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Reinaldo Polito dá 5 dicas perfeitas para você falar bem em público

O mestre em Ciências da Comunicação, professor de Oratória nos cursos de pós-graduação da ECA-USP, palestrante e escritor Reinaldo Polito, revela 5 dicas essenciais para quem deseja aprender a falar bem em público. Confira:

 1. Seja Natural

Sempre que estiver falando, faça a seguinte pergunta a você mesmo: se eu estivesse em casa, conversando animadamente com dois amigos queridos a respeito desse assunto, eu falaria como estou falando agora? Se a resposta for negativa, vá acertando o jeito de se expressar até se sentir à vontade, como se participasse desse ambiente mais confortável. Ser natural, entretanto, não significa ser negligente. Posicionar-se de forma desleixada, pronunciar mal as palavras, falar para dentro, quase de maneira incompreensível, não é naturalidade. Esse comportamento quase sempre é condenável e prejudicial a quem busca projetar uma imagem segura e confiante. A naturalidade nada tem a ver também com o fato de a pessoa ser formal ou informal. É possível ser formal e agir com naturalidade, assim como ser informal e também atuar com espontaneidade. A regra é simples: seja sempre você mesmo.

2. Use bem a voz

Ter boa voz não pressupõe ser impostado, tentando se comunicar com sonoridade forçada. Alguns cuidados simples podem ajudar na boa utilização da voz:

Pronuncie bem as palavras. A boa dicção é aquela que permite aos ouvintes entenderem bem, sem esforço, os sons pronunciados. Fazer leituras com frequência em voz alta, pronunciando as palavras de modo exagerado, ajuda a articular os sons com mais facilidade. Atenção – prefira até pronunciar mal as palavras com naturalidade, a pronunciar bem, mas com artificialismo. Só se preocupe em avaliar se as pessoas estão entendendo o que diz.

Fale com bom volume. Use um volume de voz apropriado para cada ambiente. Não grite em uma reunião diante de meia dúzia de pessoas, nem sussurre ao falar com plateias numerosas.

Recomenda-se usar o volume de voz um pouco acima do normal, sem exagero, para demonstrar envolvimento e disposição ao transmitir a mensagem.

Imprima ritmo agradável. É importante ter alternância no volume da voz e na velocidade da fala. Quem se expressa com tom monótono, sem ritmo, se mostrará sem vida, sem interesse, sem dinamismo.

3. Desenvolva um vocabulário adequado

Primeiro passo para se apresentar com bom vocabulário é se valer das palavras que já usa no dia a dia. Quase sempre, são mais que suficiente para identificar os pensamentos. Outro cuidado é o de lançar mão do vocabulário técnico apenas diante de pessoas que estejam familiarizadas com o tema abordado. Com ouvintes leigos é preciso fazer uma espécie de tradução dos termos para que a mensagem seja compreensível. Para ampliar o vocabulário, faça leitura com uma caneta na mão. Assim que encontrar uma palavra desconhecida ou sobre a qual tenha dúvida do significado, anote e procure a acepção do vocábulo no dicionário de sinônimos. Depois, tente encontrar termos analógicos ou afins, aqueles que possam dar o mesmo sentido à frase. Na primeira oportunidade em que se apresentar oralmente ou por escrito, inclua a palavra aprendida para que ela possa participar ativamente do seu vocabulário. Elimine os vícios que prejudicam a qualidade da comunicação, como, por exemplo, “né?”, “tá?”, “ok?”, no final das frases. Evite também os desagradáveis “ãããã”, “éééé”, durante as pausas. A pausa silenciosa sem esses ruídos é mais produtiva e eficiente.

4. Fale com boa expressão corporal

Os gestos devem acompanhar o ritmo e a cadência da fala. Sem excesso e sem falta. Como em todos os aspectos da comunicação, os movimentos precisam ser naturais, espontâneos. Devem atingir três objetivos. Destacar as informações importantes. Complementar a mensagem. Substituir palavras que não foram proferidas. Dependendo da circunstância, poderão atender a uma, a duas ou a três dessas finalidades O tamanho do gesto. Os gestos, na maior parte das vezes, devem ser moderados. É preferível até não fazer nenhum gesto a gesticular demais. Sem que se constitua em regra rígida, os gestos devem ser realizados acima da linha da cintura e abaixo da cabeça. Atitudes inconvenientes. Evite o tempo todo travar os braços nas costas, fica com as mãos nos bolsos, com os braços cruzados. Se agir assim de vez em quando, não haverá prejuízo para o resultado de suas apresentações. Postura correta. Procure se posicionar com as pernas levemente afastadas, distribuindo bem o corpo sobre elas. Evite se apoiar ora sobre uma das pernas, ora sobre a outra. Procure não andar de um lado para o outro sem objetividade. Movimente-se para dar ênfase a determinadas informações, ou para manter ou reconquistar a atenção dos ouvintes.

5. Tenha começo, meio e fim

Inicie cumprimentando os ouvintes de acordo com a formalidade do evento. “Senhoras e senhores” ou “Bom dia a todos” são vocativos que podem ser usados em quase todas as circunstâncias. Agradeça o convite e mostre os benefícios que o público terá com a sua mensagem. Poderá também levantar uma reflexão, prometer brevidade, contar uma pequena história, ou usar um fato bem-humorado. Conte em uma ou duas frases qual o assunto que irá apresentar. Explique qual o problema que deseja solucionar, ou faça um histórico da novidade que irá expor. Dê a solução ao problema, ou fale da atualidade. Para isso, lance mão de estatísticas, comparações e exemplos. Dê um exemplo para ilustrar a mensagem. Uma boa história ajuda a tornar a fala mais atraente. Refute as possíveis objeções. Conclua pedindo que os ouvintes reflitam ou ajam de acordo com as propostas. Ah, e uma dica muito importante: procure falar sempre com simpatia. E se a circunstância permitir, sorria. Um semblante arejado pode, às vezes, ser mais persuasivo que os argumentos.

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FOTO: Adobe Stock

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