Unidos a convite da Brand USA. Agradecimento especial à AVIAREPS, relações públicas da Brand USA no Brasil, e ao gerente de marketing & PR Tomás Penna, que fez toda a coordenação da viagem.