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6 restaurantes com receitas tipicamente argentinas para você visitar em São Paulo

Com clima descontraído e boa seleção de carnes, uma nova geração de restaurantes têm ganhado destaque na cena gastronômica paulistana. Inspirados pelas parrillas de bairro de Buenos Aires, com decoração temática e porções fartas, esses endereços atraem uma clientela cativa, que é entusiasta de receitas tipicamente argentinas, como empanadas, choripán e sorrentinos. Conheça seis casas paulistanas que representam esse fenômeno.

Chimichurri Parrilla

Filho de pai chileno e mãe argentina, o chef Tomás Peñafiel nasceu no Brasil, mas passou boa parte da infância e juventude no país portenho. Quando voltou ao País, porém, sentiu-se órfão das clássicas parrillas argentinas. “Eu sentia muita falta de um lugar onde pudesse comer carne de qualidade sem precisar pagar três vezes a mais, por conta de um serviço super formal”, diz ele. Dessa inquietude nasceu a ideia de abrir o Chimichurri Parrilla (Chimi, para os íntimos), em Perdizes. “É como se estivesse na garagem da casa de um amigo, mas comendo uma carne de muita qualidade”, define Peñafiel. Dependendo do dia, é preciso aguardar um bom tempo na fila por uma mesa. Mas dá para ir pedindo algumas sugestões do cardápio. Destaque para a empanada frita de pesto com queijo e tomate assado e o choripán (linguiça feita na casa e chimichurri, no pão francês). Outro hit da casa é o hambúrguer angus (180 g) com queijo prato, que pode ganhar complementos como cebola caramelizada e bacon. Das carnes finalizadas na parrilla, as mais pedidas são o ancho, o vazio e a entraña, que chegam à mesa acompanhadas de legumes grelhados. Em breve, Peñafiel vai inaugurar mais um espaço na mesma rua, onde terá mais um salão, além de um bar. É aguardar. 

Avenida Professor Alfonso Bovero, 730 – Pompeia 

FOTO: Divulgação Chimichurri Parrila/ Gui Galembeck

Parrillita Carnes y Algo Más!

As típicas parrillas da capital portenha foram a inspiração da dupla formada pelo assador argentino Alejandro Roth e pelo empresário Rodrigo Schmidt para criar o conceito do Parrillita, que foi inaugurado no ano passado no Cambuci. “Nós nos inspiramos nesse modelo argentino, mas trouxemos algo a mais. Porque não queríamos ficar restritos à experiência da carne”, diz Roth. O cardápio reúne acompanhamentos mais trabalhados, como a berinjela assada no forno a lenha com creme de tahine e iogurte, tomate tostado, alho confitado, pangrattato e gremolata. Mas a atração principal do salão, decorado com quadros e objetos que remetem à cultura portenha, é a parrilla, onde são finalizados cortes como ancho e short rib, que podem ser servidos com manteigas de chimichurri ou de funghi. Entre as empanadas, que podem ser assadas ou fritas, há sugestões que vão desde a clássica de queijo e cebola até a de steak tartare. Para a sobremesa, o destaque é a seleção de sorvetes, que são produzidos ali mesmo. Os sabores variam, mas não pode faltar o de doce de leite Bardêra (Roth é dono da marca) com pedacinhos de brownie. Em breve, na casa ao lado, a dupla vai inaugurar um delivery e um pequeno salão, onde vão servir empanadas e pizzas ao estilo portenho – Schmidt é dono da pizzaria Di Bari. A conferir. 

Avenida Lins de Vasconcelos, 988 – Cambuci  

FOTO: Daniel Cancini

Rotiseria Argentina

Em uma casa na região do Cursino funciona o restaurante comandado pelo argentino Ricardo Joel Michel. Embora haja uma parrilla no quintal, pilotada por Michel aos finais de semana, o local foi inspirado nos bodegones, uma espécie de versão portenha das clássicas cantinas italianas do Bixiga. “Nesses lugares, é muito mais uma cozinha de panela do que de parrilla”, explica Michel. Uma das estrelas da casa é o sorrentino, um ravióli típico de Mar del Plata que abriga recheios como o de ricota com raspas de limão-siciliano, parmesão e hortelã, que pode chegar à mesa banhado por molhos como o clássico ao sugo. Outras pedidas são as milanesas, para compartilhar, em versões como a la napolitana, com presunto, mussarela, molho de tomate e servido com batatas fritas. Um dos carroschefes são as empanadas (aliás, Michel fornece os discos de massa para diversos restaurantes), disponíveis em recheios como a do chef (carne, cebola assada, azeitona, uva-passa e ovo) e a pancetita (panceta defumada, ameixa e mussarela). Para adoçar, a pedida é o alfajor feito na casa, com recheio de doce de leite e casquinha de chocolate branco, ou meio amargo. 

Rua Coronel Silvério Magalhães, 78 – Cursino

FOTO: Daniel Cancini

Sur Parrilla

Durante os 16 anos em que manteve o extinto Blú Bistrô, em Perdizes, o argentino Gastón Delmoro acompanhou de perto a evolução das parrillas argentinas na capital paulista. Além de frequentador assíduo de casas como o Martín Fierro, ele foi sócio de Peñafiel no primeiro ano do Chimichurri Parrilla. No entanto, a vontade de ter uma parrilla para chamar de sua veio no pós-pandemia, quando o seu bistrô fechou as portas. “A ideia foi fazer uma parrilla semelhante às de Buenos Aires”, justifica ele. Faz quase dois anos que ele inaugurou o Sur Parrilla, na região do Baixo Pinheiros . Embora haja uma porção de mesas no salão interno, o público gosta mesmo de se espalhar pela calçada, onde desfruta de clássicos da culinária portenha. As empanadas, receita da mãe de Delmoro, surgem no cardápio em versões como carne (com azeitonas verdes, batata e ovo) e linguiça com provolone. Outra pedida é o choripán com chimichurri. Entre as carnes, que chegam à mesa com legumes na brasa, há opções como bife de chorizo e denver steak. Tanto a tortilla de papas quanto o brócolis ramoso são opções de acompanhamento. Nos últimos tempos, Delmoro vem notando o interesse crescente do público na cozinha portenha. “As pessoas vêm aqui atrás de mollejas e asado de tira, algo que era impensável até pouco tempo atrás”, diz Delmoro.

Rua Padre Carvalho, 365 – Pinheiros

FOTO: Divulgação Sur Parrilla/ Gastón Delmoro

El Pampero

Embora o chef Rodrigo Trindade tenha nascido em São Paulo, boa parte de sua família é de Alegrete (RS), cidade gaúcha que faz divisa com a Argentina e o Uruguai. É por isso que, desde cedo, ele teve contato com a cultura da região dos Pampas – em especial o churrasco. “Na fronteira, é quase impossível delimitar o que vem de onde. As culturas se fundem, e isso também acontece no churrasco”, diz o chef, que evocou essas lembranças para criar o El Pampero. Aberto em 2018 na região do Baixo Pinheiros, o diminuto endereço, que funciona somente na hora do almoço, tem a calçada tomada por mesas. A casa atrai uma clientela fiel, que costuma pedir sugestões como o a la minuta, um pê efe ao estilo sulista, que reúne bife de alcatra (200 g), arroz, feijão preto, ovos, farofinha e chips de batata. A seleção de cortes é sazonal e, vez ou outra, é possível encontrar sugestões como chorizo e denver steak. “A ideia é trabalhar novos cortes, para valorizar o gado como um todo”, explica o chef. Como acompanhamento, há opções como a parrillada de legumes e a abóbora assada e glaceada. E, para a sobremesa, a pedida é a panqueca de doce de leite. 

Rua Tucambira, 90 – Pinheiros

FOTO: Daniel Cancini

Cardoso Meat Boutique

Cadeiras de praia espalhadas pela calçada, guarda-sol e cervejas artesanais trincando de geladas. No coração do Brooklin, a Cardoso Meat Boutique trouxe para São Paulo o espírito descontraído das parrillas portenhas, com direito a brasa na rua e clima de churrasco entre amigos. O que começou como hobby do carioca Leonardo Cardoso — que largou a carreira em multinacional para se dedicar ao universo das carnes nobres — virou negócio consolidado em quatro anos. A proposta é simples: o cliente escolhe os cortes premium de Angus e Wagyu — como Chorizo, Flat Iron, Denver, Assado de Tiras e Fralda — e assiste ao preparo na parrilla montada na calçada, ao melhor estilo argentino. É possível levar para casa, montar kits personalizados ou sentar ali mesmo para degustar. Para acompanhar, há empanadas argentinas, parrillada de legumes com flor de sal, farofa de banana da terra e o clássico chimichurri. Entre as novidades, ainda está prevista a abertura de uma gelateria na mesma rua. “Entregamos com muita paixão cada preparo para a mesa e focamos na qualidade, que não abrimos mão, de jeito nenhum, essa é a nossa essência. E não menos importante, fazemos com que os nossos clientes – que, na maioria, viram amigos – se sintam em casa, num churrasco informal através de um ambiente despojado e com a garantia de encontrar aqui aconchego e felicidade ao redor do fogo”, finaliza Leonardo.

Rua Roque Petrella, 133 – Vila Cordeiro

FOTO: Daniel Cancini

Martin Fierro 

É impossível falar sobre a nova geração de restaurantes argentinos sem mencionar o pioneirismo do clássico Martín Fierro, comandado pela restauratrice Ana Massochi na Vila Madalena. Com 45 anos recém completados, o restaurante de clima descontraído e cardápio enxuto apresenta sugestões como a empanada de carne com ovos, azeitonas e uvas-passas, o choripan, além de cortes como o vazio e o bife noix. “Para nós, é uma conquista manter um restaurante vivo por tantos anos”, diz a restauratrice. Para ela, esse fenômeno das novas casas portenhas é algo natural. “Com o trânsito de muitos brasileiros para a Argentina, é normal que sejam incorporados outros sabores ao paladar nacional”, diz ela. Porém, Ana faz questão de ressaltar que simplicidade não é sinônimo de falta de qualidade. “O mais difícil é ser simples e manter a excelência”. 

Rua Aspicuelta, 683 – Vila Madalena

FOTO: Divulgação Martin Fierro/ Giuliana Nogueira

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POR Cintia Oliveira
FOTO DESTAQUE: Daniel Cancini (Cardoso Meat Boutique)
FOTOS: Divulgação Chimichurri Parrila/ Gui Galembeck, Daniel Cancini (Parrillita Carnes y Algo Más!, Rotiseria Argentina, El Pampero, Cardoso Meat Boutique), Divulgação Sur Parrilla/ Gastón Delmoro e Divulgação Martin Fierro/ Giuliana Nogueira

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