A ruiva do momento
A atriz Michelle Batista vive uma fase de sucesso nacional e internacional na TV e no cinema
A atriz Michelle Batista comemora uma fase de sucesso incrível. Ela interpreta Magali, uma das três protagonistas do seriado brasileiro da HBO, “O Negócio”, sobre o mercado de prostituição de luxo. Já em sua terceira temporada, a série conquistou reconhecimento nacional e é sucesso em toda a América Latina e nos Estados Unidos.
Michelle também está em cartaz com o filme “Zoom”, de Pedro Morelli, que conta com a participação de Mariana Ximenes, Claudia Ohana e dos internacionais Alison Pill, Jason Priestley e Gael García Bernal. A produção, toda feita em inglês, foi um grande sucesso durante sua exibição na 40ª edição do Festival de Toronto, no Canadá. Michelle nos conta detalhes desse momento nesta entrevista exclusiva.
Você começou na TV como a Clarisse, em Malhação que, pelo visto, tem sido o começo da carreira de muitos atores na emissora. Foi assim com você?
Sim, foi o começo do meu trabalho na televisão. Eu já fazia teatro desde os 14 anos, mas Malhação foi a minha primeira experiência na TV. Foi um aprendizado incrível porque é uma série onde os protagonistas são adolescentes, então a gente tinha uma demanda grande de cenas e situações das mais diversas para criar. Entendi muito como funciona esse universo de filmagem e sem dúvida me ajudou a ter segurança nos trabalhos que vieram a seguir.
Depois de outras participações, você considera que está no seu melhor momento como a personagem Magali, uma das protagonistas de “O Negócio”, da HBO?
A Magali, sem dúvida, é uma personagem que vai ficar marcada na minha história profissional. É a primeira protagonista que interpreto e é diferente de tudo que já fiz antes. A série ganhou uma projeção até maior do eu esperava, enfim, existem muitos motivos que me levam a ter um carinho enorme por esse trabalho. Mas, como atriz, a gente sempre acha que a melhor personagem é a próxima, risos. Estamos sempre em busca de novos desafios.
Uma produção brasileira que faz sucesso na HBO é um diferencial, que te faz ser vista na América Latina e nos EUA. Como você vê essa exposição nacional e internacional?
Essa série já é um marco na HBO Brasil. É a primeira produção nacional que chega até a terceira temporada e que faz tanto sucesso fora do país também. Como brasileira é maravilhoso mostrar para o mundo que o Brasil também é capaz de fazer de suas séries um produto de exportação de qualidade. “O Negócio” é transmitido em mais de 20 países e eu fico muito honrada em fazer parte dessa história. Recebo muitas mensagens na internet de fãs da série pelo mundo. E percebo que a cada temporada nosso público aumenta.
O universo da prostituição de luxo é o pano de fundo da produção. Que paralelo você faz da temática no seriado e na vida real?
O universo da prostituição é tema recorrente na dramaturgia. Mas os filmes e séries, na maioria das vezes, mostram o submundo da prostituição (que é uma realidade) e não o restrito mercado de luxo. E esse mercado de alto luxo é tão real quanto, só que muito menos conhecido do grande público. A história de “O Negócio” é um enredo que se passa em São Paulo, mas que poderia se passar em qualquer outra grande cidade como, por exemplo, Nova Iorque e Tóquio. O que destaca a série das demais é justamente o fato de retratar uma história universal, que fala da profissão mais antiga do mundo, de uma maneira inovadora.
Você mudou seu visual para viver o papel. Gostou de virar uma ruiva? Ficou diferente da sua irmã gêmea?
Eu e a Gi (minha irmã gêmea) já adotamos visual diferente faz muitos anos, a última vez que ficamos parecidas foi pra fazer o Clandestinos (a série e a peça). Desde então a gente sempre se reveza nas cores de cabelo. Quando eu fiquei loira para primeira temporada de O Negócio, a Gi, que na época estava loira, ficou morena. Depois, eu acabei mudando de novo e ficando ruiva para temporada seguinte. Acho que eu já me acostumei com essas mudanças e, no fim das contas, acredito que isso me ajuda a criar personagens novos.
Você também enveredou pelo cinema com o filme “Zoom”, de Pedro Morelli. O longa fez uma trajetória parecida, sendo exibido no Brasil após participar do Festival de Toronto. Mas a produção foi toda feita em inglês, formatada para o mercado internacional. Como foi essa experiência?
Foi uma experiência incrível fazer parte dessa produção. O mercado internacional nunca foi um objetivo para mim. As coisas foram acontecendo naturalmente e eu vou aproveitando as oportunidades. Quero fazer bons personagens, seja no Brasil ou fora dele. E mais uma vez é um filme brasileiro, com diretor brasileiro, maior parte do elenco daqui também, fazendo sucesso mundo afora. Um orgulho!
No filme, você atua ao lado de Mariana Ximenes, Claudia Ohana e Gael García Bernal. Como foi essa experiência de contracenar com um ator talentoso e reconhecido no mundo todo como o Gael?
Eu fui muito bem recebida pela equipe e todos os atores. A produção foi tão disponível e generosa que a gente nem sentiu o peso da responsabilidade. Participar de um filme ao lado de atores que a gente sempre admirou é fantástico.
Quais são seus planos mais imediatos e os futuros?
Eu estou num projeto teatral no Rio chamado Contos de Amor e Morte. A gente terminou uma curta temporada na cidade e provavelmente voltaremos em breve numa temporada mais longa. Tenho trabalhado muito mais na TV por conta das séries, então para o futuro, gostaria de novos desafios no cinema.