11 dicas de autobiografias para celebrar o Dia das Mulheres

O Dia Internacional da Mulher, comemorado todo dia 8 de março, é uma data que celebra as conquistas femininas e promove a reflexão sobre as lutas ainda em andamento. Uma maneira poderosa de homenagear as mulheres que marcaram a história é por meio de suas biografias, que revelam trajetórias de superação, coragem e transformação. Para inspirar e ampliar o conhecimento, selecionamos 11 autobiografias de mulheres incríveis que, com suas vidas e legados, impactaram ou continuam impactando o mundo.
1. Em busca de mim – Viola Davis
Neste livro da Editora BestSeller, a atriz Viola Davis compartilha sua trajetória, que vai de um apartamento caindo aos pedaços em Central Falls, Rhode Island, até os palcos de Nova York e além, percorrendo um caminho de busca por propósito, força e por se fazer ser ouvida em um mundo que não a percebia. Ao escrever o livro, refletiu sobre como as histórias das pessoas muitas vezes não recebem a atenção devida, sendo reinventadas para se encaixar em um mundo competitivo e crítico. Viola escreveu para aqueles que se sentem excluídos, para os que buscam entender e superar um passado complicado e alcançar a autoaceitação no lugar da vergonha, lembrando que a vida só vale a pena ser vivida se for encarada com honestidade radical e coragem para abandonar as máscaras e apenas ser… você. Em busca de mim é, assim, uma reflexão profunda, uma promessa e uma declaração de amor a si mesma, com o desejo de que sua história inspire os outros a revolucionar suas vidas de forma criativa e redescobrir quem eram antes que o mundo tentasse defini-los.
2. Rita Lee: Outra autobiografia
Rita pode ter tido de tudo, menos uma “vidinha besta”. E os últimos anos foram, sim, desafiadores. Ao mesmo tempo que o mundo passava por uma pandemia, ela foi diagnosticada com câncer no pulmão. Em um texto franco, ora cru e chocante, ora cheio de ironias, ora sutil e amoroso, Rita Lee não poupa detalhes de seu tratamento. Fala também da rotina, dos avisos do Universo, de seres de luz e dos caminhos que a vida tomou. Com franqueza e honestidade, ela pariu um segundo livro autobiográfico da Editora Globo Livros que vai mexer profundamente com o leitor. Nossa compositora maior está, sem dúvida, no panteão literário entre os grandes escritores. Ao nos entregar este livro, Rita é tomada de uma coragem que só não é superior ao amor que tem por seu público. Afinal, ela quis contar a ele, tim-tim por tim-tim, o que se passou.
3. Cher: A autobiografia
Depois de mais de setenta anos lutando para viver da forma que acreditava ser certa, Cher finalmente revela sua verdadeira história em um livro de memórias, publicado em duas partes e repleto de detalhes íntimos. Sua carreira é incomparável: foi a única mulher a liderar as paradas da Billboard por sete décadas consecutivas, vencer um Oscar, um Emmy, um Grammy e conquistar um prêmio no Festival de Cinema de Cannes. Sonhando, desde criança, em se tornar famosa, Cher cresceu em circunstâncias caóticas, cercada por cantores, atores e uma mãe que a inspirou, apesar do relacionamento difícil entre elas. Com a honestidade e o humor que são suas marcas registradas, Cher: a autobiografia (parte um) da Editora HarperCollins narra como essa “diamante bruto” teve sucesso e se tornou a superestrela que o mundo não pôde ignorar. Esta primeira parte das memórias acompanha o extraordinário começo de sua vida, desde a infância até seu encontro e casamento com Sonny Bono, revelando também o relacionamento complicado que os tornou famosos mundialmente, mas que, eventualmente, os separou. Cher: a autobiografia (parte um) revela a filha, a irmã, a esposa, a amante, a mãe e a superestrela, em uma vida tão imensa que não poderia caber em apenas um livro.
4. Vivienne Westwood
Ícone fashion, ativista, co-criadora do punk e avó, Vivienne Westwood coleciona originalidade e controvérsia. Aclamada pela crítica, esta é a autobiografia da mulher por trás da lenda que influenciou e continua inspirando milhões de pessoas há mais de cinco décadas em várias frentes da cena cultural. No livro da Editora Anfiteatro, escrito em parceria com o premiado biógrafo Ian Kelly, a estilista britânica revê os acontecimentos, as pessoas e as ideias que deram forma a sua vida extraordinária e conta, com honestidade e paixão, sua história. O livro foi apontado como uma das melhores biografias de moda dos últimos anos, considerado “honesto, envolvente e vívido”, pelo Harold Tribune, entre outros elogios.
5. Uma autobiografia – Agatha Christie
Apesar de ter tornado seus personagens Hercule Poirot e Miss Marple conhecidos por milhões de leitores ao redor do mundo, Agatha Christie morreu mantendo sua vida pessoal escondida do público. Até que, após sua morte, o silêncio foi finalmente quebrado com a publicação de Uma autobiografia da Editora HarperCollins, obra que ela escreveu ao longo dos anos. Desde a infância, passando pelos dois casamentos e o serviço voluntário na Segunda Guerra Mundial, a Rainha do Crime retrata, em seu estilo único, os momentos mais importantes da trajetória fenomenal que a consagrou como autora de alguns dos livros mais vendidos em toda a história.
6. Minha História – Michelle Obama
Com uma vida repleta de realizações significativas, Michelle Obama se consolidou como uma das mulheres mais icônicas e cativantes de nosso tempo. Como primeira-dama dos Estados Unidos — a primeira afro-americana a ocupar essa posição —, ela ajudou a criar a mais acolhedora e inclusiva Casa Branca da história. Ao mesmo tempo, se posicionou como uma poderosa porta-voz das mulheres e meninas nos Estados Unidos e ao redor do mundo, mudando drasticamente a forma como as famílias levam suas vidas em busca de um modelo mais saudável e ativo, e se posicionando ao lado de seu marido durante os anos em que Obama presidiu os Estados Unidos em alguns dos momentos mais angustiantes da história do país. Em suas memórias, um trabalho de profunda reflexão e com uma narrativa envolvente, Michelle Obama convida os leitores a conhecer seu mundo, recontando as experiências que a moldaram — da infância na região de South Side, em Chicago, e os seus anos como executiva tentando equilibrar as demandas da maternidade e do trabalho, ao período em que passou no endereço mais famoso do mundo. Com honestidade, ela descreve, no livro da Editora Objetiva, seus triunfos e suas decepções, tanto públicas quanto privadas, e conta toda a sua história, conforme viveu — em suas próprias palavras e em seus próprios termos..
7. A mulher em mim – Britney Spears
Em junho de 2021, o mundo inteiro ouvia Britney Spears falar, publicamente, em uma corte perante uma juíza. O impacto ao compartilhar a sua voz ― a sua verdade ― foi inegável e mudou o curso tanto de sua vida como a de inúmeras outras pessoas. A mulher em mim revela pela primeira vez a incrível jornada e a força interior de uma das maiores artistas da história da música pop. Escrita de forma sincera, direta e humorada, a inovadora autobiografia de Britney Spears, da Buzz Editora, esclarece o poder duradouro da música e do amor ― e a importância de uma mulher contar a sua própria história, em seus próprios termos, finalmente.
8. Uma Autobiografia – Angela Davis
A Boitempo Editorial publica pela primeira vez no Brasil Uma autobiografia, de Angela Davis. Lançada originalmente em 1974, a obra é um retrato contundente das lutas sociais nos Estados Unidos durante os anos 1960 e 1970 pelo olhar de uma das maiores ativistas de nosso tempo. Davis, à época com 28 anos, narra a sua trajetória, da infância à carreira como professora universitária, interrompida por aquele que seria considerado um dos mais importantes julgamentos do século XX e que a colocaria, ao mesmo tempo, na condição de ícone dos movimentos negro e feminista e na lista das dez pessoas mais procuradas pelo FBI. A falsidade das acusações contra Davis, sua fuga, a prisão e o apoio que recebeu de pessoas de todo o mundo são comentados em detalhes por essa mulher que marcou a história mundial com sua voz e sua luta. Questionando a banalização da ideia de que ‘o pessoal é político’, Davis mostra como os eventos que culminaram na sua prisão estavam ligados não apenas a sua ação política individual, mas a toda uma estrutura criada para criminalizar o movimento negro nos Estados Unidos. Além de um exercício de autoconhecimento da autora em seus anos de cárcere, nesta obra encontramos uma profunda reflexão sobre a condição da população negra no sistema prisional estadunidense.
9. Tina Turner: Minha história de amor
Desde a infância em Nutbush, Tennessee, até sua ascensão à fama ao lado de Ike Turner e depois o sucesso fenomenal na década de 1980 e além, Tina examina abertamente sua história pessoal, desde suas horas mais sombrias até seus momentos mais felizes. Minha história de amor da Editora Best Seller é uma história explosiva e inspiradora de uma mulher que se atreveu a quebrar todas as barreiras colocadas em seu caminho, colocando em páginas a mistura de força, energia, coração e alma que é a marca registrada de Tina. Suas memórias são fascinantes e emocionantes como qualquer um de seus maiores sucessos.
10. Prólogo, ato, epílogo: Memórias de Fernanda Montenegro
Em Prólogo, ato, epílogo: Memórias da Companhia das Letras, Fernanda Montenegro narra suas memórias numa prosa afetiva, cheia de inteligência e sensibilidade. Com sua voz inconfundível, ela coloca no papel a saga de seus antepassados lavradores portugueses, do lado paterno, e pastores sardos, do lado materno. Lidas hoje, são histórias que podem parecer um “folhetim. Ou uma tragédia” ― gêneros que a atriz domina com maestria. Na turma de jovens que circulavam pela rádio estava Fernando Torres, que ela reencontrou nos ensaios da peça Alegres canções na montanha, quando começaram a namorar. Fernando largou a Panair, Fernanda largou a Berlitz, e o casal se entregou de corpo e alma à arte, paixão de uma vida. Constituíram uma família e realizaram juntos um sem-número de peças, ao lado dos principais nomes do teatro brasileiro. Em páginas de grande emoção, ela relembra os desafios de criar os filhos sobrevivendo como artistas; a busca permanente pela qualidade; a persistência combativa durante os anos de chumbo; a capacidade de constante reinvenção; o padecimento de Fernando; o inesperado sucesso internacional nos anos 1990; a crença na terra que acolheu seus antepassados imigrantes e a devoção por esse país. Fernanda encarna o melhor do Brasil. Não surpreende que alguém que passou a vida memorizando textos tenha desenvolvido notável capacidade de rememorar com sutileza fatos ocorridos décadas atrás. A atriz que há anos encanta multidões em palcos e telas pelo mundo agora se mostra uma contadora de histórias de mão-cheia.
11. Eu sou Malala
Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz. Eu sou Malala da Companhia das Letras, é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã. Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente.
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POR Beatriz Freitas
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