Estudo destaca laser de picossegundos como a alternativa mais eficaz no combate ao melasma
Caracterizado pela presença de manchas acastanhadas e escurecidas, principalmente nas bochechas e testa, o melasma representa um grande desafio nos consultórios dermatológicos, pois é uma doença crônica, ou seja, sem cura, difícil de ser controlada e com alta taxa de recorrência. Mas isso não significa que não há como driblar o melasma: um estudo publicado recentemente no periódico Dermatologic Surgery apontou o laser de picossegundos como a tecnologia mais eficaz no tratamento do melasma, principalmente quando combinado ao uso de ácido tranexâmico oral. “O laser de picossegundos causa uma microfragmentação da melanina, pigmento responsável pelas manchas, quebrando-a em pequenos pedaços para ser mais facilmente eliminada pelo organismo”, ensina o dermatologista Renato Soriani, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram um total de 20 estudos envolvendo 1182 pacientes. Com base nos dados coletados, foi possível comparar a eficácia, com base no índice de área e gravidade do melasma após o tratamento, e a incidência de efeitos colaterais de cada uma das abordagens terapêuticas apresentadas, incluindo a luz intensa pulsada, o laser de CO2, peelings, substâncias tópicas e orais, microagulhamento e o laser de picossegundos, além de associações entre esses diferentes procedimentos. Com isso, os pesquisadores notaram que o tratamento que apresentou a maior efetividade foi o que combinou o laser de picossegundos com ácido tranexâmico. “O ácido tranexâmico já é uma substância consagrada no tratamento do melasma, pois inibe que uma enzima chamada plasmina seja liberada na pele, o que ocorre após agressões, como aquela causada pela exposição solar, levando à estimulação de fatores relacionados com a formação de manchas escuras”, explica o Dr. Renato Soriani. O segundo e o terceiro tratamentos com maior efetividade também incluíam o laser de picossegundos, mas, nesses casos, associado a diferentes tipos de peeling.
Segundo o dermatologista Renato Soriani, o laser de picossegundos representa um grande avanço em lasers por ser ultrarrápido, com pulsos em picossegundos, ou seja, um segundo dividido por trilhões, um trilionésimo de segundo. “O pulso do laser é tão veloz que atinge o alvo sem prejudicar a pele sadia ao redor, assim garantindo alta segurança, desconforto mínimo, rápida recuperação e número de sessão reduzido”, destaca o dermatologista.
No Brasil, o laser de picossegundos já pode ser encontrado nas clínicas dermatológicas, com nomes como PicoLo™ ou Pico Ultra 300. “O procedimento é rápido, não causa desconforto e permite ao paciente retornar imediatamente às atividades rotineiras. E, além de combater o melasma, a tecnologia ainda pode ser usada para tratar outros tipos de manchas, rejuvenescer e melhorar a textura da pele, reduzir cicatrizes de acne e até mesmo remover tatuagens”, explica o médico, que ressalta que, no tratamento do melasma, sessões sequenciais do procedimento podem ser necessárias de acordo com a gravidade de cada caso. “Entre as sessões e após o tratamento é indispensável o uso diário de protetor solar com cor e FPS 30, no mínimo, pois essa é a principal estratégia no controle e prevenção do melasma, já que a doença é agravada principalmente pela exposição solar”, finaliza o Dr. Renato Soriani.
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