Juca de Oliveira relança a peça A Flor do Meu Bem-Querer no Teatro Opus Frei Caneca
Para comemorar a reinauguração do Teatro Frei Caneca, agora sob direção da Opus Entretenimento, o ator Juca de Oliveira relança a peça Flor do Meu Bem-Querer, um verdadeiro clássico de sua dramaturgia com texto atual e o mesmo senso de humor que utiliza questões políticas como mote.
A Flor do Meu Bem-Querer – que é estrelada por Juca de Oliveira, Rosi Campos, Léo Stefanini, Nilton Bicudo, Juliana Araripe, Natallia Rodrigues, Daniel Warren e Angela Dippe (locução em off) – é uma comédia de costumes humana e extremamente realista, que retrata com sensibilidade o contraste entre o homem simples do campo e o corrompido político da capital.
Montada em 2003 e com temporada de muito sucesso no antigo Teatro Cultura Artística, a Flor do Meu Bem-Querer foi reescrita por Juca de Oliveira – que interpreta Nhô Roque – e ganhou atualizações dos dias de hoje, o que promete arrancar muitas risadas do público do teatro nacional. A direção dessa nova montagem fica por conta de Léo Stefanini, que também cuida do cenário e interpreta o Senador Zé Otávio. Além de Léo, um grande elenco foi escalado.
A história
Nhô Roque vive o drama da afilhada que engravida do Senador com poucas perspectivas de que o filho seja reconhecido pelo pai. A Fazenda Bem-Querer é vendida e eles têm que sair, o que é em si, uma enorme tragédia. Dos Anjos, como mulher responsável por Flor, potencializa os problemas de Nhô Roque porque o drama da afilhada a atinge com mais força.
O despejo da fazenda é a morte para ela. Flor concebeu um filho que não terá pai, se arrependeu, e sofre a discriminação de mãe solteira num mundo rural ainda conservador. O que fará com o menino sem um teto e sem qualquer trabalho para alimentá-lo?
Gosta de Jacinto, mas ele a rejeita quando o DNA revela a paternidade do Senador. Jacinto é apaixonado por Flor, mas vive o drama da aceitação. Tem medo de que a diferença de cultura entre ambos inviabilize a relação. Concebe um filho com Flor, tem a prova de que o filho é seu, mas sua insegurança o leva a vacilar e adulterar o exame de paternidade para fugir à responsabilidade.
Entre os caipiras até o cachorrinho Pitoco está choramingando pelas desgraças que farejou. O Senador Zé Otávio está numa campanha à reeleição ao Senado, com sérios problemas. Com o dinheiro congelado na Suíça tem poucas chances de realizar uma boa publicidade. É compelido a vender a fazenda da família para fazer caixa. Além disso, se preocupa com a indiscrição de suas namoradas. Vanessa gasta o dinheiro que lhe resta e se constitui numa ameaça caso os seus namoros venham a público. Tati, a secretária, é discreta, mas pode desandar.
Chico Lima estudou em Harvard, se preparou para a vida profissional e, no entanto, tem de se submeter ao autoritarismo megalomaníaco de um homem insensível e corrupto. Ama Vanessa em silêncio já que ela vive sob a proteção financeira de Zé Otávio.
Vanessa é aviltada na sua relação de amante com o Senador, mantém um caso clandestino com Chico Lima, sem coragem para assumir, e quase morre degolada no elevador do comitê. Enfim, todos em crise, sem nenhuma razão para o riso, para a brincadeira. Todos estão amarrados às suas ansiedades e angústias. A situação é que é paradoxal e, portanto, engraçada. Quanto mais seriamente a comédia for representada, mais engraçada.
Teatro Opus Frei Caneca
Shopping Frei Caneca – R. Frei Caneca, 569 – Consolação – São Paulo
https://teatroopusfreicaneca.com.br/
Sessões:
Sexta-feira, 20h / Sábado, 19h / Domingo, 18h
Em cartaz até 29 de maio
Ingressos: de R$ 80 a R$140
Obs.: Confira legislação vigente para meia-entrada
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FOTO: Divulgação / João Caldas Fº