Por: Mariana Santos
Não se sabe se é apenas uma lenda ou se, de fato, arroz negro, por ser raro, por seu alto valor nutricional e sabor exótico era um alimento exclusivo dos imperadores – e, portanto, proibido a todos os outros mortais – na China, onde teve origem há quatro mil anos. Verdade ou não, esse grão ainda tem fama de exótico na gastronomia brasileira e, apesar de sua produção ter aumentado consideravelmente nos últimos 20 anos, ele ainda é utilizado quase exclusivamente na culinária gourmet.
Da terra à mesa
Por ser um grão com características especiais, é de se esperar que seu cultivo exija cuidados especiais. Na fase de maturação, por exemplo, se for exposto a temperaturas superiores a 35 graus, o grão não adquire sua principal característica: a cor preta. A planta do arroz negro também é bastante sensível à água e ao vento, que pode quebrá-la, causando perdas na colheita. “São riscos que o produtor tradicional prefere não correr. Prefere plantar arroz agulha a cuidar de um produto tão sensível”, pondera Francisco.
Poderes nutricionais
Dizem que durante a Dinastia Ming (1368-1644) o arroz negro era conhecido por garantir boa saúde e vida longa. Eis a razão pela qual os imperadores restringiam o consumo do grão escasso a si próprios. Mas, embora tivessem ideia das propriedades benéficas desse alimento, os nobres não podiam imaginar que, além de alto teor de fibras, ele também estava repleto de proteínas, ferro e substâncias antioxidantes, que previnem o envelhecimento precoce, com menos gordura e menor valor calórico. Consumido regularmente, a concentração de fibras regula o intestino, controla a glicemia e reduz a taxa de colesterol. “Outro benefício é que ele aumenta a sensação de saciedade, sendo um grande aliado para quem deseja emagrecer com saúde”, esclarece Paula Fernandes Castilho, especialista em Nutrição Clínica.
Dinastia negra
Em seu Arroz negro com camarões grelhados e velouté de beterraba, o chef Guga Rocha, apresentador do Homens Gourmet, usa vinho branco para intensificar o gosto marcante dos ingredientes, que combinam com o gosto quase adocicado do grão. “Utilizando óleo de coco e coco ralado, adiciono textura e perfume delicado ao prato”, explica o chef.
R. Haddock Lobo, 807 Jardins – Tels.: 3061 2859 3088 1792
www.restauranteamadeus.com.br
Badebec
Avenida Doutor Chucri Zaidan, 902 – Shopping Market Place – Tel.: 5181 0695
www.badebec.com.br
Chef Guga Rocha
www.gugarocha.com.br
Chef Rouge
R. Bela Cintra, 2238 Jardins – Tel.: 3081 7539
@chefrouge_fr
Ruzene
(12) 3642 8974
www.ruzene.com