Dicas para cuidar do seu bem-estar durante a temporada de calor
O verão ainda nem começou, mas já estamos enfrentando um calor digno desta temporada. A previsão é que a temperatura atinja 36 °C na capital paulista – e há regiões do Brasil que podem chegar até os 45°C, um recorde para essa época do ano. Bom para curtir uma praia e piscina, mas ruim para o nosso organismo. “O calor leva à perda excessiva de líquido e sais minerais pela pele, então há um aumento no risco de distúrbio hidroeletrolítico no sangue e desidratação. Além disso, as altas temperaturas causam uma vasodilatação, exigindo que o coração tenha que fazer muito mais esforço para bombear o sangue para a periferia”, diz a endocrinologista Deborah Beranger. Essa vasodilatação também resulta em uma sobrecarga nas veias dos membros inferiores. “Como resultado, torna-se mais comum apresentarmos sintomas como cansaço, sensação de peso na região, câimbras, dor e edemas. Além disso, o risco de problemas vasculares como trombose e, principalmente, varizes também aumenta”, explica a cirurgiã vascular Aline Lamaita.
Como a pele desempenha um papel crítico de proteção e regulação da temperatura corporal, as ondas de calor também podem afetá-la. “A incapacidade de resfriar adequadamente durante eventos de alto calor pode levar a insolação e morte, por exemplo. Além disso, quando as temperaturas são altas, as pessoas podem passar mais tempo ao ar livre. E um grande problema nesse sentido é o aparecimento de câncer de pele”, comenta a dermatologista Cintia Guedes.
Então, para curtir o calor com segurança – sem colocar saúde, beleza e bem-estar em perigo – é fundamental redobrar os cuidados no dia a dia. Confira as dicas de especialistas:
Beba bastante água
A hidratação é o principal cuidado necessário quando as temperaturas sobem. “Por causa dos dias mais quentes, o organismo precisa ativar mecanismos para manter a temperatura do corpo em níveis ideais, abaixo de 37º C, como a transpiração e a respiração, que aumentam a perda d’água”, afirma a nutróloga Marcella Garcez. A recomendação de ingestão ideal varia de acordo com uma série de fatores, mas, no geral, a Organização Mundial da Saúde orienta que adultos saudáveis consumam, no mínimo, dois litros de água por dia. Outra maneira de estimar essa quantidade é multiplicar o peso corporal por 0,03 e considerar o resultado como o volume a ser consumido. “Para hidratar o organismo, o melhor é consumir água, mas a hidratação pode ser complementada com outros líquidos como sucos e chás, além de alimentos ricos em água, incluindo melancia, melão, tomate e pepino”, aconselha a Dra. Marcella.
Modere na bebida alcoólica e no sal
Cuidado com hábitos que favorecem a desidratação, como o consumo de bebidas alcoólicas. “O mais recomendável é não beber, mas, caso consuma, o ideal é alternar a bebida alcoólica com a ingestão de pelo menos duas vezes a quantidade de água para reduzir os danos”, recomenda a nutróloga Marcella Garcez. O consumo de alimentos ricos em sal também deve ser controlado, já que, além de contribuir com a desidratação, aumenta a pressão arterial. “O sal, ao chegar na corrente sanguínea, causa uma grande alteração no equilíbrio dos líquidos internos. Logo, o excesso da substância causa retenção de líquidos, o que aumenta a sobrecarga do sistema circulatório, a pressão e o risco para o coração”, alerta a Dra. Aline Lamaita.
Use protetor solar
Com as altas temperaturas, devemos redobrar os cuidados com a fotoproteção para prevenir os danos causados pela radiação solar. “A proteção do filtro solar deve ser eficiente contra as radiações UVA e UVB, que, quando atingem a pele sem proteção, causam danos cumulativos que favorecem o fotoenvelhecimento e lesões de pele pré-cancerosas. Por isso, o recomendado é aplicar diariamente um protetor solar com FPS de no mínimo 30, mas é interessante também escolher um produto formulado com antioxidantes, que oferecem um benefício a mais para evitar os danos”, ensina a dermatologista Lilian Brasileiro. Mas lembre-se que não basta aplicar o fotoprotetor apenas uma vez. “O protetor solar deve ser reaplicado no máximo a cada 3 horas, mas, caso você entre em contato com a água ou transpire excessivamente, o ideal é que o produto seja reaplicado antes desse período”, explica a Dra. Cintia Guedes.
Reduza a exposição ao sol
Com o aumento das temperaturas, é importante reduzir a exposição ao sol ao máximo. “Além de vestir roupas e acessórios, como óculos de sol e chapéus, fabricados com proteção ultravioleta, procure manter-se na sombra e usar barreiras como guarda-sol e sombrinha”, explica a dermatologista Paola Pomerantzeff. Mas lembre-se que essas barreiras físicas são apenas coadjuvantes na fotoproteção e não são suficientes sozinhas, devendo sempre serem associadas a um fotoprotetor. “Estudos mostram que o guarda-sol, por exemplo, oferece, no máximo, proteção equivalente a FPS 8”, acrescenta a dermatologista. Se possível, evite também a exposição ao sol nos horários de maior radiação solar. “Evite a exposição direta ao sol depois das 10 horas da manhã até às 16 horas, para evitar o dano oxidativo e a produção de enzimas que degradam colágeno, inflamam e podem deixar o tecido cutâneo mais suscetível a lesões e doenças”, aconselha a Dra. Lilian Brasileiro.
_________
FOTO: Adobe Stock