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Rádio Jovem Pan – Paixão pela notícia

O frenético dia a dia da maior emissora de rádio do País, 24 horas voltada para o jornalismo, a prestação de serviços e o esporte
Por Celso Arnaldo Fotos Daniel Cancini


Do topo de um edifício localizado no ponto mais alto de São Paulo – o platô da Avenida Paulista – a Rádio Jovem Pan espalha sua mais nobre missão: irradiar notícias para todo o Brasil – hoje por uma rede por satélite que atinge 25 milhões de ouvintes em 1500 cidades brasileiras através de mais de 133 afiliadas. Faz exatos 45 anos que Antonio Augusto Amaral de Carvalho, o Tuta, começou a transformar a antiga Rádio Panamericana de São Paulo numa emissora moderna, atuante, inquieta, com o compromisso permanente de fazer o melhor jornalismo, com seriedade e credibilidade, transmitir o melhor do esporte e se envolver em causas nobres de defesa da sociedade. Hoje a maior rede de rádio do país, a Jovem Pan – no ar desde 1965 – é o maior exemplo da força imortal do rádio.
Às 5 da manhã, os acordes de Sinfonia Paulistana, de Billy Blanco – “Começou um novo dia, já volta/Quem ia, o tempo é de chegar” – começam a fazer companhia aos ouvintes da Pan em São Paulo, tomando café, tomando banho, no carro, a caminho do trabalho ou da escola. É o prefixo musical de seu horário mais nobre – o Jornal da Manhã, um clássico do jornalismo radiofônico, quatro horas e meia de boa informação. A primeira hora é local, com noticiário paulista. Mas já às 6 horas, toda a equipe da Pan está mobilizada para fazer o Brasil cair na rede – é quando o Jornal da Manhã passa a alcançar todo o País, via satélite. Mas um jornal dessa magnitude, apesar da instantaneidade do rádio, deve começar a ser planejado no dia anterior – na verdade, às 10 da manhã, quando José Carlos Pereira, diretor de jornalismo da Pan, comanda reunião de pauta com toda a equipe. Ali são definidos os temas que merecerão, ao longo dia, e no jornal do dia seguinte, maior atenção dos repórteres da rádio. Se o Jornal Nacional é o Boeing da Globo, o Jornal da Manhã é o superssônico da Pan. Às 7, entra direto de Brasília, ao vivo, o jornalista Fernando Rodrugues, um dos mais respeitados cronistas da Corte. Participação também dos correspondentes em Nova York e Paris, além dos repórteres na sucursal do Rio e Janeiro e em diversas cidades do Brasil onde se encontram as afiliadas da Rede Jovem Pan Sat. Todos os fatos são relatados de forma direta e dinâmica, características do jornalismo de credibilidade praticado pela Jovem Pan. Às 7 e meia, uma entrevista de peso, com uma personalidade conhecida nacionalmente, conduzida por Anchieta Filho, outro veteraníssimo da Pan.

O fascínio do rádio – que resiste bravamente a todas as mídias eletrônicas que o sucederam – é que ele atrai as pessoas sem mobilizá-las fisicamente: os ouvintes, embora sintonizados, estão livres para qualquer outra atividade. Essa insuperável força do rádio, um veículo dotado de uma agilidade que nem o computador conseguiu reproduzir, é o que faz uma emissora instalada no coração da Avenida Paulista conquistar ouvintes qualificados, por exemplo, no interior do Piauí. E a Pan, nesses 45 anos, sempre sob o comando de Tuta, um eterno apaixonado pelo rádio, conseguiu estabelecer fortes marcas no jornalismo radiofônico. Foi a primeira emissora, por exemplo, a instituir a cobertura aérea – abordo de seu célebre “Vermelhinho Jovem Pan”, o helicóptero que leva seus repórteres, como Renata Perobelli e Daniel Liam, a esquadrinhar a cidade lá do alto. Em terra e no ar, a rádio tem hoje cerca de 200 funcionários ligados diretamente à produção de informação – seguramente, a maior equipe do rádio brasileiro. Pelo menos cinco repórteres estão permanentemente nas ruas de São Paulo para garantir a informação mais fresca. Das 7h30 às 9h30, o Jornal da Manhã se volta novamente à prestação de serviços para os cidadãos de São Paulo que precisam de orientação sobre o tempo, temperatura, condições do trânsito e das estradas do estado.

O INÍCIO

O atual poderio da Jovem Pan nasceu da decisão de Tuta, há 45 anos. Na transformação da Panamericana para a Pan, ele já afirmava. “Quero uma rádio moderna, futurista. Os estúdios precisam ser diferentes e a emissora deve priorizar o jornalismo. Vamos inovar.  Precisa ser uma radio prática. A minha ideia é, por exemplo, uma central técnica bem localizada. Nela, entrarão todas as linhas de comunicação, com gravadores de reportagens e entrevistas e ao mesmo tempo com visão total para os quatro estúdios e para os quatro controles de áudio”. O conceito que estava na cabeça de Tuta foi levado ao escritório do conceituado arquiteto Fabio Penteado, e os especialistas transformaram o sonho de Antonio Augusto Amaral de Carvalho em realidade. Os grandes vidros redondos foram importados, e os traços mostravam que a construção circular lembraria um “submarino”. A obra terminou em 1973 mas as instalações da JP permanecem atuais e servem de modelo para as emissoras que se instalam nos dias de hoje. É desses estúdios que a rádio envolve o ouvinte com uma programação voltada essencialmente para o jornalismo, o esporte e a prestação de serviços. Inúmeros outros noticiosos – como o Jornal de Serviço, após o Jornal da Manhã, o Jornal de Notícias, os compactos Ligação Brasil, distribuídos ao longo do dia e A Hora da Verdade, na hora em que a maior parte dos paulistanos eestá voltando para casa – são campeões de audiência da frequência AM do rádio brasileiro, com a marca inigualável do jornalismo Jovem Pan. Outra marca da emissora são as campanhas voltadas à prestação de serviços e em defesa da população, como “A família é o berço de tudo”, “Já fui assaltado!” (com um milhão de adesivos aplicados nos carros da cidade de São Paulo), “Pela Vida, contra as Drogas”, “Brasil, país dos impostos”, entre outras mobilizações.
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