Alexandre Hercovitch relembra momentos marcantes dos seus 30 anos de carreira

O badalado (e ultratalentoso!) estilista Alexandre Herchcovitch está em festa pelos 30 anos de carreira! Nesta entrevista exclusiva para a Go Where ele relembra alguns momentos da sua trajetória.
Como você avalia sua marca Herchcovitch; Alexandre após dois anos de reassumir o controle? Tem coisas que ainda precisam mudar ou já está tudo como desejou?
A marca Herchcovitch; Alexandre está em um momento de revitalização e redescoberta. Retomei o controle com o objetivo de trazer de volta a autenticidade e a essência que sempre caracterizaram nossa identidade. Embora tenhamos feito muitos progressos e ajustes importantes, acredito que a moda é um campo em constante evolução. Há sempre espaço para inovação e aprimoramento. Ainda há algumas áreas em que estamos trabalhando para alinhar totalmente com a visão que temos para o futuro da marca.
São 30 anos de moda, e boa parte deles como um dos principais estilistas do país. Como é se ver neste lugar?
É uma honra e uma grande responsabilidade ser reconhecido como um dos principais estilistas do Brasil. Esses 30 anos foram repletos de desafios, conquistas e aprendizados. Ver minha trajetória reconhecida e respeitada é gratificante, mas também me motiva a continuar inovando e explorando novas possibilidades dentro do universo da moda.
Você é um estilista que transcendeu o chamado “circuito” da moda e é conhecido por diversas classes sociais e muita gente que não consome moda. Como é ver que seu trabalho passou essa barreira e ser querido por diferentes públicos?
Ver meu trabalho alcançar e ressoar com públicos tão diversos é extremamente gratificante. Desde o início, minha abordagem foi inclusiva e voltada para quebrar barreiras e preconceitos dentro da moda. É recompensador saber que minhas criações podem tocar e influenciar pessoas de diferentes origens e estilos de vida, mostrando que a moda pode ser acessível e relevante para todos.
Consegue destacar os momentos mais importantes da sua carreira ao longo desses 30 anos? Teve algum momento que você considera muito desafiador?
Alguns dos momentos mais marcantes da minha carreira incluem minha estreia no São Paulo Fashion Week, as colaborações internacionais, e a criação de peças icônicas que marcaram a história da moda brasileira. Um dos desafios mais significativos foi o período após a venda da marca, onde vi a essência do meu trabalho ser diluída. Retomar o controle da marca foi um desafio gigantesco, mas também uma oportunidade de reavivar e renovar minha visão criativa.
Quais foram as principais mudanças da marca durante este tempo?
As principais mudanças envolveram a reintegração de elementos que fazem parte da identidade original da marca, incluindo técnicas de costura e design que foram deixadas de lado pelos novos proprietários. Além disso, estamos focando em sustentabilidade e inovação, explorando novas tecnologias e materiais que respeitam o meio ambiente, sem comprometer a qualidade e a estética que nossos clientes esperam.
Como é chegar a esse tempo de marca num país que vive de adversidades econômicas?
Trabalhar no Brasil sempre envolveu navegar por incertezas econômicas e políticas. Chegar a esse marco é uma prova de resiliência e adaptação. Aprendemos a ser flexíveis, a encontrar oportunidades em meio às dificuldades e a nos conectar profundamente com nossos clientes, compreendendo suas necessidades e desejos em diferentes contextos econômicos.

FOTO: Divulgação/Pedrita
O que você imagina para o futuro da marca?
Para o futuro, imagino uma marca que continua a inovar e desafiar as normas da moda, expandindo-se internacionalmente e fortalecendo nosso compromisso com a sustentabilidade. Queremos continuar a ser uma referência de criatividade e autenticidade, explorando novas colaborações e tecnologias que nos permitam criar moda que não seja apenas estética, mas também ética.
Em que você se inspira para criar suas coleções? A cena rocker, punk e urbano ainda são uma referência muito forte para você?
Minhas inspirações vêm de diversas fontes, incluindo arte, música, cultura urbana, e experiências pessoais. A cena rocker, punk e urbano sempre foram referências fortes para mim, e continuam a influenciar meu trabalho de forma significativa. Essas culturas representam a rebeldia e a autenticidade que tento incorporar em cada coleção, sempre buscando novas formas de expressão e conexão com meu público.
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POR Mariana Gallo
FOTOS: Divulgação/Zé Takahashi (destaque) e Divulgação/Pedrita