As melhores mesas de Nova York
É impossível resenhar cada restaurante da Big Apple. Mas o crítico de gastronomia do The New York Times, Pete Wells, chegou à sua lista dos 10 melhores restaurantes nova-iorquinos de 2017 escolhendo entre os que foram abertos nos últimos dois anos. E sua lista dos 10 tops de N.Y.City já é o parâmetro de muitos turistas que frequentam a capital do mundo regularmente e querem saborear novidades. Vamos a eles?
Por: Celso Arnaldo Araujo
Le Coucou
A casa do chef Daniel Rose e do restaurateur Stephen Starr revive o melhor da tradicional cozinha francesa de Nova
York – em clima amigável. Lá, ninguém te olhará torto se você não acertar na pronúncia do Boeuf Bourguignon. A carta de vinhos cobre a histórica relação de “appelations” francesas, a preços aceitáveis. E o chef Daniel espana a poeira dos clássicos do menu. O Linguado à Vérnique vem acompanhado de uvas des-cascadas e um molho de man-teiga defumada – uma versão renovada da receita ancestral. E assim segue o Le Coucou o Cuco, em português).
138 Lafayette Street, SoHo.
Günter Seeger NY
Só duas opções neste restaurante de comida europeia clássica – menu de 10 etapas (US$ 148) e de quatro etapas (US$ 98). Ambos mudam quase todos os dias, mas uma característica essencial da comida do chef alemão que dá nome à casa, e antes fez sucesso em Atlanta, é a “desconstrução” dos ingredientes. Um tartar de vieiras é uma das entradas mais degustadas. Entre os pratos principais, uma já famosa brandade de esturjão. É para iniciados.
641 Hudson Street, West Village.
Aska
Mais um restaurante nórdico no pedaço. Instalado num armazém de 1860, no fi nal da Williamsburg Bridge, no Brooklyn, o Aska tem duas estrelas Michelin e é comandado pelo jovem chef sueco Fredrik Berselius, que está entre
os adeptos de “menus sazonais”, com ingredientes da estação, como um pombo selvagem escocês. Seu menu-degustação com 19 etapas custa 215 dólares. A versão resumida, com 10, US$ 145. No porão, funciona um lounge casual com pequenos pratos – nenhum custando mais de 16 dólares.
47 South Fifth Street, Williamsburg, Brooklyn.
Mr. Donahue´s
Minúsculo restaurante retrô de balcão com atmosfera dos anos 40 e trilha de Frank Sinatra, entre outros toques
“antique”. Um achado. Por US$ 19,99, o freguês escolhe uma proteína transada (frango de rotisserie, almôndegas de peru, bolo de carne dry aged, bochecha de porco e truta americana) e três acompanhamentos espertos (batatas holandesas, rolo de carne alcachofras, ovos de pato, onion rings), além de molhos diversos (manteiga cowboy, mostarda de mel, alho com ervas, molho de pimenta). Não aceita reservas.
203 Mott Street, NoLIta.
Agern
Invasão da culinária nórdica no ultra novaiorquino Grand Central Terminal. O chef islandês Gunnar Gislason e o empreendedor Claus Meyer são multifacetados – ali instalaram também um food hall e um balcão de hot dog. Mas, segundo os críticos, o menu principal do Agern é o que vale perder o trem – com ingredientes regionais e técnicas de preparo ancestrais, mas super na moda, como carvão e vapor. O menu- degustação “campo e floresta” custa 140 dólares é um passeio pelo vegetarianismo essencial. O não-vegetariano sai a 165 – incluindo, por exemplo, um magnífico salmão defumado e tenra coxa de pato. Café da manhã, US$ 36. Pratos avulsos podem custar o preço de uma viagem de trem para bem longe de Nova York. Ovos fritos com batatas, bacon e salada, 28 dólares.
Grand Central Terminal, 89 East 42ndStreet, Midtown East
Le Coq Rico
O chef alsaciano Antoine Westermann comanda esse bistrot cuja grande atração, como o nome sugere, é a galinha. É uma rotisserie de frango – da melhor criação disponível nos Estados Unidos, aves abatidas já em idade madura, longamente alimentadas – que ganham uma “profundidade” de sabor inigualável. Pratos com pato e codorna, de vez em quando, aparecem no menu, assim como um foie gras que dizem ser fora de série, além de fígados de galinha supremos. Para quem gosta. Os preços não são pequ enos – mas as porções também não. Dá para dividir.
30 East 20th Street, Flatiron district
Hao Noodle and Tea by Madam Zhu´s Kitchen
Esqueça o nome da casa – nem os noodles nem o chá são as maiores atrações da casa. A cozinha contemporânea chinesa vai muito além desses ícones-clichê. Cuidado com a pimenta – a maioria dos pratos é bem quente. Os quatro menus têm os nomes das estações, cada um com sua filosofia.
401 Avenue of the Americas, Greenwich Village.
Olmsted
Comida americana bem transada, a cargo do chef Greg Baxtrom, que optou por uma cozinha menos gourmetizada, embora criativa. O crepe de cenouras e moluscos é um exemplo de entrada da casa. O frango da Guiné grelhado e confitado é memorável. Enquanto se espera uma mesa, há um jardim (para o verão novaiorquino, é claro) onde se pode tomar uma cervejinha e degustar uma tenra perninha de caranguejo.
659 Vanderbilt Avenue, Prospect Heights.
Llama Inn
Há uma onda de restaurantes peruanos em NY – assim como em São Paulo. Mas o chef Erik Ramirez faz do Llama Inn um lugar diferenciado. Seus ceviches – claro, o carro-chefe da casa – são excepcionais. E sua salada de quinoa – que não é especialmente atraente em outros menus – ali é quase obrigatória, o que dá a ideia da qualidade da casa.
50 Withers Street, Williamsburg, Brooklyn
Lilia
O menu só tem uma página, como é tendência nos dias de hoje, e a cozinha é italiana-informal – assim como o ambiente, bastante simples e despojado. Mas a casa da chef Missy Robbins vai além do que aparenta. Ela faz uma releitura de pratos tradicionais da mamma – mas com técnicas exímias, que acentuam o sabor de suas receitas. Entre as entradas, destacam-se frutos do mar grelhados em pequenas porções. Como pratos principais, só oito pastas (como o inhoque de ricota e o fettuccine com linguiça de cordeiro), dois pratos com peixe-espada e três pratos de carne: carneiro, vitela e coxas de galinha.
567, Union Avenue, Williamsburg, Brooklyn.