Nova Zelândia
País conhecido pela sua diversidade de paisagens naturais, a Nova Zelândia ficou enraizada no nosso imaginário desde a saga Senhor dos Anéis. Para fazer esta reportagem, cruzei nada menos que nove fusos horários, viajei em nove aviões, estive em dez hotéis, em um total de quinze dias de jornada.
Por: Luciano Garcia
A Nova Zelândia foi um dos últimos lugares da Terra a ser colonizado pelos europeus. Com quatro milhões de habitantes, vive principalmente da agropecuária. Esse país é notável pelo seu isolamento geográfico: o vizinho mais próximo, a Austrália, está situado a cerca de 2.000 km de distância, separada pelo mar da Tasmânia. O idioma nativo do país é o maori – nome do povo tribal que chegou à Nova Zelândia há mais de mil anos. Diz a lenda que essa palavra maori servia para distinguir humanos de divindades e espíritos. Hoje, esse povo compreende cerca de 14% da população do país. A South Island tem clima temperado e menor densidade populacional. É onde ficam as charmosas cidades Christchurch, Dunedin e Queenstown, e atrações turísticas, como o Milford Sound, no Fiordland National Park, e os alpes neozelandeses. É uma região agrícola ocupada por fazendas e rebanhos de carneiros. Cada parte da região Sul oferece paisagens dramáticas e uma natureza sem igual.
Localizados no sul da Ilha Sul, a beleza da região dos Catlins é magnética: grama verde, céu azul e espaços abertos. Nessa área ficam algumas das mais fotografadas cachoeiras da Nova Zelândia: Mc Leans Falls e Purakaunui. Tem também uma floresta petrificada em Curio Bay, habitat de golfinhos, pinguins de olhos amarelos, leões-marinhos e focas. Cenários de categoria mundial, como Nugget Point, Cannibal Bay e Owaka. Destinos perfeitos para ciclismo, caminhada, pesca, cavalgadas, fotografia e muita história.
Rakiura: morada do kiwi selvagem
Foi a bordo de um aviãozinho que viajei para esse lugar, onde habitam somente 400 pessoas. Rakiura, ou Stewart Island, é o último reduto humano antes da Antártida. Cerca de 80% dos 1.680 km2 de Rakiura integram um parque nacional. A ilha ainda é bem selvagem e seus recursos naturais dão ao viajante a oportunidade de se reconectar com o meio ambiente. No passeio de Vulva Island, os visitantes chegam perto de espécies animais como kaka, albatroz, pinguins e weka.
Saímos da baía de Oban no crepúsculo, de catamarã, e fomos até Little Glory Cove para ver uma das aves mais raras do mundo, o kiwi selvagem, símbolo da Nova Zelândia. Eles vivem na mata, mas se aproximam da praia para se alimentar. Depois de uma curta caminhada, orientados pela luz das lanternas, a surpresa: a ave dá o ar de sua graça. O kiwi é estranho e disforme, do tamanho de uma galinha, com corpo revestido por penas cinzentas.
Queenstown: a capital da aventura
A pequena cidade de Queenstown, na Ilha Sul da Nova Zelândia, é o destino perfeito para fãs de adrenalina. Bungee jump, paraquedas, passeios de barco a jato e rafting são algumas das atrações disponíveis. Em um raio de apenas 45 km, dois gigantescos parques nacionais se juntam e formam um grande espetáculo da natureza: os fiordes neozelandeses, como o Doubtful Sound, Dusky Sound e o Breaksea Sound.
O Fiordland National Park abriga alguns dos mais belos fiordes do mundo, esculpidos por antigas geleiras há cerca de 10 mil anos. Quando o helicóptero pousa no topo de um glacial, podemos apreciar uma vista estonteante do Vale Hollyford e do fiorde Milford Sound.
Uma vez na terra do bungee jump, impossível não viver essa experiência. Esse esporte radical foi criado pelo neozelandês A.J. Hackett, que se inspirou no ritual de passagem para a vida adulta de uma tribo indígena de Vanuatu, que consistia em saltar de plataformas de madeira amarrados pelas pernas por um cipó. Conversei com Henry can Asch, “a lenda” do bungee jump na Nova Zelândia, e fui convencido a encarar o The Nevis, um dos maiores do mundo, com 134 metros de altura. Cinco segundos de queda livre e muita adrenalina, me deixaram extasiado!
Depois dessa adrenalina, nada como chegar ao Azur Lodge, hotel-boutique onde me hospedei em Queenstown. Lareira no quarto, janelões de vidro de frente para as montanhas e o lago, banheiro dos sonhos. O atendimento é eficiente e com serviço personalizado: possuem carros disponíveis para levar os hóspedes a qualquer lugar, a qualquer hora. O Azur Lodge é membro da Preferred Hotels & Resorts, maior grupo de hotéis independentes de luxo do mundo.
Kaikoura: reduto de baleias e golfinhos
Localizada na Ilha Sul, a duas horas e meia de Christchurch, Kaikoura é a capital da Nova Zelândia no que diz respeito à observação de baleias. Enormes cachalotes podem ser vistas o ano todo, mas também é possível avistar jubartes, francas-austrais e azuis. Quase metade de todas as espécies de baleia do mundo visita as águas da Nova Zelândia, tornando o país uma meca para quem deseja ver de perto esses mamíferos gigantes.
Graças ao seu relevo submarino, a costa de Kaikoura é um paraíso para a vida marinha. Por lá, existe muita abundância de alimento, o que atrai grandes populações de mamíferos marinhos. Tive a chance de nadar com golfinhos selvagens em seu ambiente natural. Por determinação do Departamento de Conservação da Nova Zelândia, é permitido apenas um número restrito de passeios a cada dia. Em cada um deles, as pessoas que vão nadar com os golfinhos podem ficar na água por um tempo determinado, que, geralmente, não excede 45 minutos.
Meu contato com a natureza em Kaikoura não termina aí. Aninhado 30 metros acima do solo, sob a copa das árvores, o hotel rural Hapuku Lodge + Tree Houses é um refúgio de luxo bastante original, idealizado por uma família de arquitetos que o projetou com madeira local. O restaurante dá ênfase aos ingredientes locais frescos. Os hóspedes podem explorar a paisagem marítima mais ampla de Kaikoura com seus picos de surf, admirar a bela Cordilheira de Seaward e viver a singela vida no campo – o Hapuku está dentro de uma fazenda de criação de cervos.
Macetown: safári em busca do ouro
Saindo de Queenstown, fomos desbravar a antiga trilha dos mineiros, na histórica cidade de mineração de ouro Macetown. Cruzamos precipícios, pontes suspensas, paisagens de tirar o fôlego em meio a caminhos íngremes. Nessa região preciosa, você aprende com os guias técnicas do garimpo no Rio Arrow e vivencia um pouco das dificuldades e as alegrias que esses mineiros enfrentaram na longínqua Corrida do Ouro.
Auckland: a cidade das velas
Graças ao seu movimento intenso de regatas, Auckland é dinâmica. Aproveitar a cidade através das águas é excepcional, mas nessa viagem fiz diferente. Fui conhecer tudo pelo ar: saltando da torre símbolo de Auckland e mergulhando no infinito, de paraquedas. Alguns se amedrontam, outros têm pânico. No meu caso, foram risos e uma sensação de dever cumprido. Se soubesse que era tão bom o skydiving, não teria esperado tanto para fazer. Meu instrutor, Marius Vanderwalt, explicou os procedimentos de segurança e como deveríamos pousar. No voo duplo, tem que haver sincronia entre os dois para tudo ocorrer de forma harmoniosa. Quando o monomotor chega a 12.000 pés, passo a usar a máscara de oxigênio para compensar o ar rarefeito. O marcador aponta 16.500 pés, a janela se abre e logo dou de cara com o céu aberto e uma ventania barulhenta. Saltamos. O medo dos primeiros segundos logo passa e aproveito a descida a 130 km/h. Após quase dois minutos da queda livre, o paraquedas insufla. Desse ponto em diante é só contemplação das paisagens da ilha norte da Nova Zelândia.
Máquina do tempo
O meu voo de volta para casa, na classe Business Premier, do Boeing 777-200, da Air New Zealand, foi perfeito. São 11 horas de viagem, e a minha preocupação era com o fuso: será que me ajustaria rapidamente ao “horário do passado?”. Sim, pois o voo saiu de Auckland no domingo, às 20h, e chegaria em Buenos Aires às 16h30, do mesmo domingo! No jan-tar a bordo, escolho salada de frango, bife com purê e sorvete de sobre-mesa. Bônus: queijos neozelandeses para acompanhar o Sauvignon Blanc. O comissário de bordo prepara minha cama. Confortável, durmo por quase todo o voo. Desperto para o café da manhã. E pouco depois, pousamos em solo argentino. É hora do último voo dessa saga.
“Ka Kite Ano”, ou até a próxima vez, como dizem na Nova Zelândia!
SERVIÇO
Luciano Garcia viajou a convite do Turismo da Nova Zelândia. Agradecimento especial à Karem Basulto, gerente geral do Tourism New Zealand no Brasil; Marcelo Cobra, PR Manager; Carole Tredrea, PR Advisor que acompanhou a viagem e Renato Oliveira da LINKS WorldGroup.
www.tourismnewzealand. com.br
Quem leva?
A Air New Zealand voa direto para Auckland a partir de Buenos Aires e Santiago, operando em code-share com as companhias desses países que atendem as cidades brasileiras.
www.airnewzealand-br.com
Passeios
Skydive
www.skydiveauckland.com
Bungee Jump e Skyjump
www.bungy.co.nz
Voo de helicóptero pelos fiordes
www.glaciersouthernlakes.co.nz
Encontro com o Kiwi selvagem
www.stewartislandexperience.co.nz
Rota Cênica de Catlins
www.privatediscoverytours.co.nz
Observação de baleias
www.whalewatch.co.nz
Nado com os golfinhos
www.encounterkaikoura.co.nz
Safári na rota do ouro
www.nomadsafaris.co.nz
Passeio por Ulva Island
www.ruggedyrange.com
Onde ficar
Hotel The George
www.thergeorge.com
Hotel Montreal
www.hotelmontreal.co.nz
Hapuku Tree Lodge + Tree Houses
www.hapukulodge.com
Azur Lodge
www.PreferredHotels.com
Purepods
www.purepods.com