Como envolver os funcionários no processo de decisões de uma empresa
É comum que muita gente, no mundo corporativo, se pergunte até onde é possível ir na hora de dar uma sugestão ou uma ideia sobre algo relevante para a empresa onde trabalha. Por exemplo: as decisões mais estratégicas de uma organização devem ser tomadas apenas por suas mais altas lideranças? Há espaço para que funcionários de nível hierárquico mais baixo possam opinar sobre escolhas que podem mudar o rumo de uma empresa?
É bem verdade que as decisões mais estratégicas de uma organização devem partir, essencialmente, das suas altas lideranças, que são as pessoas que possuem a responsabilidade de guiar a empresa em direção aos seus objetivos. No entanto, é um equívoco limitar o processo de tomada dessas decisões apenas a esse pequeno grupo de indivíduos, sob o risco de estabelecer uma abordagem restritiva e pouco colaborativa.
Se o alto escalão das empresas tem uma visão mais abrangente do todo, os funcionários de níveis hierárquicos mais baixos contribuem com diferentes ideias que só poderiam partir deles, com os seus próprios pontos de vista e perspectivas distintas daquelas de quem está em cargos mais elevados. Afinal, todos os colaboradores têm um conhecimento valioso e muito particular sobre a empresa onde atuam, podendo oferecer insights práticos e capazes de influenciar positivamente as decisões estratégicas.
Os grandes desafios residem justamente neste ponto: como envolver o maior número possível de funcionários em processos de tomada de decisão. É possível citar alguns desses desafios como a própria cultura organizacional da empresa, que muitas vezes não está preparada para ouvir seus colaboradores; eventuais resistências à mudança; e uma ausência de gestão de conhecimento. Como se vê, são desafios que estão conectados entre si e que, para serem superados, é fundamental a promoção de um ambiente propício à ampla circulação de informações, com boa comunicação e de muita confiança por parte de todos.
Além disso, um modelo de liderança colaborativa se faz necessário. Este modelo estimula precisamente que todos, independentemente de seus níveis hierárquicos, contribuam e deem suas opiniões, criando um cenário favorável a mais inovação e agilidade nas tomadas de decisões. Para isso, vale destacar que é imprescindível criar os espaços e canais que permitam que essas trocas aconteçam da melhor forma possível, sem ruídos.
Fica claro, portanto, que a diversidade de ideias e experiências enriquece o processo decisório, permitindo que a empresa se adapte melhor às mudanças, tendo uma perspectiva única sobre as necessidades dos seus clientes e do mercado. Os funcionários devem, sim, ser encorajados a participar ativamente de quaisquer discussões ou debates que digam respeito à empresa onde trabalham: os ganhos serão imensos – para todos.
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POR Josiane Serrano, Gerente do Atendimento Corporativo do Senac São Paulo
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