Degustamos sete águas nacionais com gás. Conheça a campeã!
Por: Aroldo de Oliveira
Nossa roda de discussão, e de degustação, conta ainda com os sommeliers Gabriela Bigarelli, Daniella Romano, Gustavo Massa Beltrati, o bartender e também sommelier Rodrigo Sepulveda e fecha com o empresário Kleber Thomé, proprietário da boutique de pães Mr. Baker. “Após essa degustação, estou contente em conhecer e saber que a água brasileira está em um bom nível de qualidade, se compararmos com as internacionais”, relata Daniella Romano. O sommelier Gustavo concorda em parte. “No quesito águas leves, estamos no mesmo nível, mas, quando corremos para as águas gastronômicas, ainda falta corpo para atingir o nível da Acqua Panna, San Pellegrino, Voss, entre outras”.
Conversa vai e vem, vamos voltar para o foco da degustação. É bom discutir o nível de nossas águas, sua qualidade, higiene, salinidade, etc. Enfim, tudo isso é saudável para a indústria e vai ajudar na evolução dos produtos. “É difícil degustar água. Elas são bem parecidas, é preciso estar atento aos detalhes, à efervescência, persistência, corpo. E esse exercício ajuda na diferenciação de cada uma delas”, explica Rodrigo Sepulveda. Daniella destaca mais um detalhe e defende o gênero. “Mulher tem muita sensibilidade para essas mínimas características que diferenciam cada água”. Será?
Nacional e de boa qualidade
A degustação de águas nacionais com gás, promovida por Go Where Gastronomia, foi às cegas – ou seja, o júri não sabia que água estava tomando. A ficha, que pode ser visualizada no box desta página, valia 100 pontos no total, com divisão de pesos diferentes para cada item. O olhar (clareza da água) valeu de 0 a 10. O item nariz, pelo qual se registra a impressão dos aromas, valeu de 0 a 30. O paladar, de 0 a 40, o maior peso. E, por fim, o exame final, que pedia um veredito de balanço e persistência, valeu de 0 a 20. As águas foram numeradas de 1 a 7 e a degustação seguiu esta sequência. Na ordem:
Pura Font Danone- Minalba
- Crystal Vip
- Schin
- Prata
- São Lourenço
- Platina
Algumas informações do decorrer da degustação são fundamentais para entendermos a dinâmica. A água 1, Pura Font, se saiu melhor que a água 2, Minalba, no resultado final, mas ambas tiveram notas apenas razoáveis dos jurados. “A água 1 é leve, com salinidade perceptível, corretamente suave”, diz Kleber Thomé. “Ela não tem defeitos, mas não se sobressai no corpo, é uma água para o dia a dia”, completa Rodrigo. “A água 2 tem bons aspectos, é correta, mas falta brilho para ser combinada com bons pratos. Apenas para o dia a dia também”, resume Gustavo. A água 3, Crystal Vip, chamou a atenção negativamente de Gabriela Bigarelli. “Ela tem um leve defeito, não sei se de armazenamento, mas incomodou pelo gosto de plástico, apesar da salinidade e brilho corretos.” Já a água 4, Schin, cresceu diante dos degustadores e foi festejada por todos. “Uma das melhores até agora. Correta, brilhante, ótima efervescência, refrescante, vai bem para o dia a dia e para acompanhar uma boa refeição”, relata Rodrigo. Ele completa: “Tem aromas evidentes, salinidade ok, corpo leve, equilibrada e persistência média.”
A água 5, Prata, também foi bem avaliada, mas ficou um degrau abaixo da Schin e teve comentários comedidos. “Olhar correto, no nariz é bem perceptível, salinidade correta e corpo médio, bom equilíbrio”, destaca Gabriela. A briga pelo primeiro lugar fi caria realmente entre a 6 e a 7, São Lourenço e Platina, respectivamente. A água São Lourenço, da Nestlé Waters, tem uma história de 125 anos e sua fonte é na cidade de São Lourenço, sul de Minas. Atualmente, o portfólio de produtos dessa marca reúne as garrafas de 300 ml, 510 ml e 1,26 l, nas versões com gás e sem gás, comercializadas somente no Brasil. A empresa não informou qual é o volume de água São Lourenço produzido na fábrica. Já a fonte da Platina fica em Águas da Prata, interior de São Paulo, em uma exuberante e preservada faixa da Mata Atlântica. Tem, assim como a São Lourenço, uma história rica e antiga, uma vez que iniciou as atividades em 1918. Entretanto, a fonte ficou inativa por um bom tempo até ser comprada em 2007 e reiniciar as atividades em 2014, com bastante êxito. Renato Frascino fez questão de destacar a qualidade da São Lourenço. “É perceptível o quão natural ela é. Legítima, tem originalidade, acidez e salinidade equilibrada, que denota algo muito positivo, com longa persistência. É a mais autêntica de todas”, diz. A água Platina, a última a ser degustada, conquistou os degustadores e surpreendeu. “Para mim, a que mais se destacou em todos os itens, sem dúvida”, diz Kleber. “Mais efervescência, aromas neutros, paladar equilibrado, boa acidez e salinidade leve.” Gustavo concordou. “Melhor água, superior. Mais corpo e equilíbrio. Tem características realmente marcantes.”
“Elas são bem parecidas, é preciso estar atento aos detalhes, à efervescência, persistência, corpo” Rodrigo Sepulveda
“Após essa degustação, estou contente por saber que a água brasileira está em um bom nível de qualidade” Kleber Thomé
“As águas seis e sete se completam em uma mesa” Gabriela Bigarelli
“No quesito águas gastronômicas, ainda falta corpo para atingirmos nível da Acqua Panna, San Pellegrino, Voss…” Gustavo Massa Beltrati
“Água é a primeira bebida que entra e a última que sai da mesa” Renato Frascino
Ranking – Por ordem de pontos
Gustavo |
Kleber | Renato | Gabriela | Rodrigo | Daniella |
TOTAL |
|
1. Platina |
96 |
75 | 88 | 100 | 72 | 87 |
518 |
2. São Lourenço |
93 |
65 | 86 | 80 | 87 | 88 |
499 |
3. Schin |
89 |
53 | 80 | 85 | 79 | 82 |
468 |
4. Prata |
82 |
55 | 70 | 85 | 84 | 85 |
461 |
5. Pura Font |
81 |
60 | 70 | 75 | 68 | 81 |
435 |
6. Minalba |
72 |
43 | 81 | 75 | 73 | 88 |
432 |
7. Crystal Vip |
73 |
32 | 60 | 65 | 55 | 85 |
370 |