Harmonização facial: saiba tudo sobre esse tratamento
Em uma época onde as selfies es se tornaram usuais no dia a dia de muita gente, nada mais natural que a aparência do próprio rosto acabe sendo mais valorizada e questionada. É isso mesmo, perguntas como “será que minha mandíbula poderia ser mais marcada?” ou “ficaria mais bonita com um nariz mais arrebitado?”, são feitas cada vez com mais frequência nos consultórios de cirurgiões plásticos e dermatologistas. Há até mesmo aqueles pacientes que já chegam em uma consulta com um “antes e depois” simulado em um aplicativo de celular. “Mas a realidade é bem diferente e não temos como prometer um resultado similar ao dos aplicativos. Um rosto em harmonia depende de uma série de fatores, que são analisados – um a um – em cada paciente. E nem sempre um rosto simétrico é sinônimo de um rosto harmonioso”, explica o cirurgião plástico Rodrigo Otávio Carbone, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
A união faz a força
Para conquistar o rosto tão desejado sem a necessidade de submeter-se a uma intervenção cirúrgica, a harmonização facial é o caminho mais indicado, e através do uso dos preenchedores é possível melhorar as proporções da face. “Grande parte das vezes, a queixa do paciente foca apenas em uma estrutura específica do rosto, quando, na verdade, o incômodo vem da falta de proporção entre diversas estruturas que compõe a face. A harmonização facial consiste, então, em deixar todas estas estruturas harmônicas entre si”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Segundo o cirurgião plástico Paolo Rubez, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, as três indicações mais comuns para a harmonização facial são beautication, antienvelhecimento e rejuvenescimento. “A primeira é ideal para pacientes jovens que ainda não apresentam grandes sinais de envelhecimento, mas querem tornar o rosto mais proporcional e harmônico. A técnica de antienvelhecimento, por sua vez, tem como objetivo melhorar os primeiros sinais da idade que surgem na face, atuando em pontos como as olheiras e o sulco nasolabial, sendo indicada para pacientes que já apresentam algumas rugas e alterações faciais, mas querem manter a aparência jovial por mais tempo. Por fim, a técnica de rejuvenescimento é indicada para pacientes que já apresentam sinais nítidos de envelhecimento, como flacidez de tecidos, lábios murchos e rugas e linhas de expressão mais acentuadas, por promover efeito lifting ao restaurar algumas estruturas que sofreram alterações com o passar dos anos”, explica o especialista.
“Grande parte das vezes, a queixa do paciente foca apenas em uma estrutura específica do rosto, quando, na verdade, o incômodo vem da falta de proporção entre diversas estruturas que compõe a face. A harmonização facial consiste, então, em deixar todas estas estruturas harmônicas entre si”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance
O primeiro passo para quem deseja submeter-se a uma harmonização facial é passar por uma avaliação com um cirurgião plástico ou dermatologista para definir a combinação de procedimentos estéticos necessários para que o paciente alcance os resultados ideais. “Um exame clínico adequado deve visualizar a face como um todo, levando em consideração a estrutura óssea, a quantidade e qualidade de tecidos, como gordura, músculos e ligamentos, e a qualidade e aparência da pele, além da proporcionalidade entre os segmentos da face. É uma avaliação global do rosto, tanto em repouso quanto durante os movimentos da musculatura”, relata a Dra. Beatriz Lassance. “Na maioria dos casos, a harmonização facial é realizada através da aplicação de preenchedores injetáveis de ácido hialurônico, que têm como objetivo nivelar os sulcos e dar volume às regiões da face, principalmente maçãs do rosto, mandíbula e lábios. Porém, dependendo da queixa do paciente, podemos utilizar outras técnicas, como a toxina botulínica, que contribui para a suavização de linhas de expressão e correção do ângulo das sobrancelhas, e fios de ácido polilático, que são inseridos sob a pele para promover efeito lifting sem a necessidade de cirurgia”, explica o cirurgião plástico Mário Farinazzo, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. O preenchimento pode ser feito por meio de uma agulha bem fininha ou microcânula, é praticamente indolor, já que em ambos os casos é utilizado um anestésico. O resultado da harmonização facial é temporário, sendo necessária uma nova intervenção caso o paciente deseje manter o efeito por mais tempo. Geralmente, ele dura cerca de um ano, mas esse prazo pode variar de um caso para o outro. “Existem inúmeros produtos que são utilizados na harmonização facial, o ácido hialurônico, que é o mais utilizado, possui uma linha com diferentes concentrações e consistências e a duração deles também é diferente. A área aplicada pode afetar a duração e há variação entre os pacientes. Por exemplo, um produto espesso, denso para aumento de mento, é colocado bem profundo próximo do osso, em uma área que não se movimenta, pode durar dois anos ou mais. Um produto mais delicado, para, por exemplo, pequenas rugas ao redor dos olhos, um lugar onde há muita movimentação, dura de 10 meses a no máximo um ano”, alerta a Dra. Beatriz Lassance.
Quando bate o arrependimento
Nem sempre o paciente fica feliz com o resultado da harmonização facial e deseja reverter o procedimento. Isso acontece, geralmente, quando a pessoa se deixa levar por modismos (e não tem a real certeza do que deseja) ou não tem o cuidado de escolher bem o profissional que irá realizar a técnica (e acaba ficando com um resultado bem longe do esperado). “Antes de submeter-se a qualquer procedimento, seja ele invasivo ou não, é essencial checar as credencias do médico e averiguar se ele está apto para realizar o procedimento. Além disso, o paciente deve pensar bem se deseja mudar realmente os traços do seu rosto porque mesmo sendo absorvível pelo organismo, sempre resta um pouco de ácido hialurônico na região aplicada e ela pode não voltar a ficar 100% como era antes do preenchimento”, alerta o Dr. Rodrigo Otávio Carbone. Nos casos em que o paciente quer realmente reverter a técnica, é possível recorrer à aplicação de hialuronidase, uma substância usada para “derreter” o ácido hialurônico.
“Antes de submeter-se a qualquer procedimento, seja ele invasivo ou não, é essencial checar as credencias do médico e averiguar se ele está apto para realizar o procedimento. Além disso, o paciente deve pensar bem se deseja mudar realmente os traços do seu rosto porque mesmo sendo absorvível pelo organismo, sempre resta um pouco de ácido hialurônico na região aplicada e ela pode não voltar a ficar 100% como era antes do preenchimento”, alerta o Dr. Rodrigo Otávio Carbone.
“Mas estudos mostram que não dissolve totalmente o produto. Com algumas sessões o rosto pode ficar quase como era antes. Mas nada é isento de riscos: a hialuronidase pode dar reação alérgica e até choque anafilático. Melhor não precisar. A harmonização facial é um procedimento excelente para melhorar o aspecto do rosto, mas a indicação deve ser precisa, sem exageros”, finaliza a Dra. Beatriz Lassance.