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Japan House inaugura exposição imersiva sobre a relação do Japão com a água

A partir do dia 21 de outubro, a Japan House São Paulo abre as portas para a exposição “Fluxos – o Japão e a água”, que convida o público a mergulhar – literalmente – na importância simbólica, cultural e tecnológica da água na sociedade japonesa. Gratuita e aberta até 1º de fevereiro de 2026, a mostra ocupa o segundo andar da instituição com um projeto expográfico que simula o movimento das águas, utilizando formas arredondadas, texturas e iluminação que criam a sensação de um ambiente submerso.

Com curadoria de Natasha Barzaghi Geenen, também Diretora Cultural da JHSP, a exposição explora múltiplas camadas da relação do Japão com a água, desde seu papel vital na infraestrutura das cidades até seu significado espiritual, passando ainda pela arte, ciência e tradições.

No Japão, a água é compreendida como fonte de vida e nutrição essencial para a natureza, mas vai além: é elemento fundamental na formação da sociedade, da espiritualidade e das práticas culturais. A exposição traduz essa multiplicidade ao destacar aspectos como o Canal Subterrâneo de Escoamento da Área Metropolitana de Tóquio, considerada a maior construção de desvio de inundações do mundo. A estrutura armazena o excesso de água durante temporais e tufões, demonstrando a eficiência japonesa no uso da engenharia para enfrentar desafios climáticos.

A qualidade da água japonesa também ganha espaço na mostra, com seções informativas que revelam sua biodiversidade, riqueza mineral e valor nutritivo, além de destacar as famosas águas termais, cada uma com propriedades e características únicas.

Do ponto de vista espiritual e ritualístico, o público poderá conhecer práticas como o Uchimizu, quando moradores espalham água nas ruas e jardins com fins de limpeza e contemplação; os rituais de purificação Temizu e Mizugori, realizados em santuários; o treinamento budista Takigyō, que envolve a meditação sob cachoeiras; e ainda o festival Okinami Tairyō, na província de Ishikawa, em que pescadores rezam por segurança no mar e fartura na pesca.

FOTO: Divulgação/ Pieter Kers

A exposição também dá destaque a três obras de arte que ilustram, de maneira poética e sensorial, a conexão japonesa com a água. A primeira é uma gravura ukiyo-e do mestre Hiroshige Utagawa, datada de 1857, retratando o lago Kawaguchi, próximo ao templo Zenkoji. A obra faz parte do acervo do Instituto Moreira Salles e representa com riqueza a paisagem e o cotidiano da antiga Edo (atual Tóquio).

Já a artista contemporânea Tomoko Sauvage apresenta a instalação sonora “Buloklok”, que retoma a ideia da clepsidra – antigo relógio de água – para refletir sobre o tempo e a respiração dos seres vivos. Conchas submersas em um aquário geram bolhas de ar cujos sons, amplificados por hidrofone, compõem uma atmosfera meditativa. A obra foi desenvolvida especialmente para esta exposição.

A terceira obra em destaque é “Sans room”, de Shiori Watanabe, que criou um ecossistema artificial com uma estufa hidropônica de arroz conectada a tanques de água. A instalação propõe uma reflexão sobre espaços isolados e silenciosos que, apesar da aparência, abrigam formas intensas de vida.

“Concebemos essa exposição justamente pensando que os debates sobre o uso consciente de recursos naturais estariam ainda mais em pauta no momento da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) em novembro. Nossa ideia é estender essas discussões, apresentando hábitos e soluções que o Japão tem encontrado para gerenciar recursos hídricos há anos. Além de muito conteúdo informativo, as obras de arte ocupam o centro da exposição e reforçam com poesia o simbolismo e importância da água”, explica a curadora Natasha Barzaghi Geenen.

Durante o período da exposição, a JHSP promoverá palestras, seminários e oficinas relacionados aos temas abordados na mostra. A programação integra o programa JHSP Acessível, com recursos como materiais táteis, audiodescrição, vídeos em Libras e conteúdos multilíngues (em japonês, inglês e espanhol), ampliando a acessibilidade e o alcance da experiência.

Exposição “Fluxos – o Japão e a água”
De 21 de outubro de 2025 a 1° de fevereiro de 2026
Japan House São Paulo, térreo
Av. Paulista, 52 – Bela Vista
Ingressos em https://japanhousesp.com.br/ 

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FOTO DESTAQUE: Divulgação/ ©sasaki PIXTA
FOTOS: Divulgação/ Pieter Kers

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