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Especialistas avaliaram nove marcas de panetones em uma degustação às cegas no restaurante Enosteria

Na seleção, desde marcas comerciais até os panetones premium passaram pelo crivo dos jurados

 

Luiz Farias, Mari Mallemont, Juliana Bianchi, Douglas Benatti, Giuliana Giunti e Gabriela Gotthiff

 

Apesar de o panetone ter surgido na Idade Média, no Brasil ele só chegou depois da Segunda Guerra Mundial, trazido pelos imigran-tes italianos. Nos apaixonamos e, desde então, adotamos a delícia como item obrigatório à mesa do Natal. E mesmo diante da criatividade dos confeiteiros brasileiros, que criam as mais inusitadas combinações, as frutas continuam sendo o recheio preferido de muitas famílias. Da receita tradicional – que levam apenas frutas cristalizadas e uvas-passas – às incrementadas com castanhas e coberturas delicadas, o secular pão doce natalino se mantém sob os holofotes nessa época do ano. Por isso, convida-mos seis especialistas para avaliar nove consagradas marcas que se inspiraram no panetone clássico para criar suas receitas.

A hora da verdade
A degustação às cegas aconteceu no restaurante Enosteria e contou com a presença de Luiz Farias (chef confeiteiro da Academia Bunge), Mari Mallemont (digital influencer do @marimallemont), Juliana Bianchi (jornalista e confeiteira), Douglas Benatti (chef do Enosteria), Giuliana Giunti (digital influencer do @omelhorprato) e Gabriela Gotthiff (confeiteira e proprietária da Sucrier). Os jurados experimentaram um produto de cada uma das seguintes marcas: Havanna, Casa Suíça, Fasano, Triunfo, Bauducco, Di Cunto, Eataly, Mondo e Seven Boys. Os seguintes aspectos foram analisados: sabor, umidade, textura, aroma e recheio.

 

A primeira grande surpresa do dia foi o Panetone da Di Cunto. “Gostei do sabor amanteigado e sem produtos artificiais”, comentou Mari Mallemont. Juliana, que notou a pequena quantidade de frutas no produto, concordou com Luiz e acrescentou: “ele é macio e leve. Eu poderia comê-lo inteiro com facilidade. E apesar de ter pouca fruta, não me fez falta”. Gabriela também destacou o sabor delicado do produto. O Panetone Tradizione do Eataly – coberto com confeitos açucarados – foi outro destaque do teste, com elogios de todos os jurados: “Essa casquinha faz toda a diferença. É incrível! E ele está bem mais recheado do que outros que provamos aqui”, comentou Gabriela. Mesmo antes de provar, Juliana também já gostou. E quando experimentou, comprovou a primeira impressão: “a casquinha da cobertura dá uma crocância que nenhum outro apresentou. Além disso, ele tem mais frutas, está mais úmido”, justificou. Para Giuliana Giunti, o que mais se destacou nesse produto foi o aroma suave e a variedade de texturas: “que cheiro sensacional de amaretto. E dá para sentir o contraste entre crocante da cobertura e a maciez das frutas”.

Como em todos os anos, o panetone da Bauducco esteve entre os mais bem avaliados, com destaque para os quesitos sabor, textura e aroma. O chef Douglas Benatti ressaltou o equilíbrio no sabor: “não é enjoativo. Não tem nada que eu não tenha gostado nele”.
Casa Suíça também agradou aos especialistas com seu panetone tradicional, bem avaliado, principalmente, nos itens umidade e textura. “Ponto positivo para esse. Eu o abri inteiro e ele não se quebrou. Está com boa umidade”, analisou Luiz Farias.

O Panetone Tradicional do Fasano teve bom desempenho, especialmente, nos quesitos umidade e sabor, graças a características bastante peculiares que o assemelham ao galupe, massa tradicional na Europa, feita com vinho. O chef Douglas notou os aromas: “algo próximo de um prosecco”.


O produto da marca Triunfo recebeu boas avaliações quanto à sua umidade. Gabriela foi uma das juradas que elogiou essa característica no produto. Para Giuliana, o recheio também mereceu reconhecimento: “é bem variado, tem passas escuras e claras bem molhadinhas. Também dá para sentir o sabor da bebida e o dulçor bem equilibrado”.

O Panettone Genovês da Havanna ganhou pontos por sua textura e umidade. Luiz realçou a fermentação natural como responsável por fazer com que as fibras da massa desfiassem sem esfarelar. Os jurados notaram que o produto da marca Mondo não apresentou o aroma característico de panetone. “Tem cheiro de pão e sabor de fermento biológico”, comentou Gabriela.

Os jurados notaram que o produto da marca Mondo não apresentou o aroma característico de panetone. “Tem cheiro de pão e sabor de fermento biológico”, comentou Gabriela. Já a receita da Seven Boys apresentou textura mais seca do que o esperado. “É um panetone simples. Dá para sentir bem os aromas artificiais”, acrescentou Giuliana. “Acredito que esse seja um produto que está na casa da maioria dos brasileiros. Mas não é um panetone para impressionar na noite de Natal”, comentou Mari.

 

Por Mariana Santos
Fotos Daniel Cancini

Agradecimentos:
Restaurante Enosteria
R.: Jacques Felix, 626 – Vila Nova Conceição – São Paulo – SP
Tel.: (11) 2774-1710 – www.enosteria.com.

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