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Escolha seu jato

O mercado da aviação executiva cresce no mundo e “voa” no Brasil

Por Leonardo Millen

O Brasil vive um momento especial em termos de desenvolvimento econômico e posicionamento global. O mundo está de olho no que acontece por aqui e muitas empresas internacionais estão atentas aos movimentos do mercado nacional. O setor da aviação executiva é um dos alvos mais fortes. O Brasil já tem a segunda maior frota do mundo em aviação geral depois dos EUA. À frente de países como México, Argentina e Chile, o Brasil é o país que possui o maior mercado no segmento de aviação executiva na América Latina, com uma frota aproximada de 1.650 aeronaves, sendo 650 helicópteros, 350 jatos e 650 turboélices. A cidade de São Paulo concentra 35% dessa frota e tem uma das maiores frotas do mundo de helicópteros.

Fora o crescimento da economia brasileira, a valorização da moeda nacional e a internacionalização de empresas brasileiras são alguns dos fatores que impulsionam a expansão do segmento por aqui. O jato executivo sempre foi sonho de luxo, riqueza, conforto, privacidade e exclusividade. Ele continua sendo tudo isso, mas virou uma realidade para empresas e empresários. Leva o executivo aonde ele precisa chegar e o traz de volta rapidamente, com economia de tempo e mobilidade – fora o status. Num país com oportunidades de negócios se espalhando pelo vasto território nacional, o jato se tornou uma “ferramenta de trabalho”. Além da economia de tempo, agilidade, conforto e privacidade, há outros benefícios interessantes no uso do jato executivo, como a confi abilidade da tripulação e a possibilidade de os executivos discutirem estratégias sigilosas de seus projetos durante o voo, com garantia de que não há um concorrente em um assento próximo.

Resultado: as vendas dispararam nos últimos anos e praticamente todos os grandes fabricantes do setor de aviação estão disputando clientes e investindo pesado no mercado nacional. Isto pode ser notado pela importância da LABACE – Latin American Business Aviation Conference & Exhibition, principal evento de aviação executiva da América Latina, que vem sendo realizado anualmente em São Paulo e é considerado o segundo maior evento do mundo em termos de público participante.

Hora de voar

Adquirir um jato privativo ainda é um investimento alto, muito alto, com um altíssimo custo fixo de manutenção. Dependendo da necessidade da empresa ou do empresário, é preciso saber se é mais negócio comprar uma aeronave ou optar pelo fretamento eventual.

Para saber se é a hora de adquirir sua aeronave executiva, deve-se fazer uma conta simples. Calcular quanto vale o seu tempo e quanto deste tempo está sendo gasto em deslocamentos em voos comerciais, nas conexões, etc. E adicionar à conta até mesmo os deslocamentos de carro para chegar aos destinos não servidos pela aviação comercial. “No Brasil a aviação comercial serve pouco mais de 100 destinos e existem mais de cinco mil municípios. Paralelamente, existem cerca de três mil aeroportos que podem ser usados pela aviação geral. A decisão também deve ser pautada pelo tipo de operação que será realizada: distância, passageiros, volume de deslocamentos, tipo de voo, etc, para que se defina a aeronave mais apropriada às necessidades da empresa/empresário”, recomenda Eduardo Marson, presidente da ABAG, Associação Brasileira de Aviação Geral.

Cássio Poli, consultor de aviação e diretor da empresa Aerie, complementa: “O jato executivo é a solução para quem já tem negócios, clientes, filiais, empreendimentos ou projetos de expansão em várias cidades, regiões ou estados do Brasil. A maioria das localidades não conta com uma cobertura abrangente de linhas áreas regulares”. Cássio dá a dica: “ Uma empresa ou um empresário pode eleger aviação executiva como projeto num prazo ‘x’, sem a necessidade de imobilizar capital numa compra à vista. Hoje existem linhas de crédito nacionais e internacionais que podem viabilizar a compra”.

Escolha o seu jato

Há muitas marcas de renome e aviões fantásticos. Então como escolher o modelo ideal? Resposta: definindo precisamente a missão e uso. Qual a necessidade, quantos passageiros, frequência, tipo de pista, distancia entre as localidades e obviamente a faixa de investimento disponível.

“Dificilmente existirá uma aeronave 100% ideal. O desafio é encontrar ou optar por um modelo/marca que atenda perto de 70% da operação. Deve-se levar em conta ainda suporte pós-venda, manutenção e peças no Brasil e a liquidez de revenda”, recomenda Cássio. Criada em 1969, a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) é líder no segmento de aviação comercial no Brasil e também no segmento executivo, desde o lançamento do jato Legacy 600 há cerca de 10 anos. Hoje a empresa mantém um portfólio invejável. Os jatos executivos Phenom 100, Phenom 300, Legacy 450, Legacy 500, Legacy 600 e Legacy 650, bem como o Lineage 1000, estão posicionados no topo de suas categorias, oferecendo espaço e conforto superiores, desempenho excelente e baixo custo operacional. E a garantia extra de ser um produto nacional.

Entre as concorrentes da Embraer, destaque para a Cessna e a Gulfstream. Esta última atua na aviação executiva em mais de 30 países. Dentre seus diversos modelos, o Gulfstream G450 é um dos de maior destaque. O jato pode transportar até oito passageiros com luxo e conforto e sua cabine de pilotagem é considerada a mais avançada da aviação executiva. A Cessna é representada no Brasil pela TAM Aviação Executiva, parte do grupo TAM. Hoje ela é líder de mercado na aviação comercial no Brasil e está “voando” no segmento de aviação executiva, atuando tanto na venda de helicópteros (Bell Helicopter) e aviões (linha Citation), além do serviço de fretamento de jatos privativos. O modelo de maior sucesso do portfólio é o Citation X, de baixo consumo de combustível e operação eficiente, podendo acomodar até oito passageiros e dois pilotos e cruzar cerca de 5.689 km. Ou seja, é possível viajar de São Paulo a Brasília em apenas 1 hora ou de São Paulo a Nova York com apenas uma escala.

Se você ainda assim não está convencido, o consultor Cássio Poli tem um argumento final: “Além dos principais benefícios, como otimização do tempo, segurança (pessoal e de transporte), flexibilidade de agenda para cumprimento de compromissos e confidencialidade dos destinos, operação, rotina de aeroportos, etc. como profissional do mercado de aviação executiva posso garantir que quem faz as contas e opta por um jato dificilmente se arrepende. Vale muito a pena”.

Leia essa e outras matérias na Go’Where n° 94.

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