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Musical: Whoopi à brasileira!

Aos 36 anos, Karin Hils – sucesso recente em “Sexo e as negas” – vive sua grande chance para cravar seu nome no mundo dos musicais. A protagonista de Mudança de Hábito revela tudo
sobre o desafio de interpretar o papel que marcou a carreira da atriz Whoopi Goldberg

Por Cibele Carbone

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Cena 1: garota se inscreve num concurso para ser uma das cantoras de uma nova girl band.

Cena 2: atriz da Rede Globo recebe convite para ser a protagonista no Brasil de um musical de sucesso da Broadway. Se a vida da jovem atriz Karin Hils se tornasse um filme, essas duas cenas – certamente – seriam as mais importantes da história. Depois de passar por um concorrido processo de seleção no reality show Popstars, do SBT, para ser uma das integrantes da banda Rouge (sim, aquela mesmo do hit-chiclete Ragatanga), Karin é a grande estrela do musical da Broadway Mudança de Hábito, em cartaz no Teatro Renault, em São Paulo. Mas no intervalo de 13 anos entre essas duas cenas, muita coisa aconteceu na carreira de Karin. Em vez de apostar somente na música, ela também levou em paralelo seu trabalho como atriz. Seu talento para a interpretação pode ser visto nos seriados Pé na Cova e Sexo e as Negas, ambos da Rede Globo. Agora, finalmente, ela vai poder unir no palco as duas coisas que tanto ama fazer: cantar e atuar.

Sua carreira começou no grupo Rouge, e hoje você é a protagonista da versão brasileira do musical Mudança de Hábito. Em 2002, quando se inscreveu em Popstars, imaginava que um dia iria fazer um dos papéis de maior sucesso da Whoopi Goldberg?

Não, realmente não! Naquela época era difícil imaginar essa possibilidade. Mas ao longo dos anos eu fui, naturalmente, tendo mais maturidade artística e me enveredando para a arte de atuar
também. Aí comecei a ver, sim, essa possibilidade.

Outra situação que você também nem imaginaria que acontecesse seria se encontrar com a Whoopi Goldberg. Como foi esse momento?

Nossa, foi uma honra incrível. A Whoopi foi extremamente carinhosa e cuidadosa comigo e me disse coisas que jamais esquecerei. Isso foi um sonho!

Aproveitou sua ida para Nova York para assistir a algum espetáculo da Broadway?

Infelizmente não tive tempo. Foi tudo muito rápido. Fiquei apenas 48 horas em Nova York, foram dois dias de compromissos.

Atuar nos palcos da Broadway, ver seu nome estampado nos letreiros… Muita coisa que não sonhava, já aconteceu. Já pensou que esse sonho também pode virar realidade?

E que os anjos digam amém! (risos) Realmente não sonhei tão alto, mas ao mesmo tempo tenho trabalhado muito. Se isso um dia acontecer, espero realmente estar preparada.

Bom, como surgiu o convite para fazer a Deloris?

No início do ano passado, fui sondada pela produção do espetáculo para saber da possibilidade. Depois fiz dois testes para os diretores estrangeiros que viriam ao Brasil dirigir o espetáculo poderem me conhecer.

Você tomou algum cuidado para que a sua Deloris não ficasse uma cópia da Deloris da Whoopi?

Não pensei muito nisso no processo e, ao mesmo tempo, é óbvio que minha grande referência era ela. Mas o mais fantástico da arte de atuar é justamente isso. Eu me sinto tão mais madura nessa
arte, que, nem que eu quisesse imitá-la, isso seria impossível. O que eu tenho dentro de mim e que empresto ao personagem, que me ajudou na criação da minha Deloris, é meu – porque cada um é único e eu fui fiel à minha direção.

Como foi o processo de adaptação das músicas, já que elas não são a simples tradução da trilha do filme?

Fácil, pois as músicas são tão lindas e marcantes quanto as do filme. Eu tenho acompanhado bastante o pós-espetáculo pelas redes sociais. É muito legal quando as pessoas postam trechos das letras das músicas, sinal de que elas marcaram…

Você teve alguma preparação especial para encarar esse papel? Afinal, você canta e dança quase que em todo o espetáculo…

Infelizmente, não. Eu estava gravando o seriado Sexo e as Negas durante os ensaios e, como ele tinha números musicais, necessitava de bastante dedicação também.

Esse não é o seu primeiro musical, mas com certeza é o que está dando mais visibilidade. Pensa em seguir somente no mundo dos musicais ou quer voltar para a TV?

Eu penso que não dá mais para fazer uma coisa só…

E para terminar: tem tido tempo para ser você ou sua vida agora é 24 horas em função do musical?

Acabamos de estrear. É natural que as coisas comecem a ficar mais no seu lugar, diferentemente do período de ensaio, mas o trabalho e a disciplina precisam ser mantidos. Eu fico quase 80%
do tempo no palco e faço oito sessões por semana. É claro que a vida muda, a gente vive praticante em função disso. Procuro ter cuidado, principalmente, nos meus dias de folga.

 

 

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