Go Where – Lifestyle e Gastronomia

Guilhermina Guinle – Nas alturas

Prestes a completar 20 anos de carreira, Guilhermina Guinle se sente realizada como esposa, mãe e atriz.
Além disso, se prepara para voltar à telinha na novela Verdades Secretas

Fotos Jairo Goldflus
Por Malu Bonetto
Styling Myrna Nascimento
Make/hair Renner Souza

Guilhermina Guinle - Go'Where Luxo

Neta de Octávio Guinle, fundador do célebre Copacabana Palace, no Rio, Guilhermina Guinle conta que, quando criança, não tinha noção de que a “casa” da avó não era apenas um lugar onde ela passava os fins de semana aproveitando a piscina – mas o único hotel à beira-mar de Copacabana, o maior cassino, a maior casa de shows na década de 50, símbolo do luxo e do glamour carioca naqueles idos. “Quando nasci, a época era outra, já não havia tanto glamour como nos anos 50, 60, apesar de o hotel ser deslumbrante e um monumento importante até hoje.
Mas, quando você é criança, não é ligado nesses valores. Pra mim, o Copa era a casa da minha avó, que morou no sexto andar do hotel até falecer. Visitá-la era uma delícia, fazia parte da minha vida, era normal. Só me dei conta de que não era ‘tãaao’ normal mais tarde, com o passar dos anos.” Desinibida desde pequena, a atriz adorava imitar as pessoas e contar piadas. “Apesar de a minha família não ter ligação alguma com o meio artístico, por eu ser uma criança desinibida, todos diziam que eu deveria ser atriz.

Quem sabe, isso pode ter me influenciado de alguma maneira. Meu pai sempre falava que não importava o que eu queria fazer – o importante era ter um objetivo de vida, acordar com vontade de fazer alguma coisa que me desse prazer, felicidade.” E foi o que Guilhermina fez… Enquanto estudava Psicologia em Boston (EUA), logo se encantou pela faculdade de Artes, ao lado.

“Mudei para essa outra faculdade, só de artes, que me ajudou a ter um conhecimento amplo de todas as áreas da minha profissão. As aulas eram interessantíssimas, a gente aprendia um pouco de tudo: produção, iluminação, figurino. Algumas pessoas entraram lá querendo ser diretor de cinema e saíam atores. Outros cenógrafos, produtores. Aprendi muito nos anos em que estudei lá.” Dois anos depois, ela voltou ao Brasil e continuou estudando.Fez seu primeiro trabalho no teatro em 1995. E, de lá pra cá, não parou mais, ou melhor, só deu um intervalo de dois anos para curtir sua gestação.

 

O lado mulher

Ela é dona de uma beleza clássica e de um shape esguio, mas garante que não é escrava da vaidade.  Guilhermina Guinle conta que seus cuidados são no sentido de ter mais saúde e não por preocupação estética. “Sou meio preguiçosa para malhação no sentido de malhação mesmo. Gosto do esporte em si, amo andar na praia, pegar onda, andar a cavalo, fiz ballet dos dois aos 17 anos e não largo o pilates, que faço há seis anos.” Além disso, não é muito fã de
dietas…“Gosto de me alimentar bem. Há mais de cinco anos começo meu dia com suco verde.

Amo salada, verduras e legumes, por isso não sofro para comer isso. Mas, ao mesmo tempo, não resisto a um bom prato de arroz, feijão e farofa. Meus amigos me chamam de ‘boquinha nervosa’ de tanto que gosto de comer. Eu realmente tenho esse prazer e o pecado da gula. A minha sorte é ter um metabolismo rápido”, conta, cheia de modéstia, no auge dos seus 40 anos e com um corpo de deixar qualquer mulher com inveja.

 

O lado mãe

Do fruto do seu relacionamento de mais de quatro anos com o advogado Leonardo Antonelli, irmão de Giovanna, nasceu Minna, hoje com um ano e meio. “Foi uma relação que começou totalmente ao acaso, mas me fez parar e realmente perceber que ‘a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida’, como disse Vinícius de Moraes”. Fã número um da mãe, Guilhermina hoje se questiona como Rosa May Sampaio conseguiu educá-la tão bem e a seus três irmãos. “Mamãe conseguiu educar todos muito bem, com valores, cultura, gentileza, e o mais bacana, respeitando a personalidade de cada um. Teve uma época em que me questionei se queria ter filhos, porque não sabia se iria conseguir ser uma ‘educadora’ tão maravilhosa como minha mãe.

Ela nos levava ao Theatro Municipal para ver concertos de música, ballet. Estava sempre nos enriquecendo com cultura. E, ao mesmo tempo, por ter minha família gaúcha, fui criada na estância da minha avó em Pelotas, no meio dos animais, gado, ovelha, cavalo, pé no chão, tomando banho de rio, brincando com os filhos dos caseiros, liberdade total. Foi uma infância gostosa, curtindo a natureza.” No início deste ano, foi a vez da Minna conhecer essa deliciosa estância e se divertir muito ao ter seu primeiro contato com a natureza e os animais. “Sei que a educação vem de berço e, por isso, me preocupo com a Minna. Recentemente, li o livro Crianças Francesas Não Fazem Manha, em que a autora americana Pamela Druckerman conta como foi a experiência de morar em Paris e perceber que lá as crianças sentam à mesa, comem e não fazem manha. Peguei algumas dicas. Por exemplo, se a criança chora no berço, devemos esperar com calma: a criança precisa daquele tempo.”

 

O lado atriz

“Minha carreira foi acontecendo de forma natural, interessante, devagar e sempre.” Entre seus trabalhos prediletos, destaca O Direito de Nascer e a minissérie JK. “Eu tinha 22 anos quando recebi o convite do Roberto Talma para o remake O Direito de Nascer, uma produção independente. Como ele não tinha a pressão do tempo para entregar os capítulos, foi um trabalho bem intenso. Gravamos a novela inteira durante seis meses, e depois ela foi ao ar. Não tinha cidade cenográfica, então íamos a cada 15 dias gravar cenas externas em Parati. Foi uma experiência única, o Talma é demais, foi uma escola, e ali me dei conta de que realmente queria seguir a profissão de atriz.”. Seu segundo trabalho
predileto foi a minissérie JK, de Maria Adelaide Amaral. “Eu amei ter feito a Magui.

Ela era moderna, para frente, sedutora, contestadora, fumava em cena. Foi o personagem de que mais gostei até hoje. Nunca fui tão feliz para uma gravação. Cada dia, cada cena era um prazer!” Sem fazer novela há quase dois anos (a última foi Guerra dos Sexos, em que atuou até o quinto mês de gravidez), Guilhermina se prepara para dar vida à Pia na novela global Verdades Secretas. “Pela primeira vez, teremos no horário das 11 uma novela inédita. Não vai ser um remake como têm sido essas últimas. Walcyr Carrasco, com que já trabalhei e muito admiro, vai fazer um belo trabalho. Como esse horário permite, o autor tem uma ampla liberdade de criação, abordando o tema da prostituição de luxo. Garotas de família que supostamente não precisam se prostituir por dinheiro. Vai ser muito interessante.”

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