O Brasil é o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras no mundo, de acordo com dados do Sebrae e da Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), sobre empreendedorismo do mundo. Dos 52 milhões de empreendedores no país, 30 milhões são mulheres. E são muitas as histórias inspiradoras de mulheres que conseguiram se destacar nas suas áreas e viraram sinônimo de sucesso. Confira a seguir a história de 3 empresárias que conquistaram seu espaço e souberam driblar cada um dos obstáculos que apareceram ao longo de suas trajetórias.
Renata França, Spa Renata França
Renata França transformou a vida de milhares de pessoas e se tornou a preferida de estrelas como Ivete Sangalo, Bruna Marquezine, entre outras. O que poucos sabem é que ela teve que superar as dificuldades de uma infância humilde e lutar pela realização de seus objetivos. Nascida em um bairro humilde de Ilhéus, na Bahia, Renata tinha sonhos aparentemente impossíveis de realizar. Sua fé, no entanto, sempre foi grande e conversar com Deus era algo corriqueiro – sentir que era ouvida, também. Ela sonhava em ser jornalista até que, um dia, sua mãe, para equilibrar as contas da casa, abriu um pequeno salão de beleza dentro da própria casa. Ali, Renata fazia de tudo um pouco e foi de uma cliente que ouviu, pela primeira vez, que o toque das suas mãos era especial. Por essa mesma cliente ela foi convidada para fazer o primeiro treinamento como massagista, em um spa de raízes francesas localizado na Ilha de Comandatuba. Dois anos depois, decidiu mudar de vida e escolheu a capital paulista como destino. Trabalhando em spa em São Paulo e com uma carga horária de mais de 12 horas por dia, ela aproveitava o pouco tempo livre para estudar anatomia e fisiologia. Sem se conformar com os pacotes de massagem de spas e clínicas, que ofereciam possíveis resultados somente depois de dez sessões, usou sua expertise em massagem para desenvolver um método que incluía novos tipos de manobras, ritmos, bombeamentos e pressão, e que esses, sim, traziam resultados rápidos e eficazes, diferentemente das massagens tradicionais. Já fora do spa em que trabalhou por mais de 10 anos, a invenção de Renata era testada em clientes que atendia em sistema home care. Todas, sem exceção, se apaixonavam pelos resultados e foi assim que ganhou destaque nas páginas das principais revistas do Brasil e viu sua agenda de clientes se expandir além do esperado. Em 2005, Renata recebeu uma ligação da atriz Taís Araújo, a quem acabou atendendo às 5h da manhã, justamente em razão de uma agenda concorrida. Encantada com a dedicação da baiana e com resultados visíveis no próprio corpo, a artista caiu de amores e passou a se referir à massagem como “milagrosa”, o que levaria Renata a, mais tarde, batizar suas técnicas mais conhecidas como Miracle Touch e Miracle Face. Em 2016, fundou o Spa Renata França, mesmo ano em que também começou sua jornada ensinando o método que leva seu nome. Não só no Brasil, mas no mundo, milhares de profissionais têm tido suas vidas transformadas ao aplicar técnicas exclusivas do Método Renata França, que inclui seis protocolos: Drenagem Linfática, Modeladora, Relaxante, Miracle Touch, Miracle Face e mais nova delas, a Babymoon. “Busco elevar a autoestima das minhas clientes não só com as massagens, mas também trabalhando a importância de uma vida saudável. Sou grata pelas oportunidades que tive e tento transmitir isso a minhas alunas. Além da técnica, é preciso sensibilidade para manipular o corpo de outra pessoa.” Atualmente, o Método Renata França está presente em mais de 40 países e conta com aproximadamente 10 mil profissionais habilitados. Países como França, Itália, Portugal, Espanha, Inglaterra e Japão contam com instrutoras habilitadas pela própria Renata e que ministram seus cursos nesses locais. A internacionalização da marca segue em expansão.
FOTO: Divulgação/ Mari Righez
Esther Schattan, da Ornare
Quando estava prestes a se formar em Engenharia, a empresária Esther Schattan e seu marido, Murilo Schattan, sonhavam em abrir um negócio na área de design, no qual pudessem oferecer um trabalho diferenciado do que já havia no mercado. E foi assim que nasceu a Ornare, em 1986. “Desde o princípio, nós valorizamos o atendimento e o pós-venda com arquitetos, destacando o diferencial do design e da sustentabilidade, termo que ainda era pouquíssimo usado e conhecido. No início do nosso projeto, era também o início da Casa Cor e o tema estava ganhando relevância. Contribuímos com o desenvolvimento da decoração como ela é conhecida hoje no Brasil”, relembra Esther, que enfrentou uma série de obstáculos na trajetória profissional. “A missão de liderar uma marca como a Ornare é um grande desafio por si só. Precisamos compreender os anseios e atender às expectativas do público triple A, que é conhecedor de design, viaja pelo mundo e sabe identificar um produto de qualidade. Observando o cenário externo, vivemos desde os planos econômicos até crises para as quais todos temos que encontrar soluções. Também lidamos com os desafios de treinar as nossas equipes, no Brasil e no exterior – inclusive em Dubai que é o nosso mais novo endereço -, para termos o mesmo padrão de qualidade em todos os nossos showrooms. Prezamos muita pela excelência no atendimento, inclusive em todo o pós-atendimento, e estamos constantemente buscando a máxima satisfação dos clientes em todo o mundo”, comenta a empresária, que tem um perfil de gestão agregador. Com 36 anos de atuação em solo nacional e 15 anos fora das fronteiras do país, atualmente a marca conta 14 showrooms no país e oito nos Estados Unidos, além da recém-inaugurada unidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. “Neste ano, estaremos pela terceira vez no Salone del Mobile, em Milão. Já participamos também, várias vezes, da ICFF, em Nova York. E o nosso desejo é seguir expandindo para os lugares onde o design é reconhecido, onde os arquitetos trabalhem com marcas de confiança. Esses são os lugares para onde nós queremos ir. No Oriente Médio, por exemplo, já temos avançado rapidamente com novo showroom em Dubai. Também há algumas possibilidades na Europa e muitas outras nos Estados Unidos. Ou seja, para os próximos cinco anos, o nosso plano é seguir expandindo. Esse é o nosso plano para os próximos cinco anos.”
Divulgação Ornare
Cleusa Maria da Silva, da Sodiê Doces
Inovar em produtos e serviços é a mola propulsora da Sodiê Doces, rede de franquias especializada em bolos artesanais. À frente da marca está Cleusa Maria da Silva, 55 anos, que não cansa de trazer novidades para driblar quaisquer adversidades. Em 2020, com o país em plena restrição devido às regras sanitárias impostas pela disseminação da Covid-19, a marca assinou 11 contratos, entre lojas e Pontos de Venda. No ano passado, esse volume saltou para 17%, obtendo crescimento de 55%. “Acredito na capacidade de expansão da marca. A rede fechou o ano de 2021 com faturamento de R$ 465 milhões e 341 lojas em funcionamento. Para este ano pretendemos ultrapassar a quantidade de 350 lojas e projetamos 7% de aumento no faturamento anual”, projeta Cleusa Maria da Silva, que começou sua empreitada em um pequeno espaço, na cidade de Salto, interior de São Paulo. Com o sucesso das balas de coco e bolos, em 2001, mudou o empreendimento para espaço maior e, dez anos depois, em 2007, a Sodiê Doces virou franquia. “Meu filho, Diego, que hoje administra a Sodiê Salgados, sempre está ao meu lado administrando e gerenciando a marca. Minha história é de luta pela sobrevivência. Não foi sorte, foi trabalho dia após dia. Nunca me vitimizei, sempre acreditei na minha força. Toda mulher que persistir e batalhar pelo que quer pode chegar lá”, afirma Cleusa.
Divulgação/Carlos Poss
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FOTO: Divulgação Ornare (Esther Schattan), Divulgação/ Mari Righez (Renata França)
e Divulgação/Carlos Poss (Cleusa Maria da Silva)
FOTO DESTAQUE: Adobe Stock