Ofner equilibra tradição e tendências do mercado desde 1952
 
									Inaugurada em 1952 pela imigrante húngara Anna Ofner, a confeitaria que começou como uma loja na rua Barata Ribeiro, na Bela Vista, tinha como especialidade diversas receitas açucaradas do leste europeu. Uma das mais icônicas (e presença obrigatória na vitrine até hoje) é o Apfelstrudel, em que uma massa filo, de espessura finíssima, envolve um recheio de maçã verde, uva-passa e canela, e é finalizada por uma fina camada de açúcar de confeiteiro. Duas décadas depois da abertura, em 1972, a marca foi vendida para a família Martins da Costa, que segue à frente do negócio até hoje. Naquela altura, a Ofner era uma pequena fábrica com duas lojas, mas o crescimento exponencial veio na década seguinte, quando foi adquirido um amplo terreno no bairro do Socorro, onde se localiza a fábrica de nove mil metros quadrados. É de lá que saem os cerca de 650 produtos do portfólio da marca. “Eu brinco que a gente só não fabrica a Coca-Cola. Mas o resto a gente faz aqui”, diz o sócio e diretor de produção da Ofner, Alexandre Martins.
Além de abastecer as 27 lojas próprias – uma nova unidade será inaugurada em breve no shopping Cidade São Paulo –, a fábrica da Ofner também ficou famosa pelo panetone. Não só pelos da linha de fim de ano da marca, mas pelos panetones de marcas como Lindt, Dengo e Kopenhagen. “No início dos anos 2000, o mercado cresceu muito. Um panetone recheado, com uma embalagem bonita, virou uma opção de presente que é capaz de agradar aos mais variados públicos”, afirma Martins. A Ofner trabalha tanto no desenvolvimento do produto do zero quanto na reprodução da receita enviada pelo cliente. “Só não fazemos concessões em relação à qualidade da matéria-prima. Afinal, os produtos saem com o nosso nome na descrição da embalagem”, assegura o diretor de produção da marca.

FOTO: Daniel Cancini
Além de confeitaria
Embora seja conhecida pelas sobremesas, a Ofner vai além do conceito de confeitaria. “Duas décadas atrás, nós contratamos uma pesquisa sobre a marca e a conclusão é que somos tudo e não somos nada ao mesmo tempo. Não é maravilhoso?”, comenta Martins. Além de doces como a éclair e as mil-folhas (alguns dos legados deixados por Anna), a rede também é conhecida por salgados como a coxinha, que é uma das campeãs de vendas da Ofner – são três mil unidades produzidas ao dia. Itens para o café da manhã, almoço e jantar também foram introduzidos no cardápio. “O cliente tem o momento ‘eu mereço um doce’, mas ele também precisa de uma solução para outros momentos do dia, seja para o café da manhã, almoço ou jantar”, explica Martins. A era digital também promoveu grandes mudanças no comportamento da clientela da Ofner, que passou a utilizar com frequência o e-commerce e o delivery para fazer suas compras. E são as redes sociais que ditam as tendências. “Hoje, um confeiteiro cria algo do outro lado do mundo, posta e se torna um viral. Temos que acompanhar”, diz Martins, que cursou gastronomia e confeitaria na Le Cordon Bleu de Paris, e coordena o desenvolvimento de novos produtos da marca. “Não copiamos, mas fazemos a nossa própria versão“, ressalta. Além de trends como o pistache e o chocolate Dubai, que ganhou versão própria na Ofner, a vitrine traz algumas novidades como a Banoffee: com massa amanteigada, banana-nanica, doce de leite, cremoso de chocolate branco com baunilha e chocolate caramelizado, é decorada com uma banana feita de chocolate com recheio de doce de leite. Outros exemplos são a Choux cream Baileys, com massa choux e recheio de creme com o licor, e a Cheesecake berry rosé, com cream cheese, recheio e cobertura de geleia de morango e rosas. Com mais de sete décadas de história, a Ofner se mantém na memória afetiva de muita gente. “É comum ouvirmos os clientes contando que frequentavam a Ofner desde criança com a avó, que conheceram o primeiro namorado aqui. Fizemos parte de momentos inesquecíveis da vida deles”, diz Martins.

FOTO: Daniel Cancini
Ofner
Rua Olívia Guedes Penteado, 375 –  Socorro
Tel.: (11) 5693-8637 
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POR Cintia Oliveira
FOTOS: Daniel Cancini

