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Rumo ao sucesso

Não existe uma fórmula quando o objetivo de um executivo é atingir o topo na profi ssão. A base sempre é muito trabalho – é certo. Mas existem ingredientes que, quando adicionados, tornam essa receita cada vez mais forte.

Por Leonardo Millen

Especializações, cuidado com a imagem, domínio de vários idiomas… O que é preciso para se destacar no concorrido mundo empresarial? Para tentar descobrir essa receita, consultamos especialistas em aconselhamento de executivos que desejam melhorar sua performance profi ssional – que revelaram os atuais caminhos para se alcançar o sucesso.

IMAGEM É TUDO

Sim, é verdade. A imagem de um executivo é seu melhor cartão de visitas. Os con-sultores recomendam cuidados tanto com o visual externo quanto com o estilo de trabalho. “A imagem do profi ssional deve ser condizente com seu status na empresa. Não basta terno e gravata. O colarinho precisa estar impecável, os sapatos brilhando e a combinação ser chique”, diz a consultora Cássia Resende, da Questão de Coaching.

Em empresas que adotam o traje informal, ela recomenda que o cuidado com os detalhes e a harmonia sejam os mesmos. “O segredo é encontrar seu estilo em trajes que se adequem às diversas situações, inclusive ao visitar clientes. Barba pode, mas precisa ser cuidada, e nada de usar perfume em excesso.” No caso das mulheres, rou-pas chamativas, decotadas, rendadas ou justas não são para ambientes profi ssionais. Joias, perfumes, saltos, bolsas e acessórios são bacanas, desde que sóbrios e discretos.

Mas a preocupação com a imagem não se limita ao vestuário. O geren-te de desenvolvimento Paulo Ferretti, do Grupo Kronberg, acrescenta outros ingredientes. “O executivo deve ter o carro condizente, a pasta, a caneta, enfi m, as-sumir os códigos sem dor. Ele é uma marca que representa uma marca. No entanto, é importante que isso não se sobreponha a valores maiores”, recomenda.

COMUNICAÇÃO

Essa palavrinha é uma das chaves principais do su-cesso de um executivo. Segundo Cássia Resende, o executivo deve se comunicar em bom português, sem gírias, palavrões e expressões – um cuidado que prin-cipalmente os mais jovens devem tomar. “Também precisa ser extremamente educado, cumprimentar, sorrir, valorizar o bom humor – mesmo nas situações de estresse – entrar na empresa de alto-astral e res-peitar do porteiro ao presidente. Gentileza é sempre bem-vinda”, garante ela, reafirmando que a era dos executivos sérios, sisudos e inacessíveis já passou.

Outro ponto que vale ser levado em consideração é a visibilidade social digital. “Além de captar e transmitir informações, as redes sociais devem ser usadas também para o marketing pessoal. Não é reco-mendável se expor de forma alguma, aparecendo, por exemplo, com um copo de caipirinha na mão, camisa de clube de futebol e coisas desse tipo. A imagem a ser divulgada não permite tanta flexibilidade, a não ser que o executivo seja muito jovem ou trabalhe num meio no qual isso faça parte do show”, reco-menda Paulo Ferretti. Ele acrescenta também que o executivo deve ter cuidado com o que escreve. “Um comentário tendencioso, preconceituoso, explosivo, romântico ou exagerado demais pode criar situações embaraçosas.” Vale lembrar ainda que o e-mail de trabalhodeve ser usado apenas para fins profissionais – abra uma conta para tratar dos seus assuntos pessoais! Além disso, esqueça os toques de celular espalhafato-sos. Opte por um toque discreto. Evite hino de clube, musiquinha engraçada, romântica, eletrônica etc. E desligue-o sempre que entrar em uma reunião, vi-sitar um cliente ou estiver num almoço de negócios.

COMPORTAMENTO

No ambiente de trabalho de um executivo, não há espaços para intrigas e relacionamentos tensos ou mal resolvidos. “É preciso criar empatia. No entanto, a simpatia se impõe sozinha. Não é algo forçado. Tam-bém não é para passar dos limites, transformando o executivo no cara legal. As empresas modernas dão valor aos executivos agregadores, bem-humorados e que incentivam suas equipes de maneira criativa e profissional”, afirma o consultor Paulo Ferretti.

Segundo Gislaine Giovanelli, gerente sênior da KPMG, consultoria internacional especializada em melhorar o desempenho de executivos, a chave do sucesso de seus clientes é a “leitura do ambiente”. Ou seja, que ele avalie se o seu estilo é adequado à empresa onde ele está. “Hoje em dia há posições para todos os estilos. O executivo deve avaliar onde ele está, o que é valorizado profissionalmente, quais são os valores da empresa, cruzar com o seu autoconhecimento e ver se o casamento bate.” Gislaine recomenda também que, para se atingir o sucesso, o executivo faça uma pergunta simples, mas séria, ao seu superior: o que você quer de mim? “Ele deve ouvir o que o chefe diz e responder às críticas com responsabilidade. Sem crítica, ninguém cresce. Em seguida, deve alinhar as expectativas dos dois lados para construir uma relação de confiança, sem metas irreais e promessas mirabo-lantes”, defende. Para fechar, uma dica interessante: a fofoca morre em você.

COMPETÊNCIAS

Algumas competências, como pós-graduação e MBA, hoje são consideradas básicas. Os consultores são unânimes em afirmar que a formação precisa ser contínua. Mas também tem se valorizado cada vez mais o executivo que busca conhecimento em áreas distintas para ampliar a visão do todo.

Mas como conciliar tantas demandas intelectuais com o dia a dia? Afi-nal, as empresas cobram resultados, a pressão é cada vez maior e, por vezes, o executivo trabalha por dois ou três profissionais. Para driblar essa si-tuação, procure ser o mais organizado possível. Elabore sua agenda com antecedência e siga os afazeres à risca, sendo extremamente pontual nos compromissos e reuniões. No mundo globalizado, é uma ofensa atrasar e, se acontecer, peça desculpas, mas não conte uma tragédia.

Outra competência destacada pela especialista em coaching é a capa-cidade de  confiar na própria liderança. É essencial saber escolher bem os subordinados para ficar tranquilo em saber que seu direcionamento está sendo cumprido, garantindo, assim, uma linha de trabalho em direção às metas e, consequentemente, ao sucesso. Mas não se feche apenas para o cumprimento das metas, ok? “Atingir metas e resultados é mandatório para o executivo. A doação tem sido muito forte. Po-rém, nada disso adianta sem que se entregue qualidade nos produtos e serviços. Qualidade é o diferencial de sucesso”, alerta Paulo Ferretti.

O desafio é passar isso para a equipe. Segundo o consultor, o segredo está em municiar a equipe com as ferramentas necessárias para o bom desempenho e conhecer bem os integrantes. “Só assim ele poderá exigir que todos mantenham a produtividade e a satisfação no máximo. E gerir o seu tempo e da equipe para cumprir prazos. E ser coerente se isso furar. Reescalonar e bola para frente!”

IDIOMAS

Falar mais de uma língua é um ingrediente funda-mental para o sucesso de um executivo. Inglês é obrigatório, mas não é sufi ciente. É preciso pensar em inglês! Em reuniões, palestras e mesmo na rotina de trabalho, é essencial que o executivo entenda e se comunique em inglês como se fosse em português. Residir em um país de língua inglesa para ganhar a profi ciência funciona, mas só se o período for longo.

Para o executivo que não pode se dar a esse luxo, o ideal é tentar customizá-lo para sua área de interes-se. “O executivo precisa praticar o inglês até chegar a um ponto em que fale o ‘inglês mundial’. Assim será possível conversar em inglês com o italiano, o japonês, o indiano, o chinês… com qualquer pessoa do mundo. Ele passa a identifi car o sotaque e se comunica perfeitamente”, comenta Bruno Gagliardi, diretor do Centro Britânico, rede de escolas de ensino.

Passada a fase do domínio da língua, é interessante fazer cursos para aprimorar a escrita, principalmente se precisar escrever relatórios, petições, contratos ou documentos importantes que circulam internacional-mente. Há também cursos complementares, como ora-tória para palestras, falar ao telefone, escrever e-mails, montar uma apresentação etc. Encare isso como um aprendizado de novas ferramentas de trabalho.

Mas, para atuar em cargos executivos das empresas cada vez mais globalizadas, é preciso falar, além do inglês, no mínimo, mais dois idiomas. “O espanhol é importante. O francês é uma língua forte na Europa, assim como o alemão, que está muito cotado pela sua importância comercial. No entanto, exige de três a quatro anos para se começar a dominar a língua. Pior é o mandarim, que exige uns dez anos de estudo ou sete para atingir o nível intermediário, o que justifi ca apenas se o executivo tiver foco em se relacionar com empresas asiáticas”, explica Bruno Gagliardi.

FUJA DA MESMICE

O sucesso de um executivo também esbarra em um conjunto de pequenas ações que geram grandes resultados na sua performance profi ssional e na sua vida pessoal. A consultora Cássia Resende, da Questão de Coaching, preparou ótimas dicas para o dia a dia:

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