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Reabertura do Museu do Ipiranga celebra os 200 anos da Independência do Brasil

FOTO: Divulgação/Natalia Cesar

Ao desembarcar com a família no Brasil em 1808, fugindo de Napoleão Bonaparte, D. João VI nem imaginava a reviravolta que a Corte Real promoveria. Embora quase todos conheçam a história, com a Revolução do Porto em 1820 ele foi obrigado a voltar para Portugal, deixando seu filho D. Pedro I como príncipe-regente. A ruptura com a metrópole teve início no Dia do Fico, em 9 de janeiro de 1822. Na ocasião, D. Pedro I havia recebido um abaixo-assinado por representantes da elite e entusiastas da independência, quando anunciou no Paço Real do Rio de Janeiro que estava pronto e ficaria no Brasil. Contrariando a exigência da corte portuguesa, o príncipe se recusou a retornar para jurar fidelidade à nova Constituição de sua terra natal. Porém, por uma construção política, oficialmente o grito de “Independência ou Morte” foi proclamado em São Paulo, às margens do riacho do Ipiranga no dia 7 de setembro de 1822.

Passados 200 anos, é impossível não refletir sobre os episódios seguintes – abolição da escravatura, Proclamação da República e todos os obstáculos percorridos até aqui –, além dos atuais problemas do Brasil. O fato é que também podemos nos orgulhar dos movimentos e ações em prol de práticas sustentáveis, da valorização da diversidade e inclusão, da cobrança de políticas públicas adequadas e de uma conduta empresarial responsável. Prova disso é o projeto do Novo Museu do Ipiranga, que acaba de se concretizar, graças ao envolvimento de grandes empresas interessadas em causas sociais.

As obras de reforma do Museu do Ipiranga, interditado em 2013, custaram R$ 210 milhões e foram financiadas via Lei de Incentivo à Cultura. Em parceria com o Comitê Gestor Museu do Ipiranga 2022, a direção do Museu Paulista e a Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP), grandes patrocinadores acreditaram no propósito da restauração, tais como BNDES, Fundação Banco do Brasil, Vale, Bradesco, Caterpillar, Comgás, CSN, EDP, EMS, Itaú, Sabesp, Santander, Banco Safra, Honda, Raízen, Postos Ipiranga, Pinheiro Neto Advogados, Atlas Schindler, Novelis, B3, Nortel, Dimensional, Goldman Sachs, GHT, Rede D’Or e Too Seguros. Ao encabeçarem soluções de impacto social, as empresas giram o motor da transformação.

FOTO: Divulgação/Natalia Cesar

Os consumidores parecem entender esse fenômeno, pois a valorização do propósito da marca tem se tornado critério nas novas relações de consumo, levando em conta a governança, a sustentabilidade, a diversidade e o engajamento social das empresas. “Cada vez mais, a sociedade exige das empresas que haja uma atuação que contribuam com os valores pessoais, seja no campo social ou mesmo no ambiental. Essa cobrança é mais um motivador para atuarmos ativa e permanente, até porque o público sabe identificar e reconhecer as empresas que são realmente comprometidas com as causas que apoiam”, comenta Patricia Audi, vice-presidente do Santander Brasil. Conhecida pelo apoio aos inúmeros projetos sociais, a instituição financeira não mediu esforços para participar da modernização do Novo Museu. “A oportunidade de contribuir para a modernização de um espaço tão relevante para a história nacional nos deixa honrados. Facilitar o acesso de todos à riquíssima história e à cultura de nosso País vai ao encontro de nossa missão”, explica Patricia.

Devolver ao público parte da história brasileira em um ambiente dinâmico, moderno e acessível foi a principal motivação do Grupo Schindler, ao embarcar no projeto do Novo Museu. “Ciente de sua responsabilidade social, a Atlas Schindler tem como prática direcionar investimentos para o desenvolvimento e valorização da cultura. Para uma empresa com 104 anos de atividade no país, a participação nesse grande projeto de restauro, ampliação e modernização está totalmente alinhada a esse posicionamento”, explica Flavio Silva, presidente América Latina do Grupo Schindler. De acordo com o executivo, a Atlas Schindler define seu papel não apenas por meio de resultados financeiros, mas também a partir de práticas que impactam positivamente toda a cadeia de negócios, o meio ambiente e a sociedade brasileira. “Por meio da atuação do Comitê de Relações com a Comunidade e Patrocínios, a empresa vem ao longo dos anos realizando aportes que chegam a atingir a casa dos R$ 5 milhões anuais, distribuídos em ações que abrangem projetos para o desenvolvimento humano, capacitação de crianças e adolescentes, proteção ao idoso, saúde e pesquisa, esporte e cidadania e de valorização da cultura.”

Na EDP, também parceira do projeto do Novo Museu do Ipiranga, a arte e a cultura direcionam a atuação da companhia, principalmente por meio do Instituto EDP. “O Museu do Ipiranga é um patrimônio histórico e cultural que conecta Brasil e Portugal, e preserva a história que une esses dois países. Por isso, assim que o projeto de restauração e modernização nos foi apresentado, tivemos a certeza de que gostaríamos de participar da iniciativa com protagonismo, e fomos a primeira empresa a anunciar o investimento de R$ 12 milhões. Este ano, estamos fazendo um investimento extra no projeto de R$ 2 milhões, totalizando R$ 14 milhões para este patrocínio”, conta João Marques da Cruz, CEO da EDP no Brasil. Para a companhia, a iniciativa privada tem um papel fundamental no apoio e realização de ações socioculturais, principalmente nas cidades e estados que estão em sua área de atuação, complementando as iniciativas realizadas pelos governos. “Essa soma de esforços – e investimentos – é positiva para a sociedade. Por isso, não nos limitamos apenas a uma iniciativa. Fomos os patrocinadores máster da reforma do Museu da Língua Portuguesa, com investimento de R$ 20 milhões, e fazemos parte do “Resgatando a História”, iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que tem o objetivo de restaurar e revitalizar patrimônio material, imaterial e de acervos memoriais de todo o país”, finaliza.

FOTO: Divulgação/Heloisa Bortz

Também com um histórico de apoio a diversos projetos sociais, a farmacêutica SEM prontamente se envolveu com a restauração do Museu do Ipiranga. “Em nosso escopo de responsabilidade social, procuramos contemplar projetos de fomento ao esporte, educação, cultura e preservação do meio ambiente pelo Brasil inteiro”, conta Marcus Sanchez, vice-presidente da EMS. Entre 2014 e 2021, o histórico de investimentos da empresa nessa direção chegou a R$ 206 milhões. “No caso do Museu do Ipiranga, entramos em 2019 como um dos principais patrocinadores. Temos orgulho de saber que o novo Museu estará com as portas abertas para receber a nossa população com espaços ampliados, totalmente acessíveis e com atrações inéditas”, complementa Marcus. Entre inúmeros outros projetos, a EMS também é parceira do Museu do Futebol; do Museu de Arte Moderna (MAM); do MASP (Museu de Arte), do Museu Judaico, Museu Oscar Niemeyer em 2021 (Curitiba – PR) e o Museu do Amanhã (RJ). A fim de ampliar os aportes nesse tipo de patrimônio público, a companhia criou recentemente o projeto ‘Rota dos Museus by EMS’, destacando esse movimento. “Entender o passado também é importante para a compreensão do presente e para a pretensão de construir um futuro mais saudável e socialmente mais justo. Ao recuperarmos, protegermos e valorizarmos um patrimônio histórico, garantimos que a sociedade conheça sua trajetória e entenda os valores que moldam a sua existência”, observa Marcus.

Exibições multimídia com legendas, audiodescrição e tradução em Libras, obras com tratamento multissensorial e material de apoio em Braile, são apenas algumas das novidades do Novo Museu do Ipiranga.

Antes da reabertura, no dia 7 de setembro, foi realizada uma inauguração simbólica para convidados, com cerca de 200 estudantes de escolas públicas estaduais e municipais e trabalhadores da obra de recuperação com suas famílias. Finalmente, no dia 8 o Museu será aberto ao público, mediante visitas agendadas pelo site https://museudoipiranga.org.br/

FOTO: Divulgação/Heloisa Bortz

Curiosidades sobre o Novo Museu do Ipiranga

 

Museu do Ipiranga

Rua dos Patriotas, 100 – Ipiranga – São Paulo
Ingressos: https://museudoipiranga.org.br/

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POR Kika Martins
FOTOS: Divulgação/Natalia Cesar (fachada do museu) e Divulgação/Heloisa Bortz (interior do museu)

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