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Jóias: O criador e sua obra

Alguns dos joalheiros mais importantes do Brasil dedicaram um pouco do seu tempo para escolherem a sua obra-prima, a joia que, por alguma razão, tem um significado especial.
Entre esmeraldas, ouro e brilhantes, peças que esbanjam sofisticação, brilho, design e muita personalidade.

Por Lilian Anazetti Pimentel

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Yael Sonia – Uma história em movimento

Quem visita o show-room de Yael na rua Haddock Lobo, em São Paulo, e a loja na avenida Madison, em Nova York, percebe o estilo da designer, inspirado na geometria e no movimento. Seus pendentes, pulseiras e brincos são joias modernas em sintonia com o corpo. “Cada indivíduo tem seu próprio ritmo interno refletido no movimento externo. As esferas dentro das peças se mexem de acordo com o movimento do corpo.”

É o que se percebe no pingente escolhido para esta matéria, intitulado Encontros Urbanos; uma peça única, estrutura de ouro 18 k amarelo e branco, feito à mão, dentro do qual esferas de quartzo rosa, turmalina rosa, topázio imperial, ouro rosa, citrino, quartzo fumé e green gold se movimentam, soltas. “Essa peça é especial porque é inspirada em São Paulo, reúne as qualidades que amo desta cidade; a arquitetura moderna, a energia e movimento, o encontro de culturas do mundo todo.”

Priscila do Vale – Jóias para a mulher urbana

Uma das mais novas e talentosas joalheiras de São Paulo, Priscila tem um estilo próprio, realçado por texturas, acabamentos perfeitos. O DNA de suas joias é um mix do modo de vida da mulher contemporânea, da moda, da arquitetura e da natureza.

“O que me fascina é o detalhe, o cuidado com que cada joia foi finalizada e a constante pesquisa por novas texturas e acabamentos.” E foi pensando justamente nessa mulher moderna e urbana que Priscila escolheu as peças para esta matéria.

“Elas fazem parte da coleção Twist. Essas joias podem ser usadas durante o dia ou à noite, com looks diferentes, do mais clássico ao mais solto e descontraído. Elas são especiais porque lembram a escultura, a pintura e a arquitetura que marcaram as últimas décadas no Brasil. É uma coleção que encanta pelo domínio do traço livre e abstrato, compondo uma experiência visual inovadora na trajetória da minha marca.”

Carla Buaiz – Sem medo de inovar

Publicitária por formação, a capixaba Carla Buaiz se encantou por trabalhos artesanais ainda na faculdade. Fez cursos de escultura, ourivesaria e gemologia no Brasil e no exterior, e decidiu então mudar o rumo de sua carreira. Depois de dois anos produzindo artesanalmente suas próprias joias, se especializou no assunto e investiu nesta paixão. Em 2009 inaugurou sua primeira loja homônima, em Vitória (ES) e, desde então, não parou mais. Suas inspirações vêm das viagens que faz pelo mundo e até de detalhes do cotidiano, que resultam em peças modernas e clássicas.

É o que se percebe nesta joia, o brinco em ouro branco 18 k com diamantes, ágatas e pérolas. “Aí está a essência do meu trabalho, a mistura do moderno, representado pela ágata cabouchon e o movimento das tarraxas de franjas, com o clássico, por meio das pérolas e da técnica de cravação com carretilha. Essa peça, em especial, é a expressão da mulher atual, que é forte sem perder a feminilidade; tem personalidade e é versátil.”

Silvia Furmanovich – Sofisticação para qualquer hora do dia

O trabalho da joalheira Silvia Furmanovich está intimamente ligado à sua história de vida. Desde a infância o contato com a arte da ourivesaria é uma constante em sua rotina, quando observava o pai,Salvador Longobardi trabalhar na oficina instalada na casa onde morava. A natureza é sua grande aliada; dela vêm as pedras que nas mãos da designer atingem seu brilho máximo através de lapidações singulares. Em 1997, Silvia Furmanovich montou seu ateliê para criar as próprias peças. Desde então, o que se vê são joias que esbanjam sofisticação e versatilidade, como esta pulseira de rosa ébano, feita em parceria com um artista italiano especializado em esculturas com ébano, turquesa e madre pérola. “É uma peça exclusiva produzida em etapas. A pétala de brilhantes é feita à parte e aplicada depois na peça. Para mim é especial porque é feminina e moderna, já que apostamos na cor preta”, explica a designer, que já fez a mesma pulseira, mas com outros materiais. “Nunca repito a cor, mas a ideia.”

Julio Okubo – 50 anos de tradição

Imigrantes japoneses, a família Okubo chegou ao Brasil em meados da década de 1920. Nesse período, Rosa Okubo, mãe de Júlio, trouxe a primeira pérola para o Brasil. Foi na adolescência que Júlio começou a trabalhar com joias. Seu objetivo era criar peças próprias e exclusivas, principalmente com as pérolas vindas do Japão. Em 1965, ele fundou a sua própria marca, e a partir daí trilhou uma carreira brilhante como designer e empresário. A paixão de Julio se perpetuou na família. Há mais de vinte anos, seu filho Julinho assumiu os negócios.

Este colar de esmeraldas traduz uma das mais importantes razões do sucesso da marca, a alta qualidade em cada detalhe. “O mercado muda, mas qualidade é sempre um item indispensável. Hoje a joalheria aposta na renovação dos clássicos e em um design atemporal. Em meio à explosão de cores e estampas que invadiram a moda nos últimos anos, as joias com design mais apurado chegam para equilibrar os looks e dar uma trégua aos olhos. Sofisticadas e cleans, estão associadas ao novo luxo, que exige pureza de formas e perfeição nos detalhes. Elas revelam uma beleza
nobre, livre de excessos e informações desnecessárias. Tudo para deixar a mulher ainda mais sofisticada e elegante. É por isso que as pérolas voltaram com força ao centro da joalheria. O desejo das mulheres por essas esferas orgânicas e preciosas segue cada vez maior”, reflete Julio.

Roberta do Rio – Da moda para a joalheria

Roberta do Rio Ferreira, a mais nova designer de joias carioca, acaba de inaugurar um ateliê próprio em Ipanema. Suas peças são desenhadas e feitas à mão. As pedras, escolhidas pessoalmente no Brasil ou em viagens, resultam em joias únicas e atemporais, delicadas e com muitas curvas em ouro. É o que se percebe neste brinco, inspirado nas joias da realeza inglesa, mas com um toque contemporâneo dos punks. “Ele faz parte da coleção Royalty, que mescla o glamour da joalheria real ao estilo moderno, tipicamente inglês.”

Formada em moda e marketing, ela procurou transpor seus conhecimento de estilo para adequar a joia à mulher urbana e feminina. “Este brinco, por exemplo, tem um formato de coração que eu particularmente adoro. Foi criado e pensando na mulher feminina e ao mesmo tempo ousada. Ele é grande! Não passa despercebido, todo cravejado de brilhantes com rubelitas e pérolas”, diz ela. “Eu venho do mercado de moda e quando descobri a joalheria fiquei feliz em perceber que eu poderia não me preocupar mais com tendências. Para mim a joia ultrapassa essa questão”.

Roberta estudou ourivesaria no Brasil e no exterior por alguns anos e faz questão de participar de todos os processos de produção das peças. “Qualidade para mim é tudo, faço questão de trabalhar com tudo o que há de melhor, assim eu dou ao meu cliente o que ele merece e procura numa joia.”

Mário Pantalena – Inspiração vintage

Um dos mais renomados joalheiros do Brasil, Mário Pantalena foi treinando seu olhar desde a infância, quando acompanhava o pai nos leilões da Sotheby’s e da Christie’s, em Londres e Nova York. Assim, foi aprendendo a reconhecer o valor de uma obra de arte. O resultado não podia ser outro: seguindo os passos do pai e do avô, Mario se tornou mestre na concepção de peças delicadas, sempre influenciado por joias antigas. É o que se percebe na joia que ele escolheu, um anel com navetes de diamante e um rubi central de burma natural. “É uma peça feita à mão, de ouro branco, que levou mais de um mês para fi car pronta. Ela representa uma joia sofisticada com desenho atemporal, com um toque vintage e que qualquer mulher vai adorar usar para sempre.”

Como lema de que uma joia precisa ser exclusiva e incomum, há pouco mais de 20 anos, quando entrou na faculdade, Mario viu na arquitetura o meio mais próximo de chegar ao desenho de joias, a paixão da família. Seu avô, Francesco, que veio da Itália para o Brasil em 1939, é o fundador da joalheria Gioielli Pantalena. “Este anel que eu escolhi, por exemplo, tem um desenho muito utilizado na minha família, onde se sobrepõe navetes de diversos tamanhos. Acredito ser uma marca registrada da Gioielli Pantalena”, comenta o designer.

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