Rodeado por colinas verdejantes, vinhedos e castelos medievais, o Rio Danúbio tem sido exaltado ao longo dos séculos por músicos e poetas. Fazer um cruzeiro em um navio de luxo ao longo do rio, atravessando cinco países e parando em cada cidade de suas margens, é uma experiência única. Ainda mais no começo da primavera. Nossa equipe vivenciou – antes da pandemia começar – o roteiro “Romântico Danúbio”, da AmaWaterways. Foram sete dias e sete noites de encantamento, história, arte, alta gastronomia e muita diversão.
Do aeroporto de Munique, no sul da Alemanha, em trinta minutos de ônibus chegamos a Vilshofen, cidadezinha às margens do Danúbio. É ali que nos espera o AmaViola, luxuoso navio que nos levará até Budapeste, atravessando Áustria, República Tcheca, Eslováquia e Hungria. É um pacote completo, com várias opções de passeio em cada parada. As acomodações são excelentes e nosso apartamento conta com um home-office e varanda para o rio. A recepção e o atendimento da tripulação são impecáveis e a gastronomia super-requintada. Logo depois de desfazer as
malas na cabine, é hora de participar da Oktoberfest organizada para os passageiros. Em tendas armadas à margem do rio, uma banda típica anima os convidados que dançam, tomam chope e degustam aperitivos locais. À noite, na volta ao AmaViola, somos recebidos pelo comandante do navio e pela tripulação, com destaque para a responsável geral pelo nosso cruzeiro, Camille Dernis. É o jantar de boas-vindas. Cozinha padrão internacional, ao som do piano. Lá fora, o Danúbio murmura, como que sussurrando uma valsa de Strauss.
Vilshofen e Passau
Na manhã do dia seguinte, é hora do tour pela cidade. Em Vilshofen, o prazer maior é percorrer suas pequenas ruas, muito tranquilas, e o comércio local. Depois do almoço, no navio, retomamos o cruzeiro rumo a Passau, ainda na Alemanha. Conhecida desde o império romano como Batavis, ela é hoje chamada de “a cidade dos três rios”, onde as águas azuis do Danúbio encontram as águas verdes do Inn e as águas escuras do Ilz. Com 50 mil habitantes, tem atmosfera mediterrânea. Um passeio imperdível em Passau é caminhar às margens do Rio Inn, apreciando a paisagem. Mas o espírito da cidade se encontra mesmo é na Ludwigstrasse e nas pequenas ruas da zona de pedestres, com suas lojas e cafés, e na intensa vida universitária.
À noite, depois do jantar, retomamos a navegação. O navio desliza tão suavemente que não se sente seu movimento. Ao amanhecer, estamos em Linz, já na Áustria. Uma das opções da programação do AmaViola, na parte da manhã, é fazer um tour à pé ou de bicicleta pela cidade. Outra opção ainda é ir para Salzburgo. Preferimos andar pela cidade. Linz é uma das capitais europeias da cultura, e os destaques são o Museu de Arte Lentos, com importante acervo de Klimt, Kokoschka e Schiele e uma arquitetura deslumbrante, o Centro de Arte Eletrônica, o Musiktheater e o Centro Cultural OÖ Kulturquartier. A praça central é uma das maiores da Europa, onde se pode observar o intenso tráfego de VLTs que fazem contraponto com antigos bondes. Em toda volta, edifícios históricos restaurados, inclusive a Mozarthaus, casa onde Mozart, de passagem pela cidade, compôs sua sinfonia Linz, em apenas três dias.
Dentre as opções da parte da tarde, escolhemos ir para Ceský Krumlov, cidade no sul na República Checa classificada pela UNESCO como patrimônio da humanidade. Viagem tranquila de ônibus e depois percurso a pé pelas ruas estreitas. Debruçados sobre o rio Moldava, a cidade e seu castelo datam do século XIII. Destacam-se a arquitetura medieval gótica, renascentista e barroca, edificações dentre as quais o ponto alto é o teatro barroco do castelo, conservado até os dias de hoje sem nenhum tipo de reconstrução.
Uma das opções de passeio, saindo de ônibus de Dürnstein, foi conhecer a Abadia Beneditina de Melk, imponente complexo arquitetônico barroco que abrange o mosteiro, as escolas, os espaços culturais, a igreja e a biblioteca. Localizada no topo de um penhasco, a Abadia proporciona uma impressionante vista para o Danúbio e a cidade de Melk. Umberto Eco inspirou-se nela para escrever O Nome da Rosa. Todos os interiores são
decorados com afrescos, mármores, esculturas e talha dourada. A biblioteca tem cerca de 100 mil volumes espalhados em 12 salas e uma escadaria de tirar o fôlego. A atração maior da Abadia é a igreja barroca, concebida como uma obra de glorificação a Deus através da beleza.
Chegamos a Viena no quinto dia de navegação. Tudo na capital austríaca é superlativo, como a casa da Ópera e o Palácio Imperial. Essa grandiosidade é decorrente do poderio do antigo Império Austro-Húngaro e do fausto da dinastia dos Habsburgos ao longo dos séculos, traduzidos na arquitetura monumental de seus palácios e igrejas, na elegância e luxo de seus hotéis, no charme de suas ruas, praças e avenidas, na alegria de seus cafés e de seus jardins que explodem em cores na chegada da primavera. A sensação de chegar à cidade pelo Danúbio no AmaViola é única. “No meio do Danúbio tinha uma joia. Tinha uma joia no meio do Danúbio”, diria o poeta. E encerrar nossa visita à cidade com um recital-degustação de Mozart e Strauss, os dois maiores ícones da cultura austríaca, no teatro do Palácio Imperial de Hofburg.
Amanhecemos hoje, sexto dia do cruzeiro, em Bratislava, capital e principal cidade da Eslováquia. Conhecida antigamente como Presburg, caracteriza-se por suas torres medievais, edifícios do século XX e pontes sobre o Danúbio. É muito agradável caminhar pelo centro histórico, ao redor da Porta de São Miguel, uma das edificações mais antiga da cidade. Lojinhas, cafés e esculturas curiosas. Outro passeio interessante é subir ao Castelo de Bratislava, situado a cerca de 85 metros acima do Danúbio. Notável, também, é a catedral gótica de São Martinho, onde foram coroados todos os reis da Hungria desde 1563 até 1830. A igreja dos franciscanos, que data do século XIII, é o edifício religioso mais antigo da cidade. Já a Igreja de Santa Isabel, mais conhecida como Igreja Azul devido à sua cor, está construída no estilo art nouveau. Destaque da modernidade é a Nový Most (Ponte Nova), sobre o Danúbio, com uma torre que tem no alto um restaurante parecido com um OVNI.
O cruzeiro está chegando ao fim. Um encerramento em grande estilo na cidade de Budapeste. Buda, de um lado do Danúbio, e Peste, do outro, como duas cidades-irmãs. Nesse dia, resolvemos sair sem roteiro, aproveitando a manhã ensolarada. Budapeste é uma cidade que pode ser percorrida facilmente. Do lado Peste, curtimos os cafés, o Grande Mercado e o Palácio do Parlamento, conjunto de construções em estilo gótico que se tornou o cartão postal da capital húngara. Depois, cruzamos o Danúbio para chegar a Buda, atravessando a Ponte das Correntes. O Castelo de Buda pode ser acessado por um funicular ou a pé, contornando-se a colina. Preferimos subir caminhando, aproveitando a paisagem da cidade vista do alto. O Castelo de Buda é uma das imagens mais conhecidas de Budapeste. Conhecido como Palácio Real, já que foi a residência oficial dos reis da Hungria, atualmente ele abriga a Biblioteca Széchényi, a Galeria Nacional Húngara e o Museu de História de Budapeste. O grande espetáculo da despedida de nosso cruzeiro aconteceu à noite. Após o jantar, o AmaViola fez um inesquecível tour pelo Danúbio para que os passageiros pudessem se maravilhar com Budapeste iluminada. De um lado do rio, no alto, o Castelo de Buda nos acenava com suas luzes. Do outro, o Parlamento nos dizia adeus.
Por Luciano Garcia
Serviço: Go’Where Luxo viajou a convite da Velle Representações, representante oficial da AmaWaterways no Brasil. Agradecimento especial à atenciosa gerente do cruzeiro, Camille Dernis.
Velle Representações: (11) 3285-4437 / www.velle.tur.br