Beto Pacheco consolida o Baile do BB no circuito das festas mais concorridas do Brasil
A edição de aniversário de 29 anos da Go Where Lifestyle merece ter em suas páginas um personagem como Beto Pacheco. Ele e seu sócio, Tiago Moura, são os responsáveis pelo glamouroso Baile do BB, que certamente já é um dos mais concorridos do Brasil e chega à sua quarta edição com muitas novidades. O evento ocorreu no fim de agosto, no elegante ballroom do Hotel Rosewood, em São Paulo. Consolidada no calendário da capital paulista, a noite black-tie agita o mercado de moda e luxo do Brasil, reunindo grandes personalidades e influenciadores. Assim como nas edições anteriores, um leilão beneficente em apoio à Casa Santa Teresinha foi o ápice da festa.
O tema deste ano, “The Black and White Couture Ball,” foi inspirado no icônico baile que Truman Capote realizou no Grand Ballroom do Hotel The Plaza em Nova York, na década de 1960. “A inspiração para o tema veio em Paris. Sempre fui fã do trabalho do Capote, desde ‘Bonequinha de Luxo’”, comenta Beto. “O intuito é criar uma noite mágica, reunir um público diverso e notável, movimentar o mercado de luxo e criar oportunidades e conexões entre pessoas e marcas”, diz Beto. “Além disso, temos o propósito de seguir apoiando a Casa Santa Teresinha em sua expansão e fazer a diferença na vida de tantas famílias que convivem com genodermatoses (doenças de pele raras e graves). Conheci a Casa Santa Teresinha por meio da Donata (Meirelles) e do Nizan (Guanaes). Na época, eles fizeram um evento com a Tania Bulhões, onde parte da venda foi revertida a entidade. A Donata me indicou como RP para este evento e, a partir daí, comecei a me envolver com a instituição. Quando decidi fazer o Baile do BB, sabia que ele teria um cunho social e seria com a Casa Santa Teresinha. Quero levar amor e incentivo financeiro para continuarem seus tratamentos, que são muito caros, em sua grande maioria”, enfatiza Pacheco.
As causas sociais e a diversidade nos eventos sempre foram prioridade para o relações públicas Beto Pacheco, que completa 25 anos de carreira. Ele tem longa experiência neste setor, até por ter trabalhado e organizado durante muitos anos o tradicional baile de gala do amfAR e o Raising Malawi, evento beneficente da Madonna, além do BrazilFoundation. “Quando comecei a refletir sobre tudo isso, tive a certeza de que se fosse fazer uma festa com meu nome, seria um baile de gala com cunho social”, diz. “Sempre ajudei na entrada da diversidade nas festas de luxo. Minhas amigas drag queens, travestis, trans, pretas e plus size sempre frequentaram meus mailings. O que estamos vivendo hoje, com a diversidade nos circuitos, sempre foi algo muito natural no meu trabalho.”
Da Hugo Boss à Tod’s, de Birigui para Nova York
A nossa conversa e sessão de fotos com o empresário e RP Beto Pacheco aconteceu no agradável apartamento dele, no bairro dos Jardins, em São Paulo. Um imóvel bem decorado, moderno, com várias peças de design, porém sem ser ostensivo. Neste cenário, com muita maturidade, Beto falou de sua trajetória. “Sou de Birigui, fiz faculdade de direito e, quando vim para a capital, consegui uma oportunidade como relações públicas da Hugo Boss e me tornei amigo da Fernanda Barbosa. Nesta época, a palavra promoter era muito forte e sempre sonhei em trabalhar com moda e marketing. Tive uma trajetória de trabalho na Hugo Boss durante quatro anos. Comecei a contratar a Fernanda pra fazer os eventos. Ficamos muito próximos”, explica Beto. “Quando saí da Hugo Boss comecei a trabalhar com a Fernanda no Fashion Week. Meu trabalho era levar as pessoas conhecidas para os lounges. A Hugo Boss foi uma grande escola, conheci todo mundo da moda”, revela. Depois dessa fase, Beto Pacheco recebeu, por intermédio de uma amiga, Luciana Bressani, uma oportunidade para ir à Nova York, em um jantar petit comitê com a presidência da grife Tod’s. A história deu tão certo que ele trabalhou um tempo lá em Nova York com a marca e depois foi o responsável por trazer a Tod’s ao Brasil, abrindo a loja na extinta Daslu. “Trabalhei diretamente com a Donata, ela me ajudava a fazer os pedidos e todas as outras coisas que tínhamos para fazer. Daí eu trabalhei dois anos e meio, até que deu aquele problema com a Daslu, a Tod’s teve que sair do Brasil, aí de novo eu fiquei sem trabalho”. Depois dessa fase, Beto Pacheco voltou a trabalhar coma Fernanda Barbosa. “Fiz Baile da Vogue durante 15 anos, desde a minha época com o Fernando (Altério), então eu tenho várias escolas, até chegar no Baile do BB”, reitera Beto. Com sua expertise e visão empresarial, Beto passou a fazer todas as inaugurações de lojas das principais grifes internacionais no Brasil, entre elas Gucci, Louis Vuitton, Dolce & Gabbana, Prada, todas elas.
Moda virou estilo de vida
Muitas ações de Beto Pacheco foram fundamentais para o momento que ele vive hoje. A entrevista para a reportagem de Go Where revelou que o comportamento dele para objetivar os sonhos futuros continha muita sensibilidade e pé no chão. Desde quando morou um tempo em Recife, na adolescência, e não tinha dinheiro para realizar o que desejava. Desde o momento em que chegou a São Paulo para galgar posição no mercado de trabalho, as oportunidades foram consequência de muita perseverança. “O sucesso foi, na verdade, um mix de tudo. A experiência com a Daslu me deu muito uma visão para entender bem do mercado de luxo, trabalhar com todas as marcas, pois falava diretamente com todas, com os escritórios de fora do Brasil. Fiz, ainda, trabalhando na Fernanda Barbosa, a exposição do Karl Lagerfeld, quando ele veio a São Paulo. Tudo pra mim foi uma grande escola”, enfatiza.
“Eu sempre gostei da história da moda. Quando eu morava em Recife, tinha acabado de chegar MTV no Brasil. Era bem naquela época que lançou o clipe do George Michael, Freedom, que era uma referência de moda que podíamos ter, morando em Recife, e os outros clipes da MTV. Eu via a Naomi Campbell, Linda Evangelista, e almejava vivenciar este mundo. Tudo foi muito da minha cabeça, acredito nas coisas de manifestação, do querer é poder. Eu vislumbrava tudo que queria mesmo quando era um adolescente em Recife”, explica. “Não tinha dinheiro nem pra ir no show da Madonna, daí pedi pra uma amiga me trazer o programa daquele primeiro show que ela fez no Brasil. Imagina, passaram-se vários anos, eu estava fazendo todos os shows da Madonna, com o Fernando Altério, então eu tive muitas oportunidades, mas tudo vinha muito dos pensamentos que eu tive lá atrás.” Fato parecido também aconteceu com a modelo Naomi Campbell. De fã, Beto Pacheco passou a ser amigo da modelo e até morou com ela em Londres. “Tudo que eu colocava na minha cabeça, eu obtinha. É muito louco. Eu olhava a Naomi num clipe, e depois cheguei praticamente a morar com ela em Londres, durante um mês, estudando inglês, e a gente já se conhecia aqui do Brasil. Moda e mercado do luxo viraram minhas especialidades pelos contatos das marcas que eu já tinha”, comemora Beto.
Do mailing mais poderoso do Brasil ao Baile do BB
Muito bem relacionado, a discrição de Beto Pacheco o fez colecionar nomes desejados no seu mailing, de celebridades nacionais e internacionais. “Acabo recusando muita festa que eu acho que já não comunica mais com o meu público. Quando uma marca me chama pra montar um evento do zero, acho que dá muito mais certo”, revela. Na época da pandemia, Beto Pacheco morava num apartamento pequeno na Rua da Consolação com o pai, que depois acabou falecendo. Mas foi nessa época que, frequentando a casa do amigo Dinho Diniz para boas partidas de beach tennis, tudo aconteceu. “O Dinho, que tem uma casa grande aqui no Jardim Europa, com muitos bichos incríveis, passou a me convidar. Aliás, a gente fazia todos os anos a amfAR na casa dele, com quase 1.500 pessoas, trazendo a Cher, Naomi Campbell, Kate Moss, Grace Jones, Rick Martin, durante oito anos. Então ele sempre foi muito amigo, sou fã da família toda. O Tiago ainda trabalhava na Elos. A gente começou a fazer tipo um clubinho de beach tennis. E nessas conversas eu combinava com o Tiago o que poderíamos fazer juntos. Até que ele falou: ‘você tem que ter uma festa com seu nome’. Daí uma amiga disse que se ela fosse sair de casa pra ir numa festa, ela só iria se fosse na festa do BB, achei ótimo, pois as pessoas já me chamavam pelo apelido de bebê”, conta Beto. “Tudo aconteceu rápido pois fomos apresentar um projeto de um time de polo ao Rafael Vidigal, da Pernod Ricard, mas a conversa não evoluiu, daí comentei desse projeto do baile, que estávamos pensando para o outro ano. Ele gostou da ideia e quis fazer no mesmo ano, em outubro”, explica Beto Pacheco. Foi então que teve a ideia de falar com o também amigo Alex Alar, que estava abrindo o Rosewood, no fim de 2021. “Ele topou na hora e ainda disse: ‘pode fazer, porque é o seu bebê que vai nascer e é o meu que tá nascendo aqui, então a gente junta o bebê e faz a festa’”, revela Beto. O bacana é que já no ano seguinte a festa aconteceu no ballroom no hotel, inaugurando também o espaço no Rosewood. “E daí nasceu o baile de gala, com parte da renda sendo revertida para a Casa Santa Terezinha.”
_________
POR Aroldo de Oliveira
FOTOS: Daniel Cancini e Divulgação/ Leca Novo