Entenda como a oscilação dos hormônios femininos influencia na queda capilar

A atriz Lucy Ramos usou as redes sociais recentemente para falar sobre um problema comum no pós-parto: a intensa queda de cabelo. A atriz deu à luz Kyara há poucos meses e falou nas redes sociais sobre sua experiência.
Durante a gestação, muitas mulheres experimentam uma fase de intensas transformações e algumas delas são sentidas nos cabelos, que ficam extremamente brilhantes, densos e com crescimento acima da média. “Diversas modificações cutâneas e capilares instalam-se, de forma fisiológica, durante o processo gravídico. Isso ocorre devido a uma maior atividade glandular da pele, e pela maior produção dos hormônios (progesterona e estrogênio). Em cada fase/período da gestação os picos desses hormônios variam e impactam na forma da manifestação cutânea e capilar. Quanto ao aumento dos pelos e cabelos, isso ocorre por ação hormonal, pois a proporção de cabelos em fase de crescimento aumenta ao mesmo tempo em que diminui a eliminação de cabelos”, esclarece o ginecologista e obstetra Nélio Veiga Junior. “Toda gestante, a não ser aquelas com deficiência de ferro, anemia ferropriva, deficiência de ácido fólico ou ainda de vitamina D, tem uma qualidade capilar de excelência”, afirma a dermatologista Claudia Marçal. No entanto, no período de pós-parto há uma grande preocupação com a queda dos fios.
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De acordo com a dermatologista Lilian Brasileiro, o aumento dos hormônios femininos na gestação provoca uma vasodilatação para o bulbo capilar, com maior aporte de oxigênio e nutrientes, mantendo os fios na fase de crescimento por longo período. Já no pós-parto acontece uma diminuição acentuada dos hormônios femininos, o que favorece a queda capilar. Esse fenômeno é chamado de eflúvio telógeno pós-gestacional. “Este quadro pode começar nos primeiros quatro a seis meses. Há uma baixa dos hormônios femininos no pós-parto e no pós-cesárea pelo próprio estresse do período pós-cirúrgico e muitas vezes pela falta de descanso e alimentação adequada, além da questão da amamentação. Esse estresse físico e emocional com alteração hormonal pode levar à queda capilar”, explica a Dra. Lilian.
Embora o eflúvio telógeno possa se resolver sozinho, a Dra. Lilian explica que é possível entrar imediatamente com altas dosagens de vitaminas; checar os níveis férricos e as questões relacionadas aos hormônios femininos e a tireoide, a vitamina D, o zinco e o ácido fólico; e fazer o uso de substâncias específicas em caso de carência ou a reposição de um aporte nutricional que seja específico para a parte capilar. “No último trimestre, a introdução de vitaminas melhora a performance capilar, melhorando a característica de nutrição. Introduzo silício orgânico Exsynutriment no último trimestre para que a gente previna a questão da queda capilar ou a miniaturização dos fios do cabelo, com a perda da densidade e ancoragem dos fios em relação ao couro”, afirma a Dra. Claudia Marçal. “Com relação à suplementação nutricional para o cabelo, já no terceiro trimestre podem ser usadas substâncias como biotina, silício, ferro e zinco, além de ácido fólico. Além disso, alguns cuidados tópicos podem ser colocados em prática, como a utilização de loções. E, no consultório, após o nascimento, podem ser usados tratamentos como laser fracionado não ablativo e a técnica de microinfusão de medicamentos”, destaca a especialista Dra. Lilian. “O procedimento Hydrafacial Keravive também pode contribuir no tratamento de queda capilar, podendo estimular o crescimento dos folículos caso estejam em repouso. Ele é considerado um haircare de consultório. Sua grande vantagem está no fato de fornecer uma limpeza e esfoliação profunda que o paciente não consegue alcançar com lavagens regulares em casa. Além disso, aplicamos peptídeos posteriormente para nutrir esse folículo. De maneira geral, melhorar a saúde do couro cabeludo, com maior aporte nutricional e incremento no processo de microcirculação, pode contribuir no tratamento de variados tipos de queda capilar”, completa.
Além disso, alguns cuidados tópicos podem ser colocados em prática, como a utilização de produtos capilares (como tônicos) ricos em bio-restore, aloe vera, reparage, capixyl e capilisil e uso de fatores de crescimento, segundo a Dra. Claudia. “E, no consultório, após o nascimento, pode ser usada a plataforma de microagulhamento de ouro ou laser fracionado não ablativo, como o erbium glass 1565, associado a drug delivery e utilização de led com luz infrared, que são tratamentos de escolha com excelentes resultados para o crescimento capilar”, finaliza a dermatologista.
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FOTO: Adobe Stock