O cirurgião plástico Egídio Martorano Filho fala sobre as novas tecnologias da cirurgia plástica
Nascido em Santa Catarina, ele transformou duas cidades de seu estado natal – a capital Florianópolis e o Balneário Camboriú, onde atende pacientes de todo o Brasil, em busca da cirurgia plástica brasileira Triple A. Há quatro anos, o Dr. Egídio Martorano Filho trouxe sua arte a São Paulo – combinando um refinado bom gosto com a mais alta tecnologia do segmento. Ele se impõe, nos limites de sua clínica, pelos magníficos resultados obtidos, que impressionam os que ainda associam uma plástica facial, por exemplo, com um antinatural esticamento da pele. Nesta entrevista exclusiva à revista Go Where, o Dr. Egídio ressalta o notável papel em sua carreira de seu mestre supremo, o lendário Dr. Ivo Pitanguy – e revela alguns dos segredos que fazem de seu bisturi, combinado com robôs, células-tronco, laser e energia ultrassônica, entre outros recursos, o caminho mais curto para o rejuvenescimento e a sensação de traços corporais perfeitos. Um deles é o amor pela profissão. Ele opera de domingo a domingo.
Filho de um cirurgião-geral que também fez nome na política de seu estado, a influência do pai em sua carreira é evidente: “Desde pequeno eu o acompanhava nas altas hospitalares”, ele recorda. Mas Egídio Filho iniciou bem cedo seu voo-solo. Por que a plástica? “Eu sabia que queria fazer algum tipo de cirurgia. O bisturi me fascinava”. O pai gostaria que ele se especializasse em Oftalmologia – e eles já tinham conquistado uma bolsa para o rapaz estudar na Espanha e Los Angeles. “Eu teria um futuro brilhante”. Desistiu na última hora. O pai, chateado, o advertiu, a seu modo: “Cavalo encilhado só passa uma vez na vida”. Mas Egídio iria cavalgar confortavelmente em outra especialidade, depois de três anos de residência em cirurgia-geral, no hospital da Lagoa, Rio. Ok, mas e a especialidade? “Qual era o principal lugar no mundo para se especializar em cirurgia plástica? O Brasil”.
Graças a quem?
“Ao Dr. Ivo Pitanguy, o maior nome da cirurgia plástica”. No Brasil? “Não, no mundo. Desenvolveu mais de 20 técnicas”. Para se ter uma ideia de seu prestígio: ser médico-residente na Clínica Pitanguy, naqueles anos 90, era mais difícil do que ganhar uma bolsa para cursar medicina em Harvard. O jovem Egídio conseguiu um lugar privilegiado naquela clínica gloriosa da Rua Mariana, bairro de Botafogo, no Rio? Sim, não apenas como médico–residente, mas como chefe dos residentes. Na clínica particular, eram somente três ou quatro privilegiados por ano, para se ter uma ideia da fama do pontificado de Pitanguy – e Egídio seria chefe deles. Os demais iam para o serviço público de Pitanguy na Santa Casa do Rio. O médico catarinense, aliás, levou a expressão “residente” ao pé da letra: ele literalmente morou na clínica por quatro anos, respirando plástica 24 horas por dia. Um período de intenso aprendizado e aperfeiçoamento – não só na técnica como na “ideologia” da cirurgia estética com a assinatura Pitanguy: melhorar a aparência, sem forçar a barra e com o mínimo de trauma cirúrgico, através de técnicas cada vez mais sofisticadas. Isso lhe valeria para toda a vida – e para seu sucesso profissional.
De volta à terra natal, a caminho das 20.000
Essa gloriosa temporada carioca e pitanguiana seria influência decisiva para sua brilhante carreira. “Era tudo num homem só: a melhor técnica do mundo, com elegância, finesse e vontade de ensinar e transmitir”. Foi o primeiro plástico a atrair a mais refinada elite do país – e, por que não, do mundo. Segundo Egídio, Pitanguy chegou a operar reis e rainhas. Mais? A então mais festejada star do cinema americano: Elizabeth Taylor. Ninguém fico sabendo disso à época – mas todos à volta delas, certamente, devem ter notado alguma diferença, para melhor, na estética facial dessas pacientes, poderosíssimas em seus respectivos mundos, sem especular que tivessem feito uma plástica. Seria a marca registrada das plásticas de Pitanguy uma obra de arte? Talvez, mas ele fazia uma ressalva: “O cirurgião enfrenta limitações que o pintor não tem com suas tintas”. Em suma, o que ele aprendeu com o mestre? “Técnicas, lições de vida, amor pela natureza e pela cirurgia”. Bem, depois da preciosa especialização na escola Pitanguy, Egídio retornou a Santa Catarina. Seus conterrâneos o mereciam – e lá, à época, havia poucos plásticos. Ele instalou, como primeiro passo, o primeiro Centro de Videocirurgia da Face – um núcleo já comandado pela principal filosofia da especialidade: o máximo de resultado, com um mínimo de intervenção. E a maior parte das cirurgias plásticas deve seguir essa doutrina – o que não exclui a possibilidade de uma agenda carregada. O número é impressionante: o Dr. Egídio está para completar 20 mil cirurgias realizadas em 30 anos de especialidade. De rejuvenescimento facial – sua favorita e com resultados realmente impressionantes – já foram cinco mil. Se quisesse parar, pararia – fácil. Mas não quer. Acaba de adquirir uma aeronave King Air C90, que vai facilitar seu deslocamento – agora que também atende em São Paulo – e até, eventualmente, o de pacientes especiais vindos de outros estados. Os dois filhos de Egídio, a dermatologista Thayná Bornhausen e o estudante de medicina Pedro Egídio, seguiram os passos do pai – mas a grife 5 estrelas Martorano ainda pode ser independente.
Técnicas cada vez mais eficiente
A fama de Egídio não é à toa em sua especialidade e junto aos pacientes AAA, especialmente em Camboriú, para onde se mudou parte da elite econômica brasileira, sobretudo no campo do agronegócio. Os “antes e depois” não são divulgados por ele, que segue com rigor as normas éticas dos conselhos de medicina, mas pelos próprios operados – que se empolgam com os novos traços e as novas medidas. Fila de espera? Egídio é realista: “Nenhum cirurgião tem fila de espera. Isso é mito”. Volta a ressaltar que opera de domingo a domingo. Por que esse trabalho over? “Meu prazer maior é operar”. No Dia dos Pais lá estava ele, no centro cirúrgico. “Operando um pai árabe”. Aliás, os pacientes homens são responsáveis por 30% das cirurgias do Dr. Egídio. “Eles estão cada vez mais vaidosos, inclusive idosos”. Face, pálpebra, nariz, muita lipo. A mulher, claro, compõe os demais 70%. Ele observa: “A mulher de 60 é a nova de 40. Hoje há mulheres se separando com 60 anos, que querem iniciar novo ciclo de vida com uma aparência renovada”. Bem, aí se detecta a necessidade de técnicas cada vez mais sofisticadas – e, nessa seara, Egídio segue seu mestre à risca, desenvolvendo sistematicamente novas abordagens. Na face, claro, são técnicas minimamente invasivas – como a cirurgia robótica e o implante de células-tronco derivadas de células de gordura. Poucos especialistas utilizam essa técnica – mas quem o faz, como o Dr. Egídio, é incensado pelos pacientes. É claro que a segurança dessas cirurgias avançadas depende muito do ambiente onde elas são realizadas. Não por acaso, em São Paulo o Dr. Egídio Martorano opera em dois hospitais – Albert Einstein e Sírio-Libanês. Depois do rejuvenescimento da face, a intervenção mais praticada nas clínicas do cirurgião é a de Contorno Corporal – que inclui lipoescultura e mamoplastias – pela robótica associada. Os robôs-cirurgiões são hoje aliados indispensáveis da Plástica. Indispensável também o bom senso: às vezes, diante de um pedido de intervenção, o cirurgião é obrigado a dizer “não” e, diante da insistência, recomendar: “Procure outro cirurgião”. É o caso da notória ocorrência da chamada “dismorfofobia”- uma preocupação obsessiva, e não real, com partes do corpo que parecem normais aos olhos do médico. Operar não é tudo. Não é sempre. Essa filosofia também faz parte da receita do megassucesso do Dr. Egídio Martorano Filho.
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POR Celso Arnaldo Araujo
FOTOS: Moisés Pazianotto e Acervo Pessoal
PRODUÇÃO: Mariano Gallo