Quem é Vivi Cake, a confeiteira com mais de 11 milhões de seguidores na internet
Se você navega pelas redes sociais, certamente já foi impactado por um vídeo da Vivi Cake, confeiteira paranaense que mora em São Paulo e ganhou fama com seus bolos realistas, nos mais variados formatos – frutas, legumes, bolsas, pets… Apesar de a confeitaria ter entrado em um momento difícil da sua vida, por volta dos 25 anos, Vivi logo percebeu que tinha talento e foi se aprimorando sozinha, assistindo conteúdos na internet. “Eu acho que desde quando alcancei o fogão, já assei meu primeiro bolo. Mas foi por necessidade que comecei a fazer para vender. Não sabia fazer bolos superconfeitados e tive que ir aprendendo sozinha. Sempre gostei trabalhos manuais e se fosse com jeitinho, ia conseguir fazer bolos bem bonitos. Acho que deu certo, né?”, relembra Vivi, que é formada em Psicologia.
Aplicada, começou a divulgar os bolos que fazia nos seus perfis do Instagram e do Tik Tok, que acabaram viralizando. Atualmente, ela soma mais de 11 milhões de seguidores em suas redes, um verdadeiro fenômeno que a fez ultrapassar os limites da internet e ir para a televisão aberta, em um quadro no programa da Eliana, no SBT, o É Doce ou Não é. “O convite para o programa da Eliana foi uma das coisas mais marcantes que aconteceu na minha carreira. Foi bem no momento que estava me mudando do Paraná para São Paulo. A gente fez um teste para ver o que o público ia achar e o público amou de primeira. Aprendo todos os dias estando na TV. Quando você grava para a rede social, geralmente é o celular e você. Sou eu que faço roteiro, gravo, edito. Na TV, não. São várias pessoas trabalhando. Tenho diretor, produtor, câmera, editor. Para mim, é um estágio. E tem também a Eliana, maravilhosa, que tem muita bagagem, muitos anos de experiência, e é, sem sombra de dúvida, uma das maiores apresentadoras do Brasil. É uma honra estar do lado dela e aprendendo a cada dia. É um divisor de águas dentro da minha profissão.”
Confira a seguir a entrevista exclusiva que Vivi concedeu para a GoWhere:
Quando começou sua carreira como confeiteira?
Começou no final de 2014 por conta de uma crise financeira que estava passando. Comecei a fazer bolinhos de pote para vender de porta em porta. Gostei da brincadeira e as pessoas gostaram do sabor. E muito rápido, fui assistindo vídeos e me arriscando na confeitaria artística. Tomei gosto pela coisa. E em dois, três meses eu estava trabalhando apenas com bolos artísticos.
Fez cursos na área para se aperfeiçoar?
Eu sempre gostei muito de cozinhar, cresci em uma família em que as mulheres eram criadas para isso, para cozinhar, mas eu acabei gostando mesmo da cozinha. Não fiz cursos na área porque, quando comecei, estava sem dinheiro. Eu não tinha muito para investir! Fui assistindo vídeo aulas, me arriscando. Com tentativa e erro… Aprendi muito com os meus erros.
Você viralizou nas redes com seus bolos realistas. Como surgiu essa ideia?
Já fazia bolos realistas para vender, mas queria que as pessoas me conhecessem um pouco mais. Eu já tinha uma certa quantidade de seguidores no Instagram, cerca de 20 mil. Queria que o pessoal da confeitaria me conhecesse porque não queria viver só da venda de bolo, queria, de repente, lançar uma marca, algum produto dentro do mundo da confeitaria. Fiz para atingir esse público da confeitaria e acabei atingindo todas as pessoas e ganhando o mundo.
Você lembra qual foi o primeiro vídeo que viralizou e qual foi a sensação?
Lembro, com certeza! Foi o feed de uma coxinha, que na verdade era um bolo no formato de uma coxinha. Foi um dos primeiros vídeos que postei. Quando comecei a minha brincadeira na internet e eu perguntava para as pessoas: “será que é um bolo ou uma coxinha?”, as pessoas começaram a engajar muito. Bateu no Tik Tok mais de um milhão de pessoas! Nunca imaginei que as pessoas fossem ter tanto interesse em bolo e lembro da minha sensação de felicidade porque estava conseguindo o que eu queria – que o Brasil conhecesse a minha arte! Em um curto espaço de tempo o mundo conheceu a minha arte. Foi muito prazeroso para mim.
Como escolhe suas criações: os seguidores pedem para você fazer bolo em algum formato ou decide isso sozinha?
Tudo que vejo, penso que posso transformar em bolo. Gostaria de ter 100 horas por dia para conseguir fazer todas as coisas que passam pela minha cabeça. Mas também ouço muito os meus seguidores. E muitas vezes tento até agradar mais os seguidores do que fazer o que passa na minha cabeça. Eu penso em bolo meio que 24 horas por dia.
Quanto tempo demora para fazer um bolo realista?
Depende muito. Tem bolos que consigo fazer dentro de duas a três horas, quando é uma coisinha pequenininha, mas já tive bolos como, por exemplo, o elefante e o jacaré, que demorei mais de uma semana para executar.
Quais os planos para este ano?
Este ano tenho planos bem pessoais. Quero viajar muito, conhecer o mundo, porque em 2022, tomei um susto na minha vida: tive um diagnóstico de câncer de útero. Já estou com mais de um ano de remissão, estou muito feliz. Tenho certeza que o câncer serviu só como um professor na minha vida, como uma forma de aprendizado. Eu amo o meu trabalho, amo o que eu faço, mas quero conhecer o mundo, se Deus me permitir. Eu estou bem focada em viver bastante minha vida e levar isso para as pessoas também. Quero cada vez mais mostrar um pouco mais da Vivi. E não só a Vivi Cake como cake designer, mas a Vivi Cake como pessoa que gosta de se comunicar, de brincar, de se vestir de forma diferente, de festa, de viagens, que aprende, que erra…Eu espero que as pessoas gostem e aceitem muito bem isso.
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POR Cibele Carbone
FOTOS Divulgção/Karine Brito