Conheça o milionário (e exclusivo) mundo do Poker Stars
Entre as inúmeras experiências que o Grupo Go Where já vivenciou nestes 28 anos de história, as quais foram reportadas com fidelidade ao leitor, confesso que esta, a convite do PokerStars, foi uma das mais especiais e inusitadas. Não pelo fato de se tratar de um evento relacionado ao pôquer, mas por todo o lifestyle que cercou essa viagem e pelo conhecimento desse universo como um todo. O jogo, em si, atrai uma legião de fãs, que jogam de maneira online aos milhões, movimentando bilhões de dólares todos os anos. Porém, aprendemos de maneira intensa que os eventos presenciais da PokerStars são extremamente concorridos, bem organizados e cercados de glamour e ótimas festas, proporcionando aos jogadores profissionais, fãs e convidados momentos bastante divertidos.
Como funciona
Antes de tudo, vamos explicar ao leitor o que é a plataforma. O PokerStars.net opera os sites de pôquer online mais populares do mundo, atendendo à comunidade global desse jogo. Desde que foi lançado, em 2001, o PokerStars.net se tornou a primeira escolha de jogadores em todo o mundo, com mais torneios diários do que em qualquer outro lugar e com a melhor segurança online. Mais de 200 bilhões de mãos foram distribuídas no PokerStars.net, que é mais do que qualquer outro site. Operada pela Flutter, uma das empresas mais estabelecidas e confiáveis em jogos online e a empresa por trás de várias outras marcas de jogos líderes do mercado, a plataforma é uma das mais populares para a prática de pôquer.
Empenhada em tornar o pôquer mais disponível e inclusivo, a plataforma PokerStars associou-se recentemente à organização feminina Poker Power numa missão conjunta para criar oportunidades iguais em um espaço seguro para as mulheres terem sucesso no esporte. As duas plataformas lançaram um bootcamp de quatro semanas que aconteceu no fim do ano passado e onde jogadoras novatas em todo o mundo aprenderam habilidades de jogo que se traduzem no sucesso do mundo real, incluindo negociação, tomada de decisões estratégicas e alocação de capital.
PokersStars Players Championship
Para dar um panorama geral de como funcionam esses encontros presenciais da PokerStars aos leitores, algumas informações iniciais são muito importantes. A plataforma cobra um valor de US$ 25 mil (buy-in) de cada jogador para que ele obtenha o direito de participar do torneio. Em contrapartida, são distribuídos milhões em prêmios. Este ano foram 1.014 participantes e o grande vencedor levou US$ 4.053.200. Uma boa grana para quem ainda pode aproveitar todo o lifestyle e interagir com os outros jogadores.
Além disso, a PokerStars tem uma ação que se chama Platinum Passes, recompensando muitos jogadores com um passaporte free para os eventos. Para este das Bahamas, a marca distribuiu cerca de 400, entre jogadores profissionais embaixadores e fãs, que puderam participar do torneio com os seguintes benefícios: buy-in para o PSPC de US$ 25 mil; seis noites no hotel Grand Hyatt Baha Mar para o jogador e convidado; transfer do aeroporto; dinheiro de despesa de US$ 1.900; e experiências Platinum Pass Winner durante o evento.
Para adicionar a isso, a PokerStars trouxe de volta o incrível prêmio Red Spade Pass, em conjunto com o parceiro Oracle Red Bull Racing. Um item disponível exclusivamente para jogadores PokerStars, o Red Spade Pass dá aos vencedores acesso exclusivo a experiências únicas de Formula 1.
Encerrando a experiência, é importante falar ainda sobre a epopeia dos eventos ao vivo da PokerStars e mencionar os lugares incríveis onde eles acontecem. A programação da plataforma incluiu o European Poker Tour (EPT) Paris (aconteceu em fevereiro); o EPT Monte Carlo (26 de abril a 6 de maio de 2023); o EPT Barcelona (21 de agosto a 3 de setembro de 2023); o EPT Chipre (11 a 22 de outubro de 2023); e o EPT Praga (6 a 17 de dezembro de 2023).
Rafael Moraes: embaixador PokerStars
Paulistano do bairro de Sapopemba, foi um enxadrista profissional. Disputou diversos torneios e decidiu migrar para o pôquer. Se tornou o primeiro jogador brasileiro a ganhar um prêmio de US$ 1 milhão em um único MTT online em 2019. Sua maior premiação em dinheiro em um evento ao vivo foi no EPT Monte Carlo, onde faturou US$ 568 mil.
Você estava fazendo engenharia na USP e largou pelo pôquer, valeu a pena?
Era jogador de xadrez e fiquei sabendo que uma galera do xadrez começou a ganhar dinheiro com o pôquer. Daí conheci o PokerStars. Já era o maior site do mundo, comecei a brincar e ganhar. De repente ganhei um torneio de 10 mil dólares e falei pro meu pai: “olha o que tá acontecendo”. Ele leu um livro sobre o assunto e me disse “vai embora, você tem 18 anos e ainda tem tempo de errar. Se não der certo, volta pra faculdade.” Daí foquei. No começo ainda tinha muito estigma. As pessoas comentavam que era jogo de azar, que não ia dar certo. A maior arma a favor do crédito é o tempo. Não existe jogador de roleta profissional. Mas há jogadores de pôquer há 30 anos, com uma carreira incrível. Sou jogador de pôquer profissional há 13 anos. O tempo ajudou as pessoas a entenderem que era realmente uma carreira. Hoje o pôquer é legal, é lifestyle, é gostoso.
O que é mais excitante no pôquer?
A gente leva muito o pôquer pro lado de ganhar dinheiro, do ser profissional, mas tem o lado do hobby, que é o mais legal. O pôquer ajuda, quando você sabe jogar, a ser um melhor negociador, você entende melhor as pessoas, começa a ser adepto a riscos conscientes e a saber quando arriscar exatamente. São qualidades para a vida. O pôquer me moldou, me tornou um melhor ser humano. A melhor “mão” do pôquer é o par de as. Se eu tomei uma decisão e não deu certo, vou dizer que errei, quando na verdade não é isso. O pôquer ensina você a ser mais apto aos riscos.
O que dizer desse torneio nas Bahamas?
Esse é um torneio que atrai muitos profissionais, então é até difícil de falar quem são os top 5, mas há muitos brasileiros que têm chance de ganhar. O pôquer é fascinante por isso. Você tem a experiência de vir para um destino incrível como as Bahamas, se divertir, jogar e ainda sair com dinheiro no bolso. Olha que experiência fascinante.
Por que você resolveu criar um torneio com o seu nome?
Um dos meus objetivos como embaixador PokerStars é ajudar o crescimento no Brasil. Eu vim de Sapopemba, hoje sou um jogador profissional PokerStars, viajo o mundo jogando, é uma história que dialoga com Brasil. O sonho do brasileiro é o futebol, mas pode ser o pôquer também, em escala menor, então comecei a alcançar muita gente. Sou muito responsável com essa garotada que me segue, então resolvi fazer um torneio na PokerStars no meu clube dentro da plataforma, com meu nome, e muito dinheiro adicionado. O nome da copa é Rafa Moraes. São baratinhos, tem torneio que é de graça, outros de 10 centavos. Pra incentivar mesmo a galera a se divertir com prêmios em dinheiro adicionados. Na última copa Rafa Moraes jogaram mais de 20 mil jogadores, a maioria brasileiros.
André Akkari: embaixador PokerStars
Paulistano do Tatuapé, Akkari era profissional liberal e, quando trabalhava em um novo projeto, descobriu o jogo que o levou ao redor do mundo.
Como se interessou pelo pôquer?
Abri uma conta em um site de pôquer, ganhei mil dólares fictícios e comecei a brincar, sem valer nada e gostei muito da dinâmica. Comprei o primeiro livro, segundo, terceiro e começou a fazer diferença nas mesinhas pequenas. Depois de três meses já estava ganhando mais dinheiro jogando pôquer do que no outro trabalho. Aí falei pra esposa e sócios que iria parar de trabalhar para focar no jogo. Em 2006 já era líder da América Latina em no online, ganhando muito mais grana do que já ganhei a minha vida inteira.
Como chegar a esse nível?
Foco é estudar. O pôquer tem dois approaches: eu te ensinar a jogar agora e você começar a gostar do baralho. Espírito mais gamer. Tem o outro prisma de estudar os conceitos técnicos mais pesados. Sempre gostei dessa parte de fuçar e entender a questão mais técnica. Nunca gostei de ver a geladeira funcionando sem entender como isso ocorre. No pôquer foi a mesma coisa, sempre quis saber como funciona o jogo realmente. Faz gente ganhar, gente perder. Pessoas ganham com regularidade e outras perdem também rotineiramente.
Como trabalhar a parte psicológica?
Eu já fiz muita coisa na minha vida tentando ser bem-sucedido. Na maioria das vezes me dei mal. Isso não é só prejuízo, é lucro por um certo prisma. Você aprende como as pessoas tentam te prejudicar ou a entender que, se você vai fazer algo sem conhecimento, vai se dar mal também. Recebo muitos emails com esse contexto: “estou acabando a faculdade e quero desistir pra jogar pôquer”. Meu conselho é sempre falar pra não fazer isso. Você não vai ser bem-sucedido só com a matemática. A mesa reflete um monte de coisas: medo, decepção, coragem, responsabilidade, inteligência. Pra isso tem de ter experiência de vida. Por isso a turma que mais se dá bem tem um pouco mais de idade. No pôquer profissional vai se dar bem o cara que senta de segunda a segunda, joga doze horas por dia, 30 telas ao mesmo tempo. Fiz isso 13 anos da minha vida. Nos últimos quatro anos eu participo de grandes eventos e não faço mais essa rotina diária.
Quanto já ganhou de premiação nessa trajetória de jogador profissional?
Cerca de 7 milhões de dólares.
O que diria para quem quer entrar no mundo profissional do pôquer?
Estudar muito. A vida não dá almoço grátis. Se não for bom e fazer o que tem de ser feito, você pode até sobreviver, mas não vai ser como gostaria.
Bruce Buffer: Locutor UFC e Embaixador PokerStars
As pessoas no Brasil amam você.
Obrigado! Eu amo os brasileiros.
Nos eventos do UFC, as pessoas sempre falam a frase “It’s Time”. Como aconteceu esse bordão?
Começou no Brasil. Uma das primeiras vezes em que fomos para lá, eu estava no backstage anunciando o evento e quando saí, o Jacob Stitch Duran, o cutman, falou: “Bruce, você escutou isso? A arena inteira falou It’s Time com você.” Isso me surpreendeu, até porque as pessoas falam português. Quando eu anuncio, nunca escuto nada porque sempre estou concentrado na luta, daí quando fui assistir na TV depois fiquei impressionado. E agora começou a se espalhar pelo mundo.
Por você ser mundialmente famoso por conta do MMA e UFC, você está sempre viajando para todos os eventos ao redor do mundo, mas como o pôquer começou a estar presente no seu dia a dia?
Eu jogo online toda semana, jogo em vários torneios, se você olhar no site cardplayer.com, já ganhei trezentos mil dólares e fui selecionado para o top 10 de melhores jogadores do mundo. Eu amo pôquer e jogo desde os 14 anos. Em 2005, participei do Players No Limit Hold’em Championship depois do Chris Moneymaker ter vencido em 2003, então comecei a jogar Hold’em e, no mesmo ano, cheguei à série final (mesa final) do torneio mundial.
Por você conhecer muitos lutadores, conhece algum que jogue pôquer?
Tem vários outros lutadores que eu não conheço tão bem que são bons no pôquer. Jordan Pierre e Chris Weidman gostam muito de jogar.
O sucesso do UFC se deve mais ao que?
Bom, eu estou no UFC já faz 27 anos e, em determinada época, o UFC quase desapareceu da TV. Quando Dana White e os irmãos Fertitta compraram o UFC, entre 1999 e 2000, foi como uma nova chance. Eles colocaram muito dinheiro no projeto e gastaram no programa de TV Ultimate Fighter. No final da primeira temporada, quando Stephan Bonnar e Forrest Griffin lutaram, a audiência era o equivalente a 15 milhões de pessoas assistindo ao evento. Foi nesse momento que o Ultimate Fighter decolou e fico maior do que o imaginado. Acredito que o The Ultimate Fighter fez o Spy Tv ficar famoso e, consequentemente, eles nos tornaram ainda maiores. Então acredito que esse seja o momento decisivo para o sucesso do UFC.
Acredito que tenha muitos momentos especiais em sua carreira, mas teria um que mais marcou?
Eu vivi tantos momentos incríveis que é difícil lembrar, por isso lancei meu livro, para me ajudar a lembrar das coisas.
Como você se tornou o apresentador principal do UFC? Seu irmão ainda trabalha como apresentador de boxe, mas você se tornou o número um.
Tudo aconteceu de acordo com os meus planos. Eu tinha essa ideia de ser conhecido e respeitar o legado do irmão. Porque eu não cresci com meu irmão, o conheci quando eu tinha 29 anos, antes disso não sabia que ele existia. Sou um grande fã de boxe e uma vez estava assistindo e o vi na TV com o sobrenome Buffer, fiquei tipo “Quem é esse cara?”. De maneira resumida, o que aconteceu foi que meu pai nunca me falou que antes de ir para a Segunda Guerra – e antes de ser casado com a minha mãe por 57 anos – ele teve um breve casamento, ao qual se divorciou quando voltou da guerra, mas que essa união gerou um filho. Então Michael foi criado por outra família, e a última vez que meu pai o viu ele tinha dois anos e meio. Então ele nunca me falou. Michael cresceu com o sobrenome Cubber e aí quando ele foi para o exército, falaram para ele que na certidão não estava Cubber, mas sim Michael Buffer. E foi assim que tudo aconteceu. E se eu nunca tivesse o conhecido, nunca estaria no UFC e não estaríamos aqui conversando. Nós criamos juntos “Let’s get ready to rumble.”
Qual seria seu top 5 de melhores lutadores que já viu ao vivo?
Já vi todo mundo, então é difícil falar quem é o melhor, eu só consigo te dar exemplos dos melhores, como Chuck Liddell, Georges St-Pierre, Joe Soto, Wanderlei Silva, Anderson Silva, são tantos. Chega a não ser justo, são todos ótimos lutadores, não tenho como falar que um é melhor que o outro. O ouro nos dias atuais é Jon Jones, que lutou recentemente contra Ciryl Gane.
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POR Norberto Busto
FOTO DESTAQUE: Divulgação Joe Giron/Rational Intellectual Holdings Ltd
FOTOS: Divulgação Manuel Kovsca/Rational Intellectual Holdings Ltd, Divulgação Eloy Cabacas/Rational Intellectual Holdings Ltd, Divulgação/Tomas Stacha/Rational Intellectual Holdings Ltd e Divulgação Joe Giron/Rational Intellectual Holdings Ltd