Estresse oxidativo: como combater esse vilão que acelera o envelhecimento
Um vilão capaz de acelerar o nosso envelhecimento, favorecendo o surgimento de rugas, flacidez e cabelos brancos. Estamos falando do estresse oxidativo. “O estresse oxidativo é um dos mais importantes mecanismos do processo de envelhecimento do organismo, ocorrendo quando há uma produção exagerada de radicais livres pelo organismo que o nosso sistema antioxidante natural não é capaz de combater. Como resultado, os radicais livres promovem alterações nas funções das células, modificam o DNA celular, ativam diversas vias inflamatórias e contribuem para a inflamação crônica, o que causa uma série de prejuízos ao organismo”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
E o motivo do estresse oxidativo ser tão mencionado entre os aficionados por beleza é que sua ação mais conhecida é o surgimento precoce dos sinais da idade. “Ao danificar o DNA das células da pele, o estresse oxidativo causa uma diminuição na atividade celular, redução da produção e qualidade das fibras de colágeno e elastina e menor poder de cicatrização. O resultado é a aceleração do processo de envelhecimento, com surgimento de flacidez, manchas, rugas, linhas de expressão e perda do viço e luminosidade da pele”, destaca a Dra. Beatriz Lassance. Mas o envelhecimento da pele não é a única consequência do excesso de radicais livres no organismo, que também pode acelerar o aparecimento dos cabelos brancos. “O estado de estresse oxidativo causado pelos radicais livres compromete a síntese de melanina, pigmento que dá cor aos fios, resultando assim no surgimento precoce dos fios grisalhos”, afirma a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Mas, afinal, o que causa esse excesso de radicais livres que leva ao estresse oxidativo? Uma série de agressores ambientais fazem com que essas moléculas apareçam em maior abundância. “Por causa de um processo metabólico, nosso corpo produz mais radicais livres quando exposto, por exemplo, aos raios UVA e UVB do sol, a poluição e outros hábitos ruins, como fumar, beber excessivamente e estar constantemente sob estresse”, afirma a Dra. Paola Pomerantzeff. Além disso, uma dieta desbalanceada também promove um aumento na produção de radicais livres. “Por exemplo, os alimentos de alto índice glicêmico, como carboidratos, farinhas e açúcares, são rapidamente digeridos pelo organismo e transformados em glicose no sangue, provocando assim um pico de glicemia. Para reequilibrar esse alto nível de glicose no sangue, o organismo aumenta a produção de moléculas que podem se transformar em radicais livres. Se o alto consumo de carboidratos é constante na alimentação, ocorre então o estresse oxidativo”, explica.
A boa notícia é que existe uma série de estratégias que podem ser adotadas para potencializar o sistema antioxidante endógeno do organismo de forma a auxiliá-lo na neutralização dos radicais livres e, consequentemente, do estresse oxidativo. Abaixo, os especialistas listaram algumas dessas medidas:
Siga uma alimentação balanceada
A melhor maneira de combater o estresse oxidativo é através da adoção de uma dieta balanceada com nutrientes específicos para neutralizar esse processo. “Existem diversos alimentos que possuem capacidade antioxidante para o combate do estresse oxidativo. Nutrientes como Vitamina C, Vitamina E, oligoelementos, selênio, zinco, carotenoides e polifenóis como resveratrol podem ser usados. Porém, ainda que nutrientes isolados sirvam como antioxidantes, o ideal é investir em alimentos que sejam ricos em uma grande variedade dessas substâncias. De acordo com estudos, a categoria alimentícia que inclui temperos e ervas é a que contêm mais alimentos ricos em antioxidantes. Além disso, frutas vermelhas e vegetais de todas as cores, no geral, também figuram entre alimentos que contêm antioxidantes em quantidades médias e altas. Por outro lado, a restrição de consumo calórico excessivo aliada a uma redução considerável na ingestão de açúcares, carboidratos farináceos refinados, proteínas gordurosas e processadas, gorduras modificadas, alimentos ultraprocessados e bebidas alcoólicas também são estratégias fundamentais para evitar o estresse oxidativo e manter a saúde ao longo do processo de envelhecimento”, recomenda a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia.
Aposte na suplementação
Em conjunto com a alimentação balanceada, o uso de suplementos, como os Fosfolipídeos de Caviar (FC Oral), também é de grande ajuda no combate ao estresse oxidativo. “Quando utilizamos Fosfolipídeos de Caviar, que trazem em sua composição carotenóide, astaxantinta e vitamina E, observamos grandes benefícios no aumento do status antioxidante da pele e do organismo, reduzindo a inflamação e auxiliando na redução de radicais livres”, destaca a farmacêutica Patrícia França, da Biotec Dermocosméticos. Mas tome cuidado com os suplementos, que devem sempre ser utilizados sob recomendação médica.
Pratique atividade física
“Os radicais livres são produzidos em maior quantidade quando praticamos atividade física, mas quando essa prática é realizada na dose certa, bem orientada e de forma regular, apesar de haver um aumento na produção dos radicais livres, o nosso corpo fica mais capacitado em lidar com eles e aumenta a produção de enzimas bloqueadoras de radicais livres, melhorando o estresse oxidativo”, aconselha a cirurgiã plástica Beatriz Lassance.
Durma bem
Uma boa noite de sono também é uma excelente maneira de combater a ação dos radicais livres. “O sono é um potente detox. Durante o sono produzimos várias substâncias consideradas antioxidantes, como hormônio de crescimento e melatonina e diminuímos a produção de radicais livres, ou seja, o sono é um regulador do estresse oxidativo”, diz a Dra. Beatriz Lassance.
Invista nos cosméticos antioxidantes
É possível também combater a ação dos radicais livres da pele com a utilização de cosméticos com alta propriedade antioxidante, que, de acordo com a dermatologista Paola Pomerantzeff, devem ser utilizados desde a adolescência, durante todo o ano (e com reforço no verão), já que as pessoas estão constantemente expostas à radiação solar. “Como a ação dos radicais livres ocorre em uma camada mais profunda da pele, que deve ser alcançada pelo antioxidante, esses cosméticos devem ser formulados com matérias-primas que possuam uma boa permeação e biodisponibilidade, de forma que ele possa chegar às camadas mais profundas e neutralizar a formação de radicais livres.” Quanto aos ativos antioxidantes que devem aparecer nos cremes, as opções são inúmeras, como a Vitamina C, o ácido ferúlico e o resveratrol.
Use protetor solar diariamente
Você pode ajudar sua pele adicionando antioxidantes à rotina skincare, mas prevenir ainda é o melhor remédio, então o uso do fotoprotetor se faz necessário, na medida em que ele evitará o aumento dos radicais livres. “Antes de se preocupar com uma rotina que contenha ácidos e antioxidantes, devemos ter o hábito do uso regular do filtro solar. Ele é o creme antienvelhecimento mais importante. Além disso, preservar a barreira cutânea é fundamental para manter a pele saudável”, afirma o dermatologista Daniel Cassiano, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Anteriormente ao uso do fotoprotetor, é possível aplicar um produto com Vitamina C. “Esse ingrediente aumenta a proteção da pele contra a radiação UV e tem ação contrária a imunossupressão causada por essa radiação. Também é conhecida pelo seu efeito anti-inflamatório”, finaliza o Dr. Daniel Cassiano.
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