Por: Celso Arnaldo Araujo
Em 1951, ao deixar a cidade de Rosende, na Galícia, em rumo incerto a São Paulo, no porão de um navio, Belarmino Iglesias deixou para trás uma promessa difícil de cumprir: ele só retornaria à Espanha se fizesse sucesso no novo mundo. Claro, voltaria várias vezes nos 60 anos seguintes, inclusive para abrir um restaurante com a marca Rubaiyat em seu país natal. Belarmino Iglesias, o senhor Rubaiyat, morreu em maio último, aos 85 anos – deixando como herança uma das mais importantes grifes de “carne forte” do planeta. Sua primeira incursão na gastronomia paulistana foi como garçom da famosa churrascaria Cabana, no centro – onde se tornaria maître em pouco tempo. Até que apareceu a chance de virar sócio de um restaurante prestes a ser inaugurado — isso há exatos sessenta anos. Logo Belarmino era o único dono do Rubaiyat. Ele Investiu pesado no aprimora-mento das carnes nobres que o paulistano comia. Comprou uma fazenda em Dourados, Mato Grosso do Sul, onde promoveu o melhoramento do gado. As carnes do Rubaiyat tornaram-se campeãs sistemáticas de concursos de gastronomia – incluindo o Prêmio GoWhere Gastronomia. Ele foi um dos mestres que ensinaram o paulistano a comer o melhor da carne.