A nova boutique da Cartier – terceira da marca no Brasil –, inaugurada no Shopping Iguatemi há três meses, já é a menina dos olhos da grife.
Em paralelo a essa grande inauguração, a marca acaba de lançar o livro Panthère, que narra a história do felino criado por Jeanne Toussaint, aborda as técnicas envolvidas na produção das joias e elucida a influência desse poderoso símbolo nos universos da moda, do design e da cultura.
Por: Lilian Anazetti Pimentel
Diferentemente de outros livros sobre joias, a obra se distancia do formato de catálogo e traz a história da pantera na arte e na cultura – de pinturas de 30 mil anos nas paredes de cavernas à Pantera Cor-de-Rosa –, devidamente ilustrados com belas fotografi as e croquis dos arquivos da marca. Para fazer essa análise, a obra reúne textos da historiadora de arte Berenice Geoffroy-Schneiter, da historiadora de joias Vivienne Becker, da especialista em joias Joanna Hard e do editor de moda André Leon Talley. Juntos, eles narram a infl uência da pantera na moda, no design e na cultura popular.
Nova reduto brasileiro
Outro grande marco da grife este ano foi a abertura da maior boutique do Brasil – em São Paulo, no Shopping Iguatemi, com 290 m² distribuídos em dois andares. Para Maxime Tarneaud, diretor geral da Cartier no país, essa inauguração representa um grande passo no processo de expansão da marca. “Era um sonho antigo. Hoje, a Cartier se sente completa com a nova boutique. É a certeza de que a maison pretende continuar investindo nesse relacionamento, que começou em 1977”. A Cartier, inclusive, é a segunda marca de luxo com mais presença no Brasil. “O mercado brasileiro é um dos que mais cresce para a Cartier.”
Mesmo em tempos de crise, Maxime confirma o crescimento da marca este ano já em dois dígitos, beneficiadas pelo aumento do dólar. “Sentimos o momento ruim, mas, por outro lado, com o câmbio alto, nosso cliente acaba viajando menos e, portanto, opta por comprar no Brasil, ainda mais quando percebe que a diferença de preços não é a que ele achava que fosse”. De fato, os preços têm uma diferença, em média, de apenas 15% se com-parados aos Estados Unidos. “A Cartier tem um posicionamento agressivo no Brasil para equiparação de preços. Hoje está quase mais barato comprar aqui do que lá fora. Outra coisa importante é o atendimento: o brasileiro é bem sensível nesse ponto, gosta de ser paparicado pelo vendedor, de ficar à vontade, sem a barreira da língua.”
Simplesmente um luxo
“Somos um dos raros países que não têm turistas consumindo, ou seja, cem por cento dos clientes são brasileiros, isso faz com que o mercado seja ainda mais sofisticado. Se você só lida com o cliente local, tem de fazer um trabalho de fidelização muito forte, criar vínculos”, observa Maxime. “Tenho boas expectativas com relação à expansão desse mercado aqui no Brasil. Ele nunca vai ser como a Rússia ou a China, por exemplo, mas tem potencial. Mesmo longe do eixo Rio-São Paulo, percebo que temos cada vez mais clientes de fora, com poder aquisitivo”, diz Maxime, citando as praças de Brasília, Curitiba e Belo Horizonte como as mais relevantes. “Nos próximos dois ou três anos queremos consolidar nossas boutiques. Por outro lado, temos a distribuição de relógios aos concessionários, o que nos permite ver a temperatura das outras cidades. São 22 pontos de vendas e o próximo passo é dar um upgrade nessas lojas e personalizar cada vez mais os espaços da Cartier”, observa o executivo.
A joia número um do mundo