Alê D’Agostino inaugura bar de alta coquetelaria na capital paulista
Em São Paulo sempre há espaço para um bar de alta coquetelaria — sobretudo quando a casa nasce de uma virada pessoal de Alê D’Agostino, um dos nomes mais influentes da coquetelaria paulistana. O Coda — batizado com um termo musical que remete à conclusão, mas também a um desfecho diferente — simboliza o momento em que Alê D’Agostino reajusta a rota e volta para a cena com um negócio seu. Instalado na Rua Barão de Tatuí, 223, na Vila Buarque, o bar nasce com a proposta de ser destino certo para amantes da coquetelaria, seja para um drink pós trabalho antes de seguir pra casa quanto para quem escolhe o balcão para celebrar datas especiais. “A ideia é simples: cada cliente deve sair com a sensação de que valeu a pena ter ido até lá”, diz D’Agostino.
O Coda não se pretende exclusivo nem intimidante — é um bar para todos, desde quem busca um clássico executado com precisão até quem quer descobrir algo novo. A atmosfera ajuda: paredes de cimento convivem com sofás confortáveis, luz baixa e mesas próximas o suficiente para criar intimidade, mas sem afastar o movimento. O piano, que integra o salão, não está ali como adorno: vez ou outra deve ganhar vida com pequenas apresentações, reforçando a essência musical do lugar.

FOTO: Divulgação/Karim Rojas
A consultoria A/C – Aos Cuidados, de Ana Paula Montesso e Carolina Oda, esteve à frente de todas as etapas do projeto. A carta abre com doze autorais. Entre eles, o Che com Infusione — um blend de chás infusionado em cachaça e carbonatado; o Marzini, à base de gin, jerez oloroso, infusão de amêndoas e bitter; o Sgroppa, que combina sorbet de limão, vodca, Campari e espumante; e o Hell Yeah, com whisky, extrato de pimenta, açúcar, baunilha, vermute bianco e água com gás. Há ainda o Kimchi Old Fashioned, feito com calda de caramelo com kimchi, bitter, bourbon e espumante, além de duas versões de Negroni: a floral — com gin infusionado com flores, vermute bianco, saquê, Campari e Luxardo — e a Jerez, com gin, vermute bianco, Campari e jerez fino.
Na sequência, o menu traz quatro coquetéis não alcoólicos — Apple 0 Martini, Nero, Piña e Mimosa de Café, além de uma seleção de quinze clássicos – evidentemente Dry Martini, drink ao qual Alê é fã e mestre.
Depois da sessão “saudades, Apothek!”, aparece uma surpresa feliz: os sete drinques mais emblemáticos do bar anterior de Alê, fechado em 2019. São eles: Rye Rye Darling, Amaro Crazy Mxfx, Eva Green, Italiano in Spain, Toni’s New Tuxedo, Oiled e Maid-O, que completam com maestria o repertório do Coda.

FOTO: Divulgação/Karim Rojas
Para acompanhar, as criações da consultora chef Laila Radice fazem bonito. Quem prefere algo para petiscar pode apostar no patê de foie com mostarda de Cremona, na croqueta de camarão com molho de pimenta gochujang ou nas Lipe’s Fries — fritas com duo de aioli, na versão tradicional ou com missô. Para quem quer jantar, a Pasta Alla Vodka com burrata, o Coda Parmentier — rabada desfiada com purê de batata — e os sanduíches são escolhas certeiras: Toni a Milanesa (mignon com tomate assado e dijon), Kata Melt (cheeseburguer com fritas) e Tuca Sando, de atum com furikake de wasabi.
É atrás do balcão de mármore, ladeado por seis bancos de couro, que Lívio Poppovic — parceiro de D’Agostino nos tempos do Apothek — assume as coqueteleiras. A presença dele não é detalhe, mas parte da espinha dorsal da casa. “Não existia a menor chance de ser outra pessoa”, diz Alê.
“Há dois anos viajei com meu filho para Miami para visitar uns amigos. Lá fomos em um bar muito bacana que me bateu uma saudade de ter o meu novamente. Evidentemente, naquela época não tinha a menor ideia de que isso iria acontecer. Alguns meses atrás, apareceu a oportunidade de investimento. Não tive como negar. Estou feliz, ao mesmo tempo ansioso, de estar em um negócio meu mais uma vez”, diz Alê.
Rua Barão de Tatuí, 223 – Vila Buarque – São Paulo
_________
FOTOS: Divulgação/Karim Rojas

