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O mundo mágico do pintor Gregory Fink

Por Cibele Carbone


O pintor Gregory Fink já realizou exposições nos quatro cantos do mundo, em países como Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália e Suíça. E seus quadros fazem parte do acervo de vários museus, além da Casa Branca e do Palácio St. James, da Rainha Elizabeth II. Mas não é preciso sair de São Paulo para apreciar suas obras: elas podem ser vistas na Galeria 22 – localizada na Vila Nova Conceição – e na exposição Magic Dreams, no Bourbon Convention Ibirapuera Hotel. “A minha última mostra foi um tributo ao centenário de Gustav Klimt e, como toda série acaba levando à outra, ela me trouxe a esse momento onírico e de sonhos atemporais, que originou a série Magic Dreams”, explica o pintor.

Os quadros nascem primeiro na minha cabeça, e quando vou para a frente da tela as pinceladas começam a surgir de maneira intuitiva e dão vida àquilo que imaginei. Gregory Fink

As primeiras pinceladas
Nascido em Londres, Gregory Fink se mudou para o Brasil ainda adolescente, com apenas 14 anos, acompanhando sua família. “Meu pai veio ao Brasil a trabalho e se encantou com o país e com a possibilidade de abrir uma galeria de arte por aqui. Ele sempre se interessou por artes, era um intelectual.” Assim que firmaram residência em São Paulo, abriram uma das primeiras galerias de arte da cidade, na região dos Jardins, área nobre paulistana, a Chelsea Art Gallery, que funcionou até meados dos anos 1980.

Dado o trânsito dos pais pelo universo da arte, Gregory, quando jovem, teve a sorte de conviver com grandes nomes do cenário artístico brasileiro, como Tarsila do Amaral, uma de suas principais influências. “Eu levava meus quadros e mostrava para ela, que sempre me dava sua opinião e muito apoio. Mas, sobretudo, o que eu achava mais fascinante, e que foi memorável na minha vida, é que Tarsila me contava sobre sua vida como artista, tanto no Brasil quanto em Paris, falava como aconteceu o movimento da Antropofagia, sobre Oswald de Andrade… Ela gostava muito de conversar”, relembra.

Acostumado a pintar desde novo, o artista – que já se aventurou em fazer algumas esculturas também – conta que a mistura das culturas britânica e brasileira acabou influenciando diretamente seu trabalho. “O Brasil me inspira com suas cores vivas, suas lindas paisagens. Já a Inglaterra, com suas estações do ano bem marcadas, seus grandes museus e toda sua história universal. Inconscientemente, acabo levando tudo isso para meus quadros.” Uma das principais características de suas obras, no entanto, é o uso de folhas de ouro e de prata, que se fundem com as tintas e iluminam as figuras de maneira ímpar, quase que hipnotizando o olhar dos espectadores de seus quadros.

Um mundo de inspirações
Cada artista tem seu próprio processo de criação, e o de Gregory começa na sua mente. “Os quadros nascem primeiro na minha cabeça, e quando vou para a frente da tela as pinceladas começam a surgir de maneira intuitiva e dão vida àquilo que imaginei”, explica o artista, que encontra a inspiração no mundo à sua volta. “Tudo me inspira, minhas experiências do dia a dia, os livros que leio, os filmes que vejo, as viagens pelo mundo, as músicas clássicas que adoro escutar…” E isso fica nítido ao observarmos suas obras, que ilustram sua visão de personagens medievais e sacros até figuras do folclore brasileiro.

Apaixonado por arte e pelo seu ofício, Gregory Fink revela que chega a perder a noção do tempo quando está dentro do seu estúdio, pintando, e que – assim como a maioria dos artistas – só gosta de mostrar seu trabalho depois que ele está pronto. Alguns quadros ficam expostos no seu apartamento, onde mora com sua esposa, Lily, com quem está casado há mais de 20 anos. Mas ele prefere mesmo é que os quadros fiquem expostos em galerias, museus e hotéis. “Não tenho ciúmes dos meus quadros, eu os crio para o mundo, para serem admirados pelo público. Qualquer artista precisa de plateia…”, finaliza.

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