Marina Ruy Barbosa: sucesso no mundo dos negócios
Dona de um talento inquestionável como atriz, Marina Ruy Barbosa se revelou também uma excelente business woman. Nessa entrevista exclusiva, ela fala sobre o sucesso da sua grife Ginger, que acaba de inaugurar a primeira loja física, e sobre seu próximo trabalho na televisão, uma série rodada toda em inglês! Confira:
Você está gravando a série Rio Connection, que deve estrear agora em 2022. Estava com saudade da rotina de gravação?
Estava morrendo de saudade. Sou completamente apaixonada por atuar, não consigo descrever a alegria, a realização, que sinto ao estar em um set de filmagem. Estou muito feliz em fazer parte desse projeto, que será uma série internacional. Fiquei um tempo longe das telas e consegui me dedicar a minha jornada empreendedora, mas agora retorno com um projeto que faz o meu coração bater mais forte.
“Sou uma mulher múltipla e cheia de sonhos, então faz muito sentido eu querer investir na minha carreira e nos meus projetos”
A Rio Connection é fruto de uma parceria da Globo com a Sony e será toda em inglês, certo? Como foi sua preparação para esse trabalho?
É isso mesmo – a trama é toda em inglês e o elenco é, em sua grande maioria, internacional. A preparação teve uma atenção especial ao idioma. A troca com os outros atores também foi muito importante para a série, para ganharmos mais profundidade e entrosamento. Por conta da pandemia, não consegui passar um tempo fora do país para fazer qualquer tipo de preparação. Fizemos tudo online ou no Brasil, como a situação permitia.
Em paralelo a sua carreira na dramaturgia, você mergulhou de cabeça no mundo da moda, com o lançamento da sua grife, a Ginger. Sempre teve vontade de empreender?
A vontade de empreender sempre esteve dentro de mim, querendo dar as caras para o mundo. Sempre fiquei atenta aos movimentos do mercado, às oportunidades de investimento e, ao longo dos anos, fui me envolvendo em negócios de forma mais tímida. Enquanto isso, na minha carreira de atriz, estava sempre rodeada de projetos importantes que precisavam da minha dedicação e energia. Então, precisei guardar os meus planos e minhas ideias mais ambiciosas para o momento certo. Aí veio a pandemia, que me obrigou a desacelerar e a repensar algumas coisas. Depois de muita reflexão e amadurecimento, decidi montar uma marca autoral que ressignificasse a forma que enxergamos e usamos a moda. Essa diminuição do meu ritmo de trabalho me permitiu ter mais tempo e finalmente tirar a Ginger do papel.
O lançamento da Ginger, em julho do ano passado, foi bombástico: em 12 horas as primeiras peças da coleção já estavam esgotadas! Você imaginou que a grife seria esse fenômeno?
Quando a gente lança um projeto especial, feito com muita dedicação e carinho, sempre torce muito para dar certo. Mas não posso negar que a resposta foi surpreendente e maravilhosa! O público entendeu o propósito da Ginger e o que estamos tentando construir. Somos muito gratas pelo carinho de todos que nos apoiam e nos acompanham.
Esse ritmo excelente de vendas continua? Imagino que a equipe deve se cobrar muito para manter-se nesse patamar…
Felizmente, sim. Todas as nossas coleções têm batido recordes e se superam, uma atrás da outra. Nosso último drop, Patinadora – que comemorou um ano de marca –, tinha sido o nosso recorde de vendas da marca. Agora, Riviera já está superando todas as expectativas, com várias peças entrando rapidamente em sold out. É muito gratificante ver a resposta do público! E vou ser honesta: não há uma cobrança por superar a coleção anterior, mas em apresentar algo que nos orgulhe e que faça sentido para a Ginger. A resposta de vendas vem naturalmente, quando as peças transpiram o DNA da nossa marca.
A primeira pop-up store da Ginger foi inaugurada só agora, após um ano e meio de sucesso no digital. Por que optaram por essa estratégia, em vez de abrir, logo de cara, a loja física?
Acredito muito no digital como um modelo de negócios sustentável e vejo muitas vantagens competitivas em sermos uma DNVB (Digital Native Vertical Brand). Para nós, fazia muito sentido nascer dessa forma pelos custos, pelo acesso, pelo tamanho da estrutura. O momento também contribuiu, pois lançamos no meio da pandemia. Mas foi uma decisão certa e sabemos que a operação online sempre será o nosso core business. A loja veio para complementar a nossa estratégia e garantir que a Ginger seja uma marca que aposta na omnicanalidade.
O quanto você participa da Ginger? Ajuda na criação das coleções, na administração da empresa?
É com muito orgulho que digo que estou 100% envolvida com a Ginger. Tenho mais afinidade com as áreas de criação e comunicação, mas, como fundadora, procuro entender todos os processos da marca. Como vocês bem sabem, liderar e administrar uma empresa é conhecer os diversos setores para poder desenvolver uma estratégia sólida de negócios. Mas vale dizer que parte de ser uma empresária também é entender quais são os meus pontos fortes e saber procurar talentos complementares que possam atuar nas áreas que tenho menos experiência e familiaridade. Quis montar um time competente para que a Ginger possa ser a sua melhor versão.
Outra empreitada sua é como diretora de moda do ZZ Mall, marketplace do grupo Arezzo. Como está sendo esse trabalho?
Tem sido muito gratificante e agregador. Um dos principais e mais importantes desafios no ZZ Mall era a construção da marca desse marketplace. Ele já nasceu com uma fortaleza, tendo em seu portfólio sete marcas da Arezzo&Co, mas que precisava de um trabalho forte de posicionamento de moda porque era um negócio novo e com muitas frentes de atuação. Então, junto ao time do ZZ Mall, tenho colaborado com as estratégias de marketing e comunicação, especialmente na parte de marketing de influência e na direção e criação de conteúdo nas diversas plataformas. Um bom exemplo é uma plataforma editorial chamada MAGAZZINE, que foi reformulada e oficialmente lançada no mercado – ajudei a criar esse novo caminho editorial, fazer a curadoria do conteúdo e estabelecer uma linguagem para essa ferramenta. São muitos projetos que tem ajudado a construir o que o ZZ Mall é hoje!
Você se considera workaholic? Por que são muitos trabalhos ao mesmo tempo: Ginger, ZZ Mall, sua carreira de atriz, de influencer.
Eu me considero uma pessoa apaixonada e dedicada a tudo o que faço. Não é um vício ou uma obsessão, pois trabalhar é algo que me faz feliz e me completa. Sou uma mulher múltipla e cheia de sonhos, então faz muito sentido eu querer investir na minha carreira e nos meus projetos.
“Depois de muita reflexão e amadurecimento, decidi montar uma marca autoral que ressignificasse a forma que enxergamos e usamos a moda”
Acha que esses novos desafios profissionais te ajudaram a encarar melhor a pandemia e mudar um pouco o foco de tudo o que estava acontecendo?
É difícil dizer, pois, por mais que as pessoas estivessem dedicadas a projetos, acho que era impossível ignorar o que estava acontecendo. Eu tive muitos momentos de altos e baixos, de tristezas e inseguranças, de angústias… Como qualquer pessoa! Mas tentei concentrar minhas energias para realizar um sonho aliado a uma contribuição relevante para o país – por isso, decidimos fazer a primeira coleção com 100% do lucro revertido para a Gerando Falcões.
E, para finalizar, quais seus planos para 2022?
A abertura da nossa pop-up store no JK Iguatemi é um marco muito importante para a Ginger, pois saímos de uma estratégia totalmente digital e para um formato que aposta no omnichannel. Será um período de muito aprendizado e feedback que nos ajudará a traçar os próximos passos da empresa – é possível que, daqui para frente, a marca aposte mais no braço físico do varejo como um complemento à nossa forte operação online. Com uma empresa em outro patamar de crescimento, também queremos nos dedicar a novos projetos, sejam eles sociais, de colaboração ou de parcerias com outras marcas. Em termos gerais, nosso sonho continua sendo nos tornar um grande e relevante player do mercado de moda nacional. O consumidor atual busca por labels autorais com DNA de transformação, o que nos diz que a Ginger faz parte do grupo de marcas que vai ajudar a construir o futuro da moda. Já sobre minha carreira como atriz, é focar na estreia de Rio Connection.
Por Cibele Carbone
Fotos: Fernando Tomaz (campanha) e Nicolas Calligaro (loja)