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Suzana Pires – Um ano pra lá de especial

Suzana Pires

Fotos: Divulgação

Assim Suzana Pires poderia definir 2015. Depois do sucesso do longa-metragem Casa Grande, que ganhou o prêmio de melhor filme no Festival de Toulouse, na França, ela se prepara para
dividir a autoria da minissérie Dama da Noite com Walther Negrão
Por Malu Bonetto

Suzana Pires, 39 anos, é daquelas atrizes que encara e tira de letra qualquer personagem: no filme Casa Grande ela interpreta Sônia, uma mulher fina, professora de francês e mãe superprotetora, que passa por uma crise financeira quando o marido, interpretado por Marcello Novaes, perde dinheiro na bolsa de valores. “Com o marido deprimido, ela precisa começar a trabalhar para sustentar a casa e o filho. Então resolve vender maquiagem, que é algo que gosta. E, aí, começa a trama, que é baseada numa história real”, resume. Para viver a personagem, a atriz participou e fez laboratório, junto com o diretor do filme, Fellipe Barbosa, no Sundance Directors Lab (na fazenda do ator Robert Redford, em Utah, nos Estados Unidos).

“Adorei representar o Brasil no Festival de Toulouse”

O filme Casa Grande, um sucesso de crítica, venceu o prêmio de melhor filme no Festival de Toulouse, na França.
“Foi uma emoção genuína, uma conquista para o filme e reconhecimento para o cinema brasileiro. Mesmo porque, quando o filme é reconhecido dessa forma, cada peça da engrenagem também
está sendo. Sinto que, como atriz, esse filme me fez crescer artisticamente, sedimentar minha parceria com o diretor Fellipe Barbosa e com o ator Marcello Novaes, e só fez aumentar minha compreensão da importância do cinema brasileiro fora do país.” Aqui no Brasil, o filme também foi aclamado: ganhou o prêmio de melhor filme pelo júri popular no Festival do Rio, o de melhor filme na Mostra de São Paulo; e o de melhor filme no Festival de Paulínia. “Agradeço aos diretores por verem em mim a possibilidade de fazer diferentes personagens, mesmo porque acabei de aparecer na telona em Loucas para casar.” E foi nessa comédia, vista por mais de três milhões de pessoas, sendo 800 mil nos primeiros quatro dias, que Suzana viveu Lúcia, uma dançarina
de boate, protagonista junto com Ingrid Guimarães e Tatá Werneck.

 

“Amo o que faço e me dedico 100%”

Ainda este ano, ela pretende rodar mais três filmes e já entregou alguns capítulos da minissérie Dama da Noite, que assina em parceria com o autor Walther Negrão. Ela contará a história de Eny Cesarino, a dona do maior bordel brasileiro nas décadas de 60 e 70, na cidade de Bauru, interior de São Paulo. Apaixonada pela profissão, Suzana ainda arranjou tempo em meio a tantos projetos para viajar a Los Angeles e fazer o curso Showrunner: TV Drama Series. “Esse curso foi um desafio, era uma turma de oito pessoas de diferentes lugares. Foi uma experiência única ficar dentro dos estúdios onde são feitos os seriados e vendo como é o trabalho das pessoas que coordenam os seriados.”

 

“Depois que escolhi a profissão, acho que acalmei”

Antes de se tornar atriz, a atriz conta que sempre foi uma criança exibida, daquelas que adoram fazer teatro para os familiares. “Aos 15 anos, pedi para minha mãe me matricular na escola de teatro Tablado. Parece que eu sabia que o viés da minha vida era seguir essa carreira. Em dois meses, já estava fazendo minha primeira peça profissional e desde então não parei mais. Eu era muito agitada quando adolescente, depois que escolhi minha profissão, acho que acalmei. A energia foi canalizada para a profissão, tudo fez mais sentido e comecei a encarar a fase da adolescência mais fácil.”

 

“Sou fascinada pela estrutura da televisão”

Ok, Suzana já provou que é uma excelente atriz. Mas, o que talvez muita gente ainda não saiba é que ela também é uma escritora de primeira linha. “Estar em cena é uma energia tão poderosa, uma energia que constrói, que faz as coisas existirem. Já a energia de ser autora é mais abstrata, mas é a que fica mais exposta.” Se facilita para ela, como atriz, ser autora? Ela responde que ser as duas coisas é uma soma, uma mistura natural. “Como tenho experiência de set no dia a dia, sei o trabalho que vai dar fazer o que estou escrevendo. Talvez facilite, mas não percebo, vou fazendo…” Na TV ela foi coautora do novelista Walter Negrão na novela Flor do Caribe, e integrou a equipe de autores do humorístico Os Caras de Pau. Entre 2006 e 2009, trabalhou para a Conspiração Filmes, onde, além de assinar o roteiro do seriado As Pegadoras, dirigido por Candé Salles, integrou a equipe de criação de programas de TV da produtora. “Escrever para televisão é algo
mágico, ver a repercussão e a desenvoltura dos atores ou de um núcleo que você nem esperava é mágico, é o milagre dos atores bons. Sou fascinada pela estrutura da televisão e pela maneira como podemos criar.”

 

 

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