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Bruno Gagliasso: Só dá ele!

Depois de viver seu primeiro protagonista na TV, na novela Joia Rara, o ator Bruno Gagliasso comemora duas grandes estreias: o longa-metragem Isolados e a minissérie Dupla Identidade
Por Malu Bonetto

Bruno Gagliasso

Dono de lindos olhos verdes, sorriso contagiante e com jeito de bom moço, Bruno Gagliasso, 32 anos, já fez parte do elenco de Chiquititas, interpretou um homossexual na novela América, um esquizofrênico em Caminho das Índias e, no ano passado, seu primeiro protagonista em Joia Rara. Agora, ele se prepara para estrear seu segundo longa-metragem no cinema, como o médico psiquiatra Lauro, do filme Isolados, e como um serial killer na minissérie global Dupla Identidade. Mas ele não para por aí… Ainda este ano irá filmar Jogos Clandestinos, de Caio Cobra. Cansou só de ler? Pois o rapaz tem fôlego de sobra para tudo isso e para se divertir com seus cachorros, viajar para Fernando de Noronha e, claro, namorar a esposa Giovanna Ewbank. Como ele consegue tudo isso? Fomos descobrir.

Como surgiu o convite para Isolados ?

O convite aconteceu de uma forma muito bacana. O Fernando Zagallo, produtor associado do filme, que conheço há muito tempo, sabia da minha vontade de fazer cinema. Ele e o diretor Tomas Portella me apresentaram o roteiro e, quando li, me apaixonei e aceitei o convite.

 

Como foi a construção do Lauro?

Isolados é um filme muito forte, visceral, e a preparação foi fundamental e tão intensa quanto a história. Tivemos que ensaiar bastante e nos encontramos em todos os 30 dias que antecederam as filmagens. Nosso tempo de filmagem era curto e para isso precisávamos chegar ao set com o personagem dentro de nós, já sabendo por onde iríamos andar, onde iríamos dar um tom mais forte. Os contatos que eu já tive com o mundo da psiquiatria me ajudaram muito nessa construção. Li muita coisa sobre o assunto quando fiz o papel de um esquizofrênico. Nesse filme, estou do outro lado, sou o médico da história.

 

O que podemos esperar dele?

O Lauro é um médico psiquiatra que trabalha num hospital, onde conhece a Renata (Regiane Alves). Ela é uma jovem de personalidade frágil, que depende muito do Lauro. Eles acabam namorando e resolvem passar um
fim de semana na serra e, durante essa viagem, muitas coisas estranhas começam a acontecer. O personagem muda completamente e vamos descobrindo coisas novas sobre o Lauro. Nenhum personagem tem uma
definição concreta, todos têm um certo estranhamento, o que torna o filme diferente do que estamos acostumados.

 

Isolados foi um dos últimos trabalhos de José Wilker, que interpreta o Dr. Fausto, uma espécie de mentor de Lauro. Qual a emoção de ter contracenado com ele?

Foi uma honra ter participado do último filme dele. O Wilker tinha uma leveza e fazia tudo com paixão. Filmamos poucas cenas, mas vê-lo fora de cena, e como ele enxergava a profissão, foi o que mais valeu a pena. Ver
como ele encarava a ação, o diretor, o assistente. Era nítido o amor que ele tinha pela profissão.

Como recebeu a indicação do filme para abrir a 42ª edição do Festival de Gramado?

Com muito orgulho e responsabilidade. Frio na barriga… (a entrevista foi feita dois dias antes da abertura do Festival).

 

Acha que o cinema brasileiro mudou muito nos últimos anos?

Acho que ele está num bom momento. Há um número muito maior de produções, de gêneros diferentes. Fico feliz de fazer parte disso, seja como ator, seja como produtor ou como público.

 

E o Edu, da minissérie Dupla Identidade. Como foi a construção de um psicopata?

Ele é um personagem muito intenso. Foram dez horas de ensaio por dia, muita leitura de mesa, muito estudo em casa, lendo, vendo filmes e séries como referência. Agora começamos a filmar e estou muito feliz em fazer parte desse elenco. A série é muito boa, tem padrão de série gringa. Está sendo um desafio interpretar um serial killer, me toma bastante energia. Mas estou muito feliz com o resultado que vem sendo esboçado.

 

Tanto em Isolados quanto em Dupla Identidade você vive personagens com uma energia negativa. Como faz para aliviar essa carga?

Eu amo assistir a shows e correr na Lagoa (Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro). Amo estar com minha família, com meus pais, minha esposa, meus amigos, meus cachorros. Sempre que posso, escapo para alguma
viagem. Acho que tudo isso me desliga um pouco desses personagens fortes.

 

Claro que você está dedicado a esses trabalhos. Mas já pode adiantar se vem mais novidade?

Tenho dois projetos em andamento na minha produtora e filmo o longa Jogos Clandestinos, do Caio Cobra, no final do ano.

 

Você viveu o Franz, e, Joia Rara, seu primeiro protagonista. Como foi a experiência?

Cada personagem nos traz uma série de ensinamentos, e sem dúvida um grande presente que o Franz me deu foi entrar em contato com o budismo.

 

Você já viveu um homossexual, um esquizofrênico e, agora, deu vida para dois personagens polêmicos. Qual o segredo para aparecer tão diferente a cada trabalho?

Sou movido a desafios e sempre dou prioridade a personagens que me provocam não somente como ator, mas como ser humano também. Os personagens óbvios não são atraentes pra mim. O personagem vale a pena quando ele contribui de alguma forma para todos ao redor.

 

Podemos dizer que você é um dos queridinhos dos autores e diretores?

Tenho grandes parcerias na Globo, trabalhei com quase todos os autores e diretores. Sou muito feliz em poder fazer o que faço, trabalho com dedicação e muita atenção. Não sei se sou queridinho, mas sei que procuro
me entregar sempre para cada trabalho, cada personagem e cada equipe da qual faço parte.

 

Existe alguma preferência entre viver o vilão ou o mocinho?

Não, porque acredito que não exista essa diferença, não consigo trabalhar com a ideia de que um vilão é 100% vilão e o mocinho é 100% mocinho.

 

Há algum tipo de personagem que você ainda não viveu e gostaria?

O próximo personagem é sempre o que eu mais gostaria de fazer.

 

E como descobriu que queria ser ator?

Minha mãe me levava a vários espetáculos e eu sempre assisti a muitos filmes. Ser ator não foi uma decisão na minha vida, as coisas aconteceram naturalmente. Quando percebi, já estava fazendo curso na escola e um curso profissionalizante. Eu não tinha uma intenção específica, fazia porque amava. Foi quando me chamaram para uma novela fora e me dei conta que tinha me tornado um ator de verdade.

 

Você se considera um homem vaidoso, do tipo que usa cremes?

Todo mundo é um pouco vaidoso. Mudei completamente meus hábitos alimentares, como muito bem, com qualidade. E procuro sempre me exercitar, seja em minhas aulas de boxe, seja treinando crossfit.

 

O que gosta de fazer nas horas vagas?

Além de ficar em casa com a minha família, com meus pais, com a minha esposa e com meus cachorros, assistir filmes, séries, adoro trabalhar nas horas vagas.

 

Você frequenta bastante Fernando de Noronha. O que diria para quem não conhece o local?

É incrível. Adoro o lugar. Criei até o portal Amo Noronha com meu amigo Tuca Sultanum. O nome do portal diz tudo: é um site que concentra informações sobre Noronha de quem é apaixonado pelo lugar, como eu e o Tuca, para quem quer conhecer a ilha. O conteúdo é diferenciado, pois traz dicas de restaurantes, passeios, pousadas e outras dicas de quem é local – como o Tuca, que mora lá. Essas dicas fazem toda a diferença numa viagem a Noronha. Você tem 100% de aproveitamento, conhece os lugares mais incríveis. O Tuca fez da minha primeira ida a Noronha uma experiência inesquecível. Espero com esse portal proporcionar a mesma emoção para os novos visitantes.

 

Você se expõe bastante nas redes sociais. É uma maneira de se aproximar dos fãs?

As redes sociais são canais diretos com os fãs, com quem acompanha meu trabalho. É também uma forma de ser fã, de acompanhar o trabalho de quem admiro. Exposição é uma questão de ponto de vista, eu uso bastante.

 

Ser casado com uma atriz facilita que ela entenda o assédio das fãs? E filhos, estão nos planos do casal?

Facilita porque os dois conseguem entender e respeitar mais o trabalho do outro. A partir do momento que a gente casa com alguém, é pensando em construir família. Claro que queremos ter filhos, mas na hora certa, sem pressa.

 

Por fim, quem é Bruno Gagliasso?

Pergunta difícil. Quem é ele para você ou para mim? Eu sou um ator, trabalho pra caramba, tenho uma família que amo, amigos que quero perto sempre e busco sempre o próximo desafio.

 

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